segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Representante dos usuários é a nova presidenta do CNS


Mulher e representante dos trabalhadores rurais, Maria do Socorro de Souza será a primeira representante do segmento dos usuários a assumir a presidência do Conselho Nacional de Saúde, pelos próximos 3 anos

Do Conselho Nacional de Saúde

Com 31 votos, a conselheira Maria do Socorro de Souza foi eleita presidente do Conselho Nacional de Saúde, na tarde desta quinta-feira, 13, durante a realização da 50ª reunião extraordinária do CNS.

O resultado representa dois fatos históricos: pela primeira vez uma representante dos usuários e mulher estará à frente da maior instância do controle social na área da Saúde. “Sou mulher, negra, mãe, avó trabalhadora rural e usuária do Sistema Único de Saúde. Estamos vivendo um intenso e histórico momento no CNS de possibilidade realizar outra democracia dentro do espaço formal que é o Conselho. Sinto-me autorizada para fazer dessa esfera um espaço autônomo e participativo e criar outros pontos de diálogo para enfrentar os desafios do SUS. São 25 anos trabalhando e militando em defesa dos excluídos de causa”, afirmou.

Ao transferir a presidência para Maria do Socorro, o ex-presidente do CNS, ministro Alexandre Padilha destacou que a eleição da representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) marca a trajetória vivenciada pelo País de mudanças sociais e de inserção das minorias em espaços historicamente fechados. “É com muita alegria que passo a presidência do Conselho para uma mulher e trabalhadora rural”, salientou.

O conselheiro Clóvis Boufleur, representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) concorreu também à presidência. Após o término da eleição o conselheiro parabenizou a candidata eleita e afirmou que dará seguimento ao trabalho já desempenhado nos últimos anos como conselheiro baseado em três pilares: justiça, defesa dos mais vulneráveis e luta pela efetividade da saúde pública. “Minha representação dentro do CNS será sempre no sentido desses princípios”, ressaltou.

Mesa diretora

Sete conselheiros de saúde foram eleitos para compor a Mesa Diretora do CNS conjuntamente com a presidenta. Entre as atribuições da Mesa, prevista no regimento do colegiado, está promover articulações políticas com órgãos e instituições, internos e externos, com vistas a garantir a intersetorialidade do controle social e a articulação com outros conselhos de políticas públicas com o propósito de cooperação mútua e de estabelecimento de estratégias comuns para o fortalecimento da participação da sociedade na formulação, implementação e no controle das políticas públicas, entre outros aspectos.

Confira a composição da mesa diretora para o período 2012-2015

Usuários:
Maria do Socorro de Souza (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura) 
Carlos Alberto Ebeling Duarte (Movimento Nacional de luta contra a AIDS) 
Edmundo Dzuaiwi Omore (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) 
Geordeci Menezes de Souza (Central Única dos Trabalhadores) 
Trabalhadores da Saúde:
Ronald Ferreira dos Santos (Federação Nacional dos Farmacêuticos); 
Nelcy Ferreira da Silva (Conselho Federal de Nutricionistas) 
Gestores/Prestadores de Serviço de Saúde:
Luiz Odorico Monteiro de Andrade (Secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde) 
representante do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. 

CLIQUE AQUI e acesse a lista das entidades eleitas para compor o Conselho Nacional de Saúde no período de 2012-2015.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

RJ avança no controle da tuberculose por meio da articulação com a Atenção Básica

Descentralização das ações de tuberculose para a Estratégia Saúde da Família tem contribuído para o controle da doença 


Durante esta semana, técnicos do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), dos programas estadual e municipais e colaboradores de outros estados realizaram visitas de Monitoramento e Avaliação (M&A) a diversos serviços de saúde nos municípios do Rio de Janeiro e Duque de Caxias. O objetivo é contribuir para a melhoria contínua da capacidade de resposta ao controle da tuberculose.

A equipe visitou cinco Centros Municipais de Saúde, quatro unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF), uma policlínica, dois ambulatórios de referência terciária para tuberculose resistente, um LACEN e um laboratório municipal, abrangendo cinco Coordenações de Áreas Programáticas em Saúde (CAPS). 

