quarta-feira, 19 de março de 2014

Caminhando e cantando: peripécias de um cearense na IV Mostra da Atenção Básica

Por Otávio Vasconcelos

Com o apoio do Programa Nacional de Controle da Tuberculose - PNCT - estive participando 12 à 15 de Março da IV Mostra de Atenção Básica e Saúde da Família. O evento aconteceu em Brasília, no Centro de Convenções Internacional do Brasil. 

Foi um evento de grande magnitude e com participação de 15 mil pessoas de todo Brasil. Na imensidão da diversidade de tendas cada uma com temas destinados a Atenção Básica, Saúde da Família e o fortalecimento do SUS no Brasil, confesso que fiquei meio que perdido na minha chegada sem saber em qual das tendas eu deveria participar pelo fato de todos serem de bastante importância. 

Mas logo consegui achar meu território quando encontrei a Tenda Paulo Freire onde se discutia Educação Popular com arte, aí tudo ficou mais interessante e passei a maior parte do evento na tenda citada. Saí apenas para participar da sala de Vídeos Clube para assistir o “Auto da Camisinha” e três curtas metragens como os seguintes temas: “Consultório de Rua”, este vídeo com uma abordagem muito interessante de como interagir com os moradores de Rua com Tuberculose ou HIV. 

O Segundo foi: “A Casa do Mortos” um filme muito chocante que fala do descaso dos nossos gestores com relação aos direitos das pessoas privadas de liberdade. Esse também muito chocante. Já o terceiro vídeo mostra o projeto “Quero Fazer” do Ministério da Saúde, sobre o teste rápido para o HIV oferecido nos locais considerados de vulnerabilidade. 

Como já citei, passei a maior parte do evento compondo a tenda Paulo Freire onde por diversas vezes falei um pouco como trabalhávamos aqui no Ceará com as pessoas vivendo com HIV/AIDS e Tuberculose disse alguns poemas de Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa e Simone de Beauvoir, cantei também algumas musicas, como “A Lista” de Oswaldo Montenegro, “Pra não dizer que não falei das flores” de Geraldo Vandré e “Como uma onda no mar” de Lulu Santos. As palestras foram todas com os temas voltados para o acolhimento do Usuário no serviço do SUS como sujeito e cidadão.

Fiquei muito feliz com a presença de Verinha do Ceará, mais precisamente da UEC onde trabalha com a questão da educação popular em saúde usando a arte. Os palestrantes Gleisson do Centro de Referência em Direitos Humanos LGBT de Recife/PE; Daniel, das práticas integrativas do SUS do Ministério da Saúde; Sadi, gestor local da rede de saúde da família do Estado do Rio de Janeiro. Entre um palestrante e outro, o escritor, ator e cantor Ray Lima dizia poesias voltadas para o tema e cantava músicas, era momento de muita emoção pelo o conteúdo dos poemas recitados e as musicas cantadas, um trabalho muito parecido com o que tento implementar nas Reuniões da RNP+/CE. 

Foi tudo muito marcante, no último dia participei também na tenda Paulo Freire da discussão do “Programa Mais Médicos” com palestras dos convidados:  Dr. Jurandir Furtuoso, Dr. Paulo Dantas, Dr. José Ivo, tutor do programa no Ministério da Saúde. Nas últimas palestras foi uma discussão sobre Direitos Humanos para as pessoas privadas de liberdade e como o SUS pode estar fazendo a interface na questão da saúde desse publico. Um destaque especial para um jovem presidiário que mesmo preso passa o dia trabalhando e a noite faz o curso de direito, um exemplo de superação. 

Assim concluo um resumo bem sucinto dos quatro dias de atividade. Mais uma vez agradeço ao Programa Nacional de Controle da Tuberculose por ter me dado a possibilidade de participar de um evento tão importante.