segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Mestrado sobre tuberculose é vencedor em mostra competitiva da EXPOEPI


De 15 a 18 de outubro, Brasília sediou a 13ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi). O evento, que reuniu mais de três mil especialistas, tem como principal objetivo difundir temas importantes para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) além de premiar, por meio de sua Mostra Competitiva, os profissionais e os serviços que se destacaram no desenvolvimento de ações de vigilância em todo o país. 

Temas como tuberculose, HIV/aids, hanseníase, dengue, vacinas, entre outros, foram abordados em palestras com especialistas, reuniões técnicas, exposições e estandes. A exposição contou com 21 painéis temáticos, 18 mostras competitivas, duas mesas redondas e uma conferência sobre os desafios atuais de vigilância em saúde. 

A técnica do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), Patrícia Bartholomay, venceu a mostra competitiva de mestrado dos profissionais do SUS, com produção técnico-científica que aborda os fatores associados ao abandono de tratamento da tuberculose nos municípios prioritários para o desenvolvimento das ações do Ministério da Saúde. 

Além deste trabalho, a tuberculose esteve presente em diversos espaços durante o evento, concorrendo a prêmios em outras três mostras competitivas, sendo uma delas específica para o tema da tuberculose. Abandono do tratamento e populações vulneráveis foram a tônica de boa parte dos trabalhos apresentados.

Na mostra competitiva da tuberculose, foram abordados temas variados e igualmente importantes para o momento atual da vigilância em saúde. Laís Teixeira, da Secretaria de Saúde de Pernambuco, venceu a mostra por meio do belo trabalho de enfrentamento à tuberculose e hanseníase realizado no sistema prisional em 2011 e 2012. 

Também concorreram: Eri ishimoto, da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, com o trabalho que aborda a intersetorialidade como estratégia potencializadora para a cura da tuberculose na população em situação de rua, e Érica Garcia, da Secretaria Municipal de Marataízes, no Espírito Santo, com o trabalho que promoveu maior adesão de usuários de drogas com tuberculose ao Tratamento Diretamente Observado (TDO).

Concorrendo ao prêmio Carlos Chagas, contamos com a experiência da vigilância em saúde de Campinas na coordenação da investigação de um surto hospitalar de tuberculose em recém-nascidos no ano passado, apresentada por Maria Alice Satto.

Já no painel sobre novas estratégias, novas tecnologias e novos desafios para a vigilância em saúde, a tuberculose esteve presente em duas das quatro experiências apresentadas. Anete Trajman, da Universidade Gama Filho, falou sobre a experiência de implantação do novo método diagnóstico para tuberculose: o teste rápido.  Já o médico e ativista Alexandre Milagres relatou a experiência da Fundação Ataulpho de Paiva para detecção de casos e redução do abandono do tratamento.

A TB também esteve presente na exposição de pôsteres com experiências de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará.  Dentre os temas abordados, o abandono do tratamento, por Ana Cristina Vidor; ação de integração ensino-serviço para o controle da tuberculose no sistema prisional, por Vanda Beatriz Hermes; e uma nova metodologia para atualizar os profissionais de saúde em prova tuberculínica, por Sheila Santiago.

Além disso tudo, a grande novidade da 13ª Expoepi foi a premiação das melhores experiências de movimentos sociais cujas ações contribuíram para a prevenção de doenças de interesse em Saúde Pública, tais como as hepatites virais, a infecção pelo HIV/aids, a hanseníase, a tuberculose, a dengue e a malária. Nesta mostra, Carlos Basília concorreu por meio da sua experiência de controle social com o Observatório Tuberculose Brasil. 

Para esta edição, foram inscritas 540 experiências bem-sucedidas realizadas pelos serviços de saúde; 148 trabalhos de profissionais que atuam no SUS e contribuem para o aprimoramento das ações de vigilância em saúde, prevenção e controle de doenças e agravos; e 16 experiências com ações desenvolvidas por movimentos sociais que cooperaram para o aprimoramento da vigilância em saúde em relação a doenças específicas.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, além de compartilhar experiências exitosas, é preciso incentivar que estas sejam incorporadas pelo Sistema Único de Saúde.