De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose (PECT), Ana Alice Bevilaqua, com o término dos projetos financiados por organismos internacionais, o estado está se reorganizando, afinal muitas ações eram fomentadas pela USAID. “E preciso descentralizar, reorganizar e construir estratégias que potencializem os serviços”, explicou.

A coordenadora do PECT do Ceará e colaboradora das visitas de M&A do PNCT, Sheila Santiago, relatou o quão gratificante foi retornar ao Rio de Janeiro após dois anos e observar uma melhoria significativa no elenco de serviços ofertados nas ações de tuberculose. “Uma boa gestão faz toda a diferença. Isso ficou claro nesta visita”, destacou.

Segundo ela, foram visitadas algumas unidades de saúde onde foi possível observar, por exemplo, reformas e ampliações, envolvimento dos profissionais, preocupação em buscar o sintomático respiratório e o cuidado humanizado com o paciente em tratamento. “A descentralização das ações por meio da ESF promove uma maior aproximação entre a população e os profissionais de saúde”.

O foco do governo municipal do Rio de Janeiro tem sido a descentralização das ações de tuberculose para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e Unidades Básicas de Saúde (UBS) em parceria com a Atenção Básica, ampliando o acesso da população a saúde.

Segundo a coordenadora do Programa Municipal de Controle da Tuberculose (PMCT), Raquel Piller, ainda há muito atendimento de tuberculose fora da atenção primária. “Com a ESF em expansão, essa situação pode ser revertida. A atenção básica tem que ser a porta de entrada do paciente com tuberculose”, afirmou.

“O mesmo médico que atende ao idoso, a criança e a grávida tem que atender ao paciente com tuberculose. Tinha que ser um procedimento de rotina. A tendência é sempre empurrar para as unidades secundárias”, complementou a técnica do PECT, Marneili Martins.

A descentralização começou como um projeto piloto na Rocinha para depois ser implantado nas outras áreas programáticas. Em 2009, o estado tinha 7% de cobertura da ESF, chegou a 40% neste ano e a previsão é de que chegue a 70% de cobertura até 2016.

Segundo Paula Brandão, gerente municipal de Atenção Básica do Rio de Janeiro, a cobertura da Estratégia Saúde da Família é heterogênea por que prioriza áreas de vulnerabilidade. E como a tuberculose é uma doença social, atingindo principalmente as populações vulneráveis, ao impactar nas áreas de alta carga têm-se resultados mais rápidos.

A gerente estadual de Atenção Básica do estado, Sarah Gonçalves, relatou que há quinze áreas técnicas dentro da Atenção Básica, e destacou que quem promoveu a aproximação com a área de vigilância em saúde foi o Programa Estadual de Controle da Tuberculose.

Além da articulação com a Atenção Básica, o PECT e o PMCT têm articulado com o outros programas, como o de DST/aids e outros setores, como a Secretaria de Transporte, e com os movimentos sociais. O objetivo é ampliar o numero de consultórios de rua e garantir a oferta de incentivos sociais, como transporte e alimentação, para adesão ao tratamento.

Apesar dos avanços, também há muitos desafios. “Para aumentar a cura e reduzir o abandono é preciso estimular a implantação do Tratamento Diretamente Observado (TDO) com qualidade junto à descentralização das ações de tuberculose para a estratégia saúde da família”, destacou  Ana Alice.

Segundo ela, é preciso ampliar a busca e o monitoramento dos contatos; estimular as ações relativas à coinfecção TB/HIV; descentralizar e ampliar a oferta da cultura; ampliar a rede para atendimento de tuberculose resistente; implantar medidas de biossegurança e retomar as visitas de monitoramento e avaliação, que foram interrompidas por falta de recursos humanos, incluindo a participação da atenção básica no processo.

Para Raquel, além da descentralização, os avanços no Rio de Janeiro aconteceram em razão da implantação do teste rápido para diagnóstico da tuberculose (Gene Xpert) e a consolidação do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), contribuindo para o diagnostico precoce e tratamento oportuno.  Uma opinião comum entre os profissionais dos serviços visitados.

