quarta-feira, 28 de maio de 2014

Driblar a tuberculose: um verdadeiro gol de placa

Um time: alunos, professores e profissionais de saúde.
Uma ferramenta de comunicação: a bola.
Um objetivo: driblar a tuberculose!

Foi em clima de copa que os estudantes do Centro Educacional Unificado Butantã conheceram, nesta terça-feira, 27 de maio, o projeto Driblando a tuberculose, que tem como objetivo informar as crianças sobre a doença a partir da grande paixão nacional: o futebol. 

O publico assiste ao lançamento
do projeto
O projeto é uma iniciativa da Parceria Brasileira contra a Tuberculose, Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde e Educação do Estado e Município de São Paulo, e surgiu da adaptação da campanha Kick TB realizada na África do Sul em 2010.

Ao associar o espetáculo mundial do futebol à necessidade de mobilização em massa, o projeto pretende “driblar a tuberculose” por meio do compartilhamento de informações sobre a doença e envolvimento de crianças de escolas estratégicas na disseminação dessas informações em suas respectivas comunidade.

Para isso, foram confeccionadas cinco mil bolas com mensagens de sintomas e prevenção da tuberculose para serem distribuídas nas escolas e trabalhadas segundo metodologia desenvolvida pelo projeto.

É sabido que por meio do esporte se aprende valores como tolerância, solidariedade e trabalho em equipe. O que ainda não haviam testado é a eficácia do esporte como ferramenta de comunicação em saúde nas escolas.


A cerimônia de lançamento

Fanfarra EMEF Eda Teresinha
A abertura do evento ficou por conta da Banda Marcial da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Eda Teresinha, que tocou diversas músicas acompanhadas de coreografias e acrobacias de ginastas. 


Antes da solenidade com as autoridades locais, foi mostrado vídeo com o depoimento do goleiro-artilheiro do São Paulo Futebol Clube, Rogério Ceni, falando sobre a importância de driblar a tuberculose e marcar um gol de placa pela saúde. Assista ao vídeo abaixo:





O evento contou com a participação do secretário executivo da Parceria contra a Tuberculose (Stop TB Brazil), Jair Brandão; do coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, Dr. Draurio Barreira; do Diretor da CEPHEID no Brasil, Dr. Jose Aparecido Soares; da Coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, Dra. Vera Galesi; da Coordenadora do Programa Saúde na Escola, do Ministério da Saúde, Danielle Cruz; da Coordenadora da Atenção Básica da Secretaria Municipal da Saúde, Dra. Rejane Calixto Gonçalves; da Gerente do Centro de Controle de Doenças da Coordenação de Vigilância em Saúde, Dra. Rosa Nakasaki; da Joane Vilela, Secretária Adjunta de Educação do Município de São Paulo; da coordenadora geral da Rede Paulista de Controle Social da Tuberculose, Nadja Faraone; e do tricampeão mundial de futebol, Paulo Cezar Caju. 

Draurio Barreira e Jair Brandão com    
as bolas do projeto
Emocionado com a concretização do projeto, o ativista e secretario executivo da Parceria Brasileira contra a Tuberculose, Jair Brandão, destacou a importância de combater o estigma e o preconceito associados à tuberculose, ressaltando que o apoio da família e dos amigos é fundamental para o êxito do tratamento.

“Isolar o paciente é digno de cartão vermelho, pois não favorece o tratamento da doença. Já o suporte e o acolhimento são sinais verdes para combater a TB”, pontuou.

O coordenador do PNCT, Draurio Barreira, acredita que o sucesso do projeto reside justamente no repasse das informações aos alunos, envolvendo-os na luta contra a tuberculose de forma lúdica e divertida, tornando-os atores do processo de difusão do conhecimento em seus lares e comunidades, ajudando na detecção de casos.

    Naomi Komatsu e o ex jogador 
da seleção Paulo César Cajú
 “Além disto, o projeto foi a grande oportunidade de estreitar os laços entre a saúde e a educação. Por ser uma doença diretamente ligada a questões sociais, precisamos envolver os demais setores, além da saúde, nesta luta”, enfatizou Draurio.

Animada com o potencial do projeto, a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, Dra. Vera Galesi sinalizou o interesse do estado de São Paulo em ampliar o projeto para outros municípios prioritários para tuberculose, estreitando a parceria com o Programa Saúde na Escola.

