quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Denise Arakaki é nomeada diretora substituta do DIAHV

Fonte: Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais - MINISTÉRIO DA SAÚDE


Médica infectologista também coordena o Programa Nacional de Controle da Tuberculose


A médica infectologista Denise Arakaki Sanchez foi nomeada para exercer o cargo de substituta eventual do diretor do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV), Gerson Pereira. A nomeação foi publicada nesta terça-feira (26) no Diário Oficial da União, por meio da Portaria Nº 111.

Formada em medicina pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Denise Arakaki é especialista em Medicina Tropical pela Universidade de São Paulo (USP) e atuou na Secretaria de Saúde do Distrito Federal e na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Atualmente, exerce o cargo de coordenadora do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT) do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis (DEVIT) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde.


Aprovado novo medicamento para tuberculose pulmonar

Fonte: ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária


De acordo com o Ministério da Saúde, a cada ano são notificados aproximadamente 70 mil novos casos da doença.


Foi publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.) desta segunda-feira (25/2) a aprovação, pela Anvisa, do registro do medicamento Sirturo® (bedaquilina), indicado para o tratamento combinado da tuberculose pulmonar (TB) causada por Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosis) resistente a múltiplas drogas, em pacientes adultos. A nova forma farmacêutica é em comprimido, na concentração de 100 mg. A detentora do registro do medicamento, que deve ser administrado conforme recomendação médica, é a empresa Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda.

O Sirturo® tem várias propriedades que podem melhorar o quadro clínico de pacientes infectados com TB suscetível a drogas ou resistente a múltiplas drogas. A bedaquilina é um agente terapêutico com um mecanismo de ação único e específico para micobactérias.

A eficácia do medicamento foi demonstrada num estudo de fase II, controlado por placebo, duplo-cego, randomizado para avaliar a atividade antibacteriana, a segurança e a tolerabilidade da bedaquilina em pacientes com infecção pulmonar por baciloscopia positiva com Mycobacterium tuberculosis resistente a múltiplas drogas. O estudo foi conduzido na Ásia, na América do Sul, na Europa Oriental e na África do Sul. Os eventos adversos mais comuns citados com o uso do Sirturo® foram enjoo, dor de cabeça, vômito, visão embaçada, dores nas articulações e diarreia.

Segundo a Anvisa, a aprovação desse medicamento com base no estudo de fase II e no estudo de fase III em andamento é justificada e importante para o tratamento de pacientes com tuberculose resistente a vários fármacos. Sendo assim, os dados apresentados são suficientes para suportar a indicação proposta.

Tuberculose pulmonar

É uma infecção bacteriana contagiosa causada pelo M. tuberculosis, que afeta comumente os pulmões, mas que também pode se espalhar para outros órgãos. A doença é transmitida por aerossóis, quando as pessoas com tuberculose pulmonar expelem as bactérias, por exemplo, ao tossir.

Cerca de um terço da população mundial, isto é, mais de dois bilhões de pessoas, está infectada com M. tuberculosis. Na maioria desses casos a tuberculose é latente, ou seja, as pessoas infectadas não apresentam sintomas. No entanto, 10% delas irão adoecer com uma infecção por tuberculose ativa (incluindo um raio-X positivo de tórax).

A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil novos casos da doença e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência dela. A tuberculose é a causa principal de morte entre as pessoas com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).



terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Países do BRICS discutem pesquisas para tuberculose

Fonte: SVS Informa


O Brasil assumiu a presidência pro-tempore do Bloco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) este ano. Nessa condição, o País se torna o responsável por direcionar as atividades da Rede de Pesquisa em Tuberculose do Bloco. Para apoiar as pesquisas sobre o agravo, o Ministério da Saúde está financiando dois estudos no valor de um milhão de Reais cada. Com isso, o Ministério da Saúde atuará diretamente no desenvolvimento de ações para o fortalecimento da contratação de pesquisas colaborativas entre os países membros do BRICS no âmbito da Rede de Pesquisa em tuberculose. 

O tema será pauta da 4ª Reunião da Rede de Pesquisas em TB dos BRICS, que começa hoje na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e encerra na quinta-feira. Na ocasião, será definida a agenda prioritária de pesquisa para lançamento de um edital conjunto, com a participação colegiada dos cinco países. O grupo discutirá sobre o andamento das duas propostas de pesquisas já iniciadas pela Rede, além do envolvimento de outros parceiros (pesquisadores, financiadores e agências regulatórias), e discutirá sobre as demais atividades previstas para o ano de 2019.

Entre as pesquisas já financiadas pelo governo brasileiro está a validação no Brasil dos testes tuberculínicos (PPD) da Índia, China e Rússia. Trata-se de um estudo financiado pela Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), com a finalidade de validar os testes tuberculínicos no país. Atualmente, apenas uma empresa possui tal produto validado para uso no Brasil, e este estudo realizará a comparação de não inferioridade dos testes tuberculínicos. O projeto, financiado em um milhão de reais, será conduzido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e terá seus resultados divulgados até o final 2020.

A segunda pesquisa é sobre a validação de testes rápidos para o diagnóstico de TB da Índia e da China, no Brasil. O estudo é financiando pelo Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, e objetiva a incorporação da tecnologia dos testes rápidos para o diagnóstico de tuberculose no país pelo SUS. O projeto será desenvolvido nas dependências do consórcio RePORT-Brasil, e financiado pelo governo federal também em um milhão de reais. A pesquisa será conduzida pela UFRJ em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz e a Vanderbilt University (EUA), e os resultados serão divulgados até o final de 2020.