Quanto à capacitação e rotatividade de recursos humanos, problemática apontada pela coordenadora do PECT, Raquel afirmou que isso também foi uma realidade no âmbito municipal. “As pessoas eram capacitadas e iam embora. Não dava para ficar fazendo capacitação atrás de capacitação. A saída encontrada foi incentivar os profissionais a fazer o curso sobre tuberculose ofertado pela UNASUS. Um curso à distancia, dividido em módulos, que pode ser realizado no ritmo do profissional”, contou.

Segundo Luciene Medeiros, médica do Programa de DST e aids de Campinas (SP) e colaboradora do PNCT nas visitas de M&A, durante a apresentação do programa estadual já foi possível observar uma maior organização das ações de controle da tuberculose. ”Durante as visitas a equipe se mostrou muito próxima das unidades locais, o que revela uma maior integração do programa estadual com a rede de serviços”, relatou.

Quanto ao município do Rio de Janeiro, para ela ficou evidente o grande movimento de reestruturação dos serviços de saúde com ampliação da cobertura da atenção básica. O PMCT também apresenta maior organização das ações com melhoria dos processos de trabalho nos diferentes níveis do sistema.

“Percebe-se que as equipes do PECT e do PMCT do Rio de Janeiro estão motivadas, cientes do desafio a ser enfrentado e da importância do seu papel no controle da tuberculose no estado. Espera-se que essa mobilização promova de fato um impacto positivo nos indicadores epidemiológicos da tuberculose”, finalizou.

Duque de Caxias

No município de Duque de Caxias, foram notificados 967 casos em 2011. E o segundo município de maior incidência no estado do Rio de Janeiro. A partir de 2009 houve melhorias nos serviços após capacitações e treinamentos. A detecção do município foi de aproximadamente 60% e a cura de 85% em 2011. No entanto, a taxa de abandono continua alta, 16,45%, quando a OMS recomenda que seja de no máximo 5%.

De acordo com a coordenadora do PMCT de Duque de Caxias, Maria Cristina Lima, neste ano os pacientes não tiveram nenhum tipo de incentivo para adesão ao tratamento. “No ano anterior, quando suspenderam os incentivos sociais, alguns pacientes abandonaram o tratamento. Sabemos que o incentivo é importante para a adesão, mas quando este falta, o que fica é a conscientização dos pacientes sobre a importância da adesão ao tratamento para a saúde da comunidade. Por isso, o acolhimento e tão importante”.

Apenas 31% do município tem cobertura de ESF, algumas unidades não possuem estrutura adequada, faltam recursos humanos e meios para comunicação e transporte para a execução de ações. “Ainda assim o fluxo tem funcionado com o empenho e o comprometimento das equipes. Melhorias aconteceram em meio às adversidades”, destacou.

Dentre as estratégias adotadas pelo município, cabe destacar cronograma de busca de sintomático respiratório, no qual, toda sexta-feira, o município escolhe uma das 74 ESF da região e realiza esta ação que contribui para o diagnóstico precoce e tratamento oportuno.

Também foram criados instrumentos que fortaleceram o controle da doença, ao facilitarem a rotina dos profissionais de saúde e contribuírem para o fluxo e o controle das ações.

“O Rio de Janeiro é muito massacrado pela mídia. E a gente conseguiu ver que não é bem assim. Há reformas sendo realizadas e novas unidades instaladas, profissionais criativos e comprometidos com a construção de ferramentas e fluxos para o controle da tuberculose”, destacou a curitibana Elisabeth Wistuba, enfermeira e colaboradora do PNCT nas visitas de M&A.

Movimentos Sociais

A equipe da visita de M&A, junto ao Programa Estadual de Tuberculose PCT/SES/RJ, reuniu-se também com o representante do Fórum ONGs TB RJ, Carlos Basilia. 

Na pauta, ações de CAMS (comunicação, advocacy e mobilização social), o fortalecimento do Controle Social (conselhos, fóruns, redes, comitês etc.), sustentabilidade política, técnica e financeira das ações desenvolvidas pelas organizações da sociedade civil, benefícios sociais para pacientes, a atuação de Frentes Parlamentares instituídas, o Plano Estratégico para Enfrentamento das DST/AIDS e Tuberculose no Estado do Rio de Janeiro e a construção de agenda conjunta para a mobilização do Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose.

Ao final da reunião, o grupo fez um balanço positivo, reconhecendo o esforço coletivo para o controle da tuberculose no estado do Rio de Janeiro, destacando a articulação existente entre gestores, parlamento e sociedade civil.