              Equipe da super TV Mirim                
Para encerrar a cerimônia com chave-de-ouro, o ex-jogador da seleção, Paulo Cezar Cajú, relatou aos alunos como driblou as dificuldades da vida e se tornou campeão da Copa de 70 e convocou a todos para driblar a tuberculose nas comunidades paulistanas.

Durante o evento, dez crianças foram sorteadas para receber uma bola de cada uma das autoridades da mesa. A cobertura da cerimonia foi devidamente realizada pela TV mirim, uma iniciativa bacana do complexo escolar.

Sobre o projeto

Foram confeccionadas cinco mil bolas com mensagens de sintomas e prevenção da tuberculose para serem distribuídas e utilizadas em atividades nas escolas de áreas estratégicas da cidade. Além disso, alunos, professores e profissionais de saúde foram sensibilizados para os diversos aspectos da doença como sintomas, formas de prevenção, diagnóstico e tratamento e questões sociais como o combate ao estigma e preconceito, a importância da adesão ao tratamento e do acolhimento ao doente com tuberculose.

Equipe e parceiros do projeto
O próximo passo do projeto será a entrega dos Passaportes da Saúde aos alunos. Por meio dessa ferramenta, os alunos poderão verificar se os sintomas da doença estão presentes em suas famílias, atuando como “agentes de saúde” ao disseminar as informações aprendidas e identificar pessoas que podem estar com tuberculose.

Depois de preenchido, o passaporte da saúde deverá ser entregue aos professores e repassados aos profissionais de saúde. Estes farão uma triagem nos passaportes, buscando aqueles que foram identificados com sintomas da tuberculose e agendando uma visita para orientação sobre a procura de uma unidade de saúde para realização de exames. 

Um plano de Monitoramento e Avaliação está em desenvolvimento para que o impacto do projeto seja devidamente mensurado e, com base nas evidencias, expandido para o resto do país.

Parceria com a iniciativa privada

A Cepheid, empresa responsável pelo desenvolvimento do teste rápido molecular para o diagnóstico da tuberculose, o Gene Xpert®, foi a grande apoiadora do projeto. A empresa financiou a produção e entrega das cinco mil bolas personalizadas com as informações sobre a doença. Os representantes brasileiros da empresa acompanharam o lançamento do projeto, onde o reconhecimento pelas ações da Cepheid foi tratado pelas demais autoridades presentes. O diretor brasileiro, José Aparecido, destacou o comprometimento da Cepheid na luta contra a tuberculose, seja no âmbito do diagnóstico por meio de seus produtos, como no meio social, como apoiadores deste projeto.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Estratégia global de tuberculose pós 2015 é aprovada


Após a manifestação de 54 países, a "Estratégia global e metas para a prevenção, atenção e controle da tuberculose pós-2015" foi aprovada na Assembléia Mundial da Saúde, nesta segunda-feira. Isto significa que o mundo acordou uma estratégia para acabar com a tuberculose como uma pandemia - reduzindo a incidência para menos de 10 casos por 100.000 habitantes e a mortalidade em 95% até 2035. 

Devido à experiência em cobertura universal por meio do Sistema Único de Saúde e às propostas de proteção social para o enfrentamento da tuberculose, o Brasil foi protagonista na construção desta nova estratégia, sendo escolhido para apresentá-la na Assembleia Mundial de Saúde. 

Baseada em três pilares, a nova estratégia amplia as ações de controle da doença, valorizando as ações de inovação e a incorporação de novas tecnologias, incluindo ações de proteção social aos pacientes, recomendando o acesso universal à saúde e estabelecendo metas arrojadas a serem atingidas.

O desafio é enorme: aumentar a redução de novos casos, que hoje vem caindo 2% ao ano, para mais de 10% ao ano, durante os próximos vinte anos. (É difícil até falar!)

Para isso, a OMS continuará a desenvolver e atualizar a orientação normativa e a política global para a prevenção, cuidado e controle da tuberculose, à luz de novas evidências e inovações. Os Estados-Membros terão suporte para desenvolver indicadores, etapas e metas - nacionalmente apropriados - para contribuir para o alcance local e global da meta em 2035.

A OMS também irá promover o desenvolvimento de pesquisas para diagnóstico, tratamento e vacinas, buscando melhorar a eficácia daquilo que já existe e estimular o desenvolvimento e a absorção de possíveis inovações.

Além disso, o próximo plano de cinco anos da Stop TB Partnership (2016-2020) deve definir a direção para se alcançar as metas propostas nesta estratégia. Juntas, a OMS e a Stop TB Partnership irão trabalhar no desenvolvimento do plano de investimento global, e, quando necessário, buscar novos parceiros, dentro e fora do setor da saúde, a fim de implementar a nova estratégia.