Rede de pesquisa

A Rede Pesquisa em TB dos BRICS foi lançada em novembro de 2017, em Moscou, durante a Reunião Interministerial Global. Desde então, reuniões aconteceram como tentativas de convergir os esforços dos cinco países-membro em pesquisas em tuberculose, com vistas ao enfrentamento da endemia que afeta desproporcionalmente esses países. Essas pesquisas têm o objetivo de fortalecer a resposta dos governos à doença, especialmente por meio de discussões voltadas para o desenvolvimento de novas ferramentas e estratégias que acelerem o alcance das metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde na Estratégia Global pelo Fim da Tuberculose, e endossadas no documento “Brasil Livre da Tuberculose: Plano Nacional para o Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública”. 
 
As universidades escolhidas para a realização das pesquisas foram selecionadas de acordo sua expertise na temática (experiência no diagnóstico da infecção latente e da tuberculose), bem como na experiência dos pesquisadores envolvidos em pesquisa clínica e na validação de novos testes para diagnósticos. 
 
No âmbito da agenda de saúde dos BRICS, a Rede de Pesquisa é vista como atividade exitosa e com resultados concretos apoiados diretamente pelo Ministério da Saúde. Assim, a Pasta visa garantir a harmonização política em temas de interesse comum dos países-membros em fóruns multilaterais, como na Assembleia Mundial da Saúde (OMS) e na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

Reunião na SVS

Em reunião realizada ontem (18), na Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), a coordenadora do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT), Denise Arakaki, apresentou as estratégias do Brasil para o enfrentamento do agravo para representantes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). Pela OMS, participaram da reunião Tereza Kasaeva, diretora Global de TB; Massimo Ghidinella, da unidade de doenças transmissíveis da OPAS em Washington/EUA; e Enrique Vazquez, da unidade de doenças transmissíveis da OPAS em Brasília/Brasil, além de técnicos da SVS de vários departamentos. 

Tereza Kasaeva salientou as dificuldades que países em conflito têm para enfrentar o agravo e falou dos riscos do aumento do número de casos no mundo. Massimo Ghidinella, por sua vez, parabenizou o Brasil pelos avanços obtidos no enfrentamento da tuberculose e pelas estratégias adotadas, como a ação em parceria com o Ministério da Justiça com foco na população privada de liberdade.


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Criança sem cicatriz vacinal não precisa revacinar contra tuberculose

Fonte: Ministério da Saúde


Nova orientação do Ministério da Saúde está alinhada com a OMS e o CTAI, após comprovação da eficácia da vacina contra tuberculose em crianças que não ficam com cicatriz.

Crianças que não apresentarem cicatriz vacinal após receberem dose da vacina contra tuberculose (BCG) não precisam ser revacinadas. A nova recomendação do Ministério da Saúde está alinhada com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) após estudos comprovarem a eficácia do imunobiológico também em crianças que não ficam com cicatriz depois da vacina. A orientação foi encaminhada aos estados e municípios na última sexta-feira (1º/2).

“Seguimos a recomendação da OMS com relação a BCG porque a ausência da cicatriz vacinal não significa que a criança não está protegida contra a doença”, explicou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues.


A medida foi discutida com especialistas em 2018, durante reunião do Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) com base no último Position Paper da OMS, publicado no ano passado. Instituído em 1991, o CTAI é integrado por representações de várias instituições ou organizações reconhecidas nacional e internacionalmente, como a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm); Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI); Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP); Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI); Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); Organização Pan-Americana da Saúde (Opas); Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco); entre outros.

A principal maneira de prevenir a tuberculose em crianças é com a vacina BCG, ofertada gratuitamente no SUS. Ela deve ser dada às crianças ao nascer nas maternidades, ou na primeira visita da criança no serviço de saúde, o mais precocemente possível. A vacina também está disponível na rotina dos serviços para crianças menores de cinco anos de idade. A vacina, que necessita de apenas uma dose, protege as crianças das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a meníngea.



Cobertura vacinal contra a Tuberculose

A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir doenças, por isso o Ministério da Saúde tem alertado periodicamente a população sobre a importância de manter a vacinação em dia.

A vacina BCG é uma das vacinas com maior adesão. Em 2017 registrou 96,2% de cobertura vacinal em todo o país, acima do preconizado pelo Ministério da Saúde que é de, pelo menos, 90%. Em anos anteriores a taxa da cobertura vacinal ultrapassada os 100%, sendo: 2011 (107,94%); 2012 (105,7%); 2013 (107,42%); 2014 (107,28%); 2015 (105,08%); 2016 (95,55%). Os gestores têm até o mês de abril para atualizar no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SIPNI) a situação vacinal local, mas dados preliminares já indicam uma cobertura em 2018 de 87,5%.

“Não podemos descansar com relação à vacinação. Só com altas coberturas vacinais é que conseguimos manter bem longe das nossas crianças doenças como a tuberculose, que pode até matar”, enfatiza Carla Domingues.

O Ministério da Saúde oferta gratuitamente nas mais de 36 mil salas de vacinação do SUS todas as vacinas recomendadas pela OMS no Calendário Nacional de Vacinação. Atualmente, são cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos, por ano, para combater mais de 20 doenças, em todas as faixas etárias. Há ainda vacinas especiais para grupos em condições clínicas específicas, como portadores de HIV, disponíveis nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).