Nesta sexta-feira (14) houve devolutiva das visitas e pactuação de recomendações e metas para 2013. A reunião aconteceu no LACEN do Rio de Janeiro com participação de representantes dos programas, do movimento social e de todos os serviços visitados.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

PNCT realiza primeira visita de Monitoramento e Avaliação ao Rio de Janeiro após Projeto Fundo Global


Durante toda esta semana, técnicos visitarão unidades de saúde da família, hospitais de referência, laboratórios e outros serviços para verificar os avanços e definir as novas recomendações


O Brasil tem elevado número de casos e óbitos por tuberculose. Por esta razão figura entre os 22 países que respondem por 80% dos casos novos que ocorrem no mundo. Com uma população de 16.112.678 habitantes (População IBGE-2011), a taxa de incidência do Estado do Rio de Janeiro em 2010 foi de 70,7 casos novos por 100.000 habitantes e a taxa de mortalidade foi de 5,7 óbitos por 100.000 habitantes. Estas taxas representam aproximadamente o dobro da média nacional.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2011, foram registrados 11.654 casos no estado do Rio de Janeiro. Em 2010, a taxa de cura em bacilíferos foi de 66,4%, sendo que o preconizado pela Organização Mundial da Saúde é de 85%. O abandono do tratamento no mesmo período foi de 12,3%, quando o recomendado é que seja inferior a 5%.

O Rio de Janeiro é a 6ª capital em incidência de casos e 1ª em taxa de mortalidade do Brasil. Os números apontam que a capital contribui com cerca de 51% dos casos novos registrados no Estado e que a taxa de mortalidade por tuberculose em 2010 foi de 6,8 por 100.000 habitantes.

De 10 a 14 de dezembro, técnicos do Ministério da Saúde, com apoio da secretaria estadual e secretarias municipais de saúde do Rio de Janeiro e Duque de Caxias, realizam visitas de monitoramento e avaliação (M&A) com o objetivo de contribuir política e tecnicamente para a melhoria contínua da capacidade de resposta dos estados e municípios ao controle da tuberculose.

A visita teve inicio nesta segunda-feira com apresentação da situação da tuberculose no estado e municípios a partir de diferentes perspectivas: do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT/SVS/MS), Programa estadual e Programas municipais. À tarde, a subsecretária de Vigilância em Saúde, Hellen Myiamoto, recebeu o coordenador geral do PNCT, Draurio Barreira, para analisar a situação da tuberculose e discutir estratégias de controle da doença no estado. 

Entre os assuntos discutidos, a situação epidemiológica do Rio de Janeiro, a implantação do teste rápido para tuberculose (Gene Xpert) e o mapeamento de parceiros e formas de cooperação para o fortalecimento e ampliação das ações para o controle da doença.

"Temos observado uma melhora geral nas ações devido à expansão da cobertura da atenção básica. No entanto, nos questionamos como é possível a cidade do Rio de Janeiro cair de 1º para 6º lugar no ranking de incidência e ainda assim ser o 1º quando se fala em taxa de mortalidade. Precisamos identificar qual é o problema", pontuou Draurio. 

De acordo com a coordenadora do PCT estadual, Ana Alice Bevilaqua, a maior preocupação deles tem sido justamente a perda de qualidade durante o processo de expansão e descentralização das ações de tuberculose. Além disso, destacou que o programa tem enfrentado problemas relacionados à falta de recursos humanos em serviços estratégicos.

O coordenador do PNCT ressaltou a importância de se ampliar a articulação intersetorial, estreitando, por exemplo, os laços com a Assistência Social. Lembrou também que o Rio de Janeiro é um dos poucos estados que já possui uma Frente Parlamentar de luta contra a Aids e a Tuberculose instalada e que esta pode contribuir para a sustentabilidade política e financeira das organizações da sociedade civil organizada, entre outras ações  "Precisamos nos aproximar pois eles carecem de assistência técnica para a construção de propostas para o controle da tuberculose", recomendou.