A tuberculose no Brasil

Em 2012, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que o Brasil alcançou a meta de reduzir pela metade a taxa de mortalidade por TB quando comparada a 1990. Em 2011, o número de óbitos foi cerca de 4.600, o que corresponde a 2,4 óbitos por 100 mil habitantes. Ainda assim, o país ainda não atingiu as metas de cura e de redução do abandono preconizadas pela OMS.

Em 2012, o Brasil curou 71,6% dos casos de tuberculose, quando o preconizado pela OMS é de, no mínimo, 85%. Quanto ao abandono do tratamento, o país tem proporção de 10%, quando o aceitável é de 5%.

Segundo a nova classificação da OMS para a epidemia de tuberculose, o Brasil não possui mais uma epidemia generalizada, mas uma epidemia concentrada em algumas populações como as pessoas que vivem em situação de rua, os privados de liberdade, a população indígena e aqueles que vivem com HIV. 

Por essa razão, o coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), Draurio Barreira, sempre procura enfatizar a necessidade de se pensar em estratégias especificas para o enfrentamento da doença nessas populações.

Para ele, as articulações intersetoriais são fundamentais para garantir os direitos das pessoas com tuberculose e contribuir para a adesão ao tratamento a partir do recebimento de benefícios sociais e do acesso a programas já existentes, diminuindo a taxa de abandono e conseqüentemente a incidência de manifestações resistentes. 

"No Brasil, temos avançado na luta contra os determinantes sociais da tuberculose. Muitos estados e municípios já oferecem algum tipo de suporte social durante o tratamento da doença, como ticket alimentação e vale transporte", explicou.

Reconhecendo a necessidade de respostas multissetoriais, o país tem discutido e elaborado propostas na área de proteção social para o enfrentamento da tuberculose, por meio de parcerias intersetoriais. É o caso da criação da Frente Parlamentar de Luta contra a Tuberculose (2012) e o estabelecimento de uma Comissão Especial do Congresso Nacional destinada a analisar e diagnosticar a situação em que se encontram as políticas de governo relacionadas às doenças determinadas pela pobreza (2013), ambas as iniciativas inserem a temática da tuberculose na agenda do parlamento brasileiro.

Também merece destaque a construção do plano de ações conjuntas entre Saúde e Assistência Social em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Nessa agenda está inclusa a discussão sobre o componente de proteção social para as pessoas com tuberculose. O objetivo é ampliar o debate sobre a doença e introduzir novas abordagens para o controle da tuberculose no Brasil.

Estão abertas inscrições para processo seletivo do Curso de Atenção Integral à Saúde de pessoas em situação de rua

Estão abertas inscrições para o processo de seleção de 447 vagas para o Curso de Atenção Integral à Saúde de Pessoas em Situação de Rua (com ênfase nas equipes do Consultório na Rua - eCR), em nível de aperfeiçoamento, na modalidade a distância.

O curso tem como objetivo contribuir para a articulação em rede entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e Sistema Único de Assistência Social (SUAS) por meio da qualificação de equipes multiprofissionais, em especial os que atuam nas equipes dos Consultórios na Rua (ECR), para ampliar e qualificar do acesso de pessoas em situação de rua à atenção e cuidados necessários.

O curso terá duração de 6 meses, totalizando 180 horas. Sendo 100 horas a distância e 80 horas de forma presencial. As inscrições vão até o dia 26 de maio de 2014.

Podem participar da seleção, profissionais com diploma de NÍVEL SUPERIOR ou de NÍVEL MÉDIO nas áreas da Saúde e Assistência Social, atendendo ainda aos seguintes requisitos mínimos:

  • Profissionais que compõem a equipe do Consultório na Rua - eCR;
  • Profissionais com atuação em serviços que auxiliam ou articulam atividades de atenção integral à saúde de pessoas em situação de rua, da Rede de Atenção Psicossocial e da Rede SUAS;
  • Profissionais e gestores da atenção básica que estejam vinculados às Unidades Básicas de Saúde em que as Equipes do Consultório na Rua estão cadastradas.  
  • Profissionais das equipes dos Consultórios de Rua. 

Atenção! Os candidatos devem, necessariamente, ser do território e da Rede de serviços onde a equipe do Consultório na Rua atua/trabalha, de preferência devem atuar/trabalhar junto as eCR ou ao cuidado a população em situação de rua.

Para mais informações acesse o edital aqui.