segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Sesa e Sejus realizam inquérito de tuberculose em presídios


Da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará

Por concentrar as condições favoráveis para a disseminação da tuberculose, como aglomeração e confinamento duradouro, os presídios colocam a população carcerária  entre os grupos com maior risco de adoecer. No Ceará, enquanto a incidência de tuberculose por 100 mil habitantes foi de 43,8 na população total em 2011, nas 12 unidades penitenciárias distribuídas em sete municípios e população de 15.201 detentos, a taxa chegou 999,9 em 2010. Ciente desse quadro, a Secretaria da Saúde do Estado, em parceria com a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus), está realizando o Inquérito de Tuberculose em Unidades Penais do Ceará para estimar a prevalência da doença nos presídios cearenses. O inquérito objetiva descrever o perfil socioeconômico dos detentos, implementar os fluxos de referência para a doença, identificar resistência bacteriana e verificar os fatores de risco para o adoecimento.

O inquérito é um projeto de pesquisa do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EPISUS), do Ministério da Saúde, e do Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Em fase de coleta de dados, as atividades de campo envolvem 287 presos do Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira II (IPPOO II), que tem 1.117 presidiários, e 238 dos 623 detentos da Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II). A pesquisa, que inclui questionário e coleta de escarro de sintomáticos respiratórios para a realização de baciloscopia e cultura, será concluída em 30 de novembro. De acordo com o cronograma do inquérito, os resultados conclusivos serão apresentados em abril de 2013.

Parte dos  detentos no país ingressa nas prisões já infectados. Pelas condições que favorecem a disseminação da tuberculose, o sistema prisional expõe a população em geral à transmissão da doença através dos profissionais que trabalham nos presídios, dos visitantes (familiares e visitas íntimas) e do livramento dos presos. Como os detentos não estão completamente isolados do mundo  exterior, uma contaminação não controlada entre eles representa um grave risco à saúde pública. Segundo dados do Sistema de Informações Penitenciárias (INFOPEN), em 2010 a capacidade nominal das instituições carcerárias no país era de 164.624 presos, porém o número de detentos registrados era de 496.251, sendo 404.761 (82%) do sexo masculino. Naquele ano, foram notificados 4.643 casos novos da doença nos presídios. A taxa de incidência nacional na população em geral era de 37,7 por 100 mil habitantes e, na população privada de liberdade (PPL), de 1.041,7 por 100 mil.

De acordo com o Boletim Epidemiológico da Tuberculose divulgado em outubro pela Secretaria da Saúde do Estado, a série histórica de 2001 a 2011 no Ceará mostra tendência de declínio nas taxas de incidência. Em 2001 foram 46,8 casos para cada grupo de 100 mil habitantes e, em no ano passado, 43,8, redução de 6,4 pontos percentuais na última década. Em 2011 foram notificados no Ceará 3.703 casos novos de tuberculose, dos quais 2.125 eram pulmonares bacilíferos, alcançando esta forma um percentual de 57,3%. Isso significa que a transmissão está ativa e os pacientes estão sendo diagnosticados e tratados tardiamente. A taxa de mortalidade no Ceará em 2001, de 3,4 óbitos para cada grupo de 100 mil habitantes, foi reduzida para 2,8 em 2011, queda de 17,7% nos últimos 10 anos. Oito municípios foram definidos como prioritários para o controle da tuberculose, segundo parâmetros epidemiológicos definidos pelo Ministério da Saúde: Caucaia, Crato, Fortaleza, Maranguape, Itapipoca, Sobral, Maracanaú e Juazeiro do Norte. Em 2011, esses municípios responderam por 67% dos casos da doença no Estado.


Assessoria de Comunicação da Sesa
Selma Oliveira / Marcus Sá (selma.oliveira@saude.ce.gov.br / 85 3101.5220 / 3101.5221 / 8733.8213)