Até sexta-feira, técnicos do Ministério da Saúde e das secretarias estadual e municipais de saúde passarão por unidades hospitalares, coordenação estadual e municipais dos Programas de Controle da Tuberculose, do Rio de Janeiro e Duque de Caxias, sistema de informação estadual, unidades de saúde básica e Estratégias de Saúde da Família, LACEN, laboratório municipal e hospitais de referência. Também está prevista reunião com representantes da sociedade civil organizada.

A visita conta com o apoio de técnicos das coordenações estaduais e municipais do Paraná, de São Paulo, Santa Catarina e do Ceará, integrantes da Rede de Brasileira de Comitês para o Controle da Tuberculose.

Além da avaliação, o encontro também possibilita integração e troca de experiências entre os profissionais envolvidos. A partir destas visitas são identificados obstáculos nos aspectos técnicos e de gestão relacionais à estratégias e atividades de controle da tuberculose.

Na sexta-feira haverá reunião devolutiva da visita, com as recomendações para estado e municípios.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

SGTES lança edital do PET Saúde Vigilância para 2013/2014



No dia 23 de novembro, a Secretaria de Gestão do Trabalho de da Educação na Saúde (SGTES) lançou edital para Seleção no Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde/Vigilância em Saúde (PET/VS) para o período de 2013 a 2014 (acesse aqui o edital).

O PET Saúde tem o objetivo de promover a integração ensino-serviço-comunidade e a educação pelo trabalho por meio da reorientação da formação profissional. A ideia é que haja transformações nos processos de geração de conhecimento, de ensino-aprendizagem e de prestação de serviços de saúde e do fomento de grupos de aprendizagem tutorial no âmbito dos programas e ações de Vigilância em Saúde. 

Assim, o edital é voltado para projetos apresentados por Instituições de Ensino Superior (IES) públicas ou privadas sem fins lucrativos, em conjunto com Secretarias Municipais e/ou Estaduais de Saúde. 

Para participar, as IES deverão apresentar projeto com duração de dois anos, alinhado às prioridades da Agenda Estratégica da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), que contenha o diagnóstico da situação atual dos cursos envolvidos e do serviço de saúde, prevendo a participação integrada destes.

Cada projeto deverá conter proposta(s) de intervenção e poderá conter plano(s) de pesquisa(s), especificando seu(s) objetivo(s) e sua relação com os programas e ações da vigilância em saúde, em
seus diferentes cenários de práticas. 

Além disso, deve descrever as ações a serem trabalhadas em uma ou mais das seguintes prioridades da Agenda Estratégica da Secretaria de Vigilância em Saúde - 2011-2015:

  • Vigilância, prevenção e controle da dengue;
  • Redução da morbimortalidade por tuberculose;
  • Análise e avaliação do Sistema de Vigilância das Doenças Transmissíveis ;
  • Fortalecimento, ampliação e integração das ações de Vigilância em Saúde com as Redes de Atenção à Saúde;
  • Vigilância, prevenção e controle da hanseníase e de outras doenças relacionadas à pobreza;
  • Redução da morbimortalidade por malária;
  • Ações de vigilância, prevenção, controle e/ou erradicação
  • da morbimortalidade das zoonoses: leishmanioses, raiva humana e febre amarela;
  • Vigilância, prevenção e controle de doenças de maior carga;
  • Ampliação da capacidade de vigilância e respostas rápidas às emergências de Saúde Pública e desastres;
  • Vigilância, controle e redução da transmissão do HIV/aids;
  • Melhoria da qualidade de vida de pessoas com HIV/aids;
  • Vigilância e eliminação da sífilis congênita;
  • Vigilância, prevenção e controle das hepatites virais;
  • Redução da incidência das doenças de transmissão respiratória;
  • Redução da morbimortalidade por doenças imunopreveníveis;
  • Redução da morbimortalidade das doenças não transmissíveis e vigilância de seus fatores de risco;
  • Vigilância das violências e das lesões e mortes causadas pelo trânsito;
  • Fortalecimento das ações de promoção da saúde;
  • Melhoria da qualidade da informação sobre mortalidade;
  • Análises da situação de saúde;
  • Fortalecimento das ações de vigilância hospitalar;
  • Vigilância do óbito fetal, infantil, materno e por causas mal definidas;
  • Vigilância da qualidade da água e de populações exposta a agrotóxicos;
  • Fortalecimento das ações de vigilância na área de saúde do trabalhador;
  • Fortalecimento/desenvolvimento de capacidades em Vigilância em Saúde;


As inscrições vão até 19 de dezembro, com publicação de resultados a partir do dia 20 de janeiro no Diário Oficial da União (DOU).

Para inscrições, acesse: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=8916.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Secretário atribui alta da tuberculose no Rio à maior capacidade de diagnóstico


Padilha e Dohmann reconhecem que é necessária uma mudança de cultura na Rocinha

Por Íris Marini, Jornal do Brasil

Conforme o Jornal do Brasil divulgou em 16 de novembro,  há um aumento da ordem de 30% no número dos casos de tuberculose na cidade  do Rio de Janeiro, como admitiu o próprio secretário municipal de Saúde e Defesa Civil, Hans Dohmann, em audiência pública realizada no dia 22 de outubro, na Câmara dos Vereadores. Este aumento tem sido maior no bairro da Rocinha, na Zona Sul do Rio.

O JB informou que uma considerável parcela de moradores da comunidade da Rocinha que ainda contrai a tuberculose não segue recomendação de médicos para que seja feito o exame de escarro. Muitos sequer sabem da incidência antiga ou atual da tuberculose no bairro. 

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a questão chave é aumentar o número de pessoas testadas pela doença. “Historicamente, antes de começar o programa de prevenção e tratamento da tuberculose nessa parceira entre o Ministério e a Prefeitura, a Rocinha já apresentava esse grave problema. O Ministério da Saúde está trabalhando para estender a adesão dos pacientes ao tratamento. Hoje, 50% dos testes são realizados. Isso corresponde a 75% acima da média mundial. O Rio tem se esforçado para a expansão do diagnóstico e da adesão”, disse o ministro, em visita, no dia 30, à Clínica da Família da Rocinha, na Mobilização Nacional de Prevenção e Testagem para Sífilis, HIV e Hepatites B e C.

Padilha vê melhora no tratamento da tuberculose e diz que há investimentos para o diagnóstico. “O Brasil atingiu metas da OMS para a tuberculose que deveriam ser cumpridas até 2015”, disse o ministro. “Realizamos uma pesquisa com profissionais da saúde no País, que reconheceram que não sabiam como realizar todas as etapas do tratamento da tuberculose em um paciente. O problema não é só do paciente, nem da Saúde. É muito importante que mudemos essa cultura”, alertou o ministro.

“O governo está investindo em novos testes de biologia molecular para diagnosticar a tuberculose, onde a sensibilidade é maior do que a Baciloscopia, exame feito no mundo todo. O exame chama-se Gino Express e vai gerar aumento no número de diagnósticos. Imagina como era há dez anos, quando não havia o diagnóstico?”, questiona o ministro.

O secretário Hans Dohmann atribui o aumento percentual ao aumento da capacidade de diagnosticar a doença. "É absolutamente esperado que haja um aumento do número de casos no Rio, já que cresceu o número de diagnósticos pela eficiência do trabalho que vem sendo desenvolvido. Isso não é um problema”, afirmou o secretário, durante a cerimônia de oficialização da transferência de tecnologia para a produção do medicamento antirretroviral Sulfato de Atazanavir, ocorrida no último dia 30.

“Estamos a 0,1% da taxa recomendada pela Organização Mundial da Saúde e, na Rocinha, o cenário é diferente do restante do município. Estamos em torno de 75% de taxa de cura da tuberculose”, alega o secretário, quando questionado sobre um possível surto da doença na comunidade. 

No entanto, quando se fala em tuberculose na Rocinha, a questão é mais complexa. Para a vereadora Andrea Gouvêa, “gastou-se um dinheirão para propagandear as clínicas da família e não se gastou um tostão para mostrar à população a gravidade da tuberculose. O perigo da tuberculose e o fato de todos ali estarem em risco é muito pouco percebido na comunidade. Há falta de ventilação, muita umidade, péssimas condições sanitárias, enfim, características propícias à disseminação da tuberculose”, explica Andrea.

Para Hans Dohmann, a mudança cultural da comunidade quanto à maior atenção com a saúde é uma questão que demanda tempo. “Infelizmente, isso é uma constante do sistema de saúde, da adesão dos pacientes, em relação à sua condição de saúde. A solução mais eficaz tem sido a presença de agentes de saúde indo, de casa a casa, cadastrar todos os moradores da Rocinha. A atenção básica é muito recente na Rocinha. Não há como mudar uma cultura de anos com rapidez”, justifica o secretário.



ONG pede criação de frente parlamentar para o enfrentamento da Aids, tuberculose e hepatites


Do Diário de Pernambuco

A Câmara Municipal do Recife recebe na manhã de hoje uma audiência pública sobre a situação da AIDS/HIV no Recife. Durante o evento, que faz partes das atividades para lembrar o Dia Mundial de Luta contra AIDS, a Articulação AIDS Pernambuco vai entregar um documento solicitando criação da Frente Parlamentar para o Enfrentamento à Epidemia da AIDS, Tuberculose e Hepatites do Recife.
  
Na ocasião, serão discutidos o crescimento da epidemia e o fenômeno conhecido como “feminização da AIDS”, além, da necessidade do diálogo e pressão para garantir a criação de projetos de lei que enfrentem os desafios da vulnerabilidade ao HIV e que promovam mais cidadania para vivência da soropositividade para o HIV/AIDS.

Participam da audiência organizações feministas, pessoas vivendo com AIDS, entidades de direitos humanos e militantes não institucionalizados que compõe a Articulação AIDS em Pernambuco.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde/Coordenação estadual DST/AIDS, em Pernambuco, o total é de 17.459 casos de AIDS, sendo 5.736 mulheres e 11.219 homens. No Recife, são cerca de 7.244 pessoas vivendo com AIDS.

Sesa e Sejus realizam inquérito de tuberculose em presídios


Da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará

Por concentrar as condições favoráveis para a disseminação da tuberculose, como aglomeração e confinamento duradouro, os presídios colocam a população carcerária  entre os grupos com maior risco de adoecer. No Ceará, enquanto a incidência de tuberculose por 100 mil habitantes foi de 43,8 na população total em 2011, nas 12 unidades penitenciárias distribuídas em sete municípios e população de 15.201 detentos, a taxa chegou 999,9 em 2010. Ciente desse quadro, a Secretaria da Saúde do Estado, em parceria com a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus), está realizando o Inquérito de Tuberculose em Unidades Penais do Ceará para estimar a prevalência da doença nos presídios cearenses. O inquérito objetiva descrever o perfil socioeconômico dos detentos, implementar os fluxos de referência para a doença, identificar resistência bacteriana e verificar os fatores de risco para o adoecimento.

O inquérito é um projeto de pesquisa do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EPISUS), do Ministério da Saúde, e do Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Em fase de coleta de dados, as atividades de campo envolvem 287 presos do Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira II (IPPOO II), que tem 1.117 presidiários, e 238 dos 623 detentos da Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II). A pesquisa, que inclui questionário e coleta de escarro de sintomáticos respiratórios para a realização de baciloscopia e cultura, será concluída em 30 de novembro. De acordo com o cronograma do inquérito, os resultados conclusivos serão apresentados em abril de 2013.

Parte dos  detentos no país ingressa nas prisões já infectados. Pelas condições que favorecem a disseminação da tuberculose, o sistema prisional expõe a população em geral à transmissão da doença através dos profissionais que trabalham nos presídios, dos visitantes (familiares e visitas íntimas) e do livramento dos presos. Como os detentos não estão completamente isolados do mundo  exterior, uma contaminação não controlada entre eles representa um grave risco à saúde pública. Segundo dados do Sistema de Informações Penitenciárias (INFOPEN), em 2010 a capacidade nominal das instituições carcerárias no país era de 164.624 presos, porém o número de detentos registrados era de 496.251, sendo 404.761 (82%) do sexo masculino. Naquele ano, foram notificados 4.643 casos novos da doença nos presídios. A taxa de incidência nacional na população em geral era de 37,7 por 100 mil habitantes e, na população privada de liberdade (PPL), de 1.041,7 por 100 mil.

De acordo com o Boletim Epidemiológico da Tuberculose divulgado em outubro pela Secretaria da Saúde do Estado, a série histórica de 2001 a 2011 no Ceará mostra tendência de declínio nas taxas de incidência. Em 2001 foram 46,8 casos para cada grupo de 100 mil habitantes e, em no ano passado, 43,8, redução de 6,4 pontos percentuais na última década. Em 2011 foram notificados no Ceará 3.703 casos novos de tuberculose, dos quais 2.125 eram pulmonares bacilíferos, alcançando esta forma um percentual de 57,3%. Isso significa que a transmissão está ativa e os pacientes estão sendo diagnosticados e tratados tardiamente. A taxa de mortalidade no Ceará em 2001, de 3,4 óbitos para cada grupo de 100 mil habitantes, foi reduzida para 2,8 em 2011, queda de 17,7% nos últimos 10 anos. Oito municípios foram definidos como prioritários para o controle da tuberculose, segundo parâmetros epidemiológicos definidos pelo Ministério da Saúde: Caucaia, Crato, Fortaleza, Maranguape, Itapipoca, Sobral, Maracanaú e Juazeiro do Norte. Em 2011, esses municípios responderam por 67% dos casos da doença no Estado.


Assessoria de Comunicação da Sesa
Selma Oliveira / Marcus Sá (selma.oliveira@saude.ce.gov.br / 85 3101.5220 / 3101.5221 / 8733.8213)






sábado, 1 de dezembro de 2012

Rio de Janeiro terá plano de enfrentamento à aids e tuberculose


Por ALERJ

A Secretaria de Estado de Saúde vai lançar, em março de 2013, um plano de enfrentamento à Aids, tuberculose e outras doenças em conjunto com os municípios. Segundo a subsecretária de Estado de Vigilância e Saúde, Hellen Miyamoto, o plano terá seis diretrizes, como assistência à saúde, regulação médica, comunicação, controle social, estrutura e prevenção. O assunto foi debatido nesta sexta (30/11),em audiência pública realizada pela Frente Parlamentar contra Tuberculose e Aids da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), presidida pelo deputado Gilberto Palmares (PT).

Cada município irá receber um plano, desenhado especificamente de acordo com a realidade de cada um. Em março, as prefeituras poderão assinar junto ao Governo do estado o compromisso de implementar esse plano, para que os resultados sejam plausíveis”, explicou Hellen, que pediu a ajuda da Alerj para que fossem criadas leis específicas sobre a questão das ONGs que trabalham na área da saúde. “O mecanismo de repasse de recurso é muito burocratizado. A gente pede a flexibilização da forma de contratação dessas organizações, pois, dessa forma, elas poderão desenvolver o trabalho junto com a comunidade em prol de ações de prevenção e detecção precoce”, finalizou. 

Representante da organização Pessoas Vivendo com HIV/Aids, José Mitidieri disse que falta assistência médica para os portadores do HIV no estado, com problemas desde a identificação do vírus e da doença até o tratamento. “Ainda há muito preconceito. A rede médica acha que porque uma pessoas tem Aids ela só pode ser tratada por um infectologista, quando qualquer clínico médico pode atendê-la em casos de emergência”, desabafou José.

Foi pedido à Alerj auxílio na criação de propostas que visem a conscientização da população quanto à prevenção e tratamento das doenças. De acordo com o coordenador da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual do município do Rio, Carlos Tufvesson, esta ajuda é fundamental para que mais cidades possam se organizar. Segundo ele, amanhã termina a “Campanha Carioca da Prevenção”, organizada pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio, que estimula a população a fazer a testagem de HIV e outras DSTs. “Essa campanha será feita a cada quatro meses, a partir de 2013”, acrescentou. 

Além disso, a Frente Parlamentar defendeu a aprovação de um projeto de lei, em tramitação na Casa e assinado por Palmares, além dos petistas André Ceciliano, Inês Pandeló, Nilton Salomão e Zaqueu Teixeira e do ex-deputado Robson Leite, que propõe a inclusão da tuberculose entre as doenças que garantem direito ao vale social. “Muitas pessoas deixam de fazer o tratamento simplesmente porque não têm dinheiro de passagem para ir buscá-lo”, explicou o presidente da Frente.

Para ouvir a gravação da Rádio ALERJ
http://radioalerj.posterous.com/estado-tera-plano-de-enfrentamento-a-aids-e-t