quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Manejo da Coinfecção Tuberculose-HIV (TB-HIV)

Fonte: UNA-SUS



Produzido pela Secretaria Executiva da UNA-SUS, o curso é ofertado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS). O objetivo é fornecer subsídios para que os profissionais de saúde atendam integralmente, e de forma qualificada, as pessoas coinfectadas por tuberculose e HIV. Para isso, o curso aborda tanto aspectos etiológicos, como aspectos psicossociais e clínicos da associação entre as doenças.

É composto por três unidades, que tratam de aspectos de apoio psicossocial e manejo clínico de coinfecção, com foco especial no diagnóstico de tuberculose nas pessoas que tem HIV, e a organização de serviços para atendimento de pessoas coinfectadas por TB-HIV. Além de uma unidade dedicada a casos clínicos interativos que simulam situações reais.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, a tuberculose é a doença infecciosa que mais mata pessoas com HIV. Por isso, é necessário tratar as doenças de forma conjunta.

  •  Matrículas: podem ser realizadas até 20 de dezembro, pelo link
  •  Público-alvo: Profissionais de saúde da Atenção Básica e demais interessados no tema.
  •  Carga horária: 60 horas
  •  Critérios de certificação: É necessário completar os dois quizzes e os três casos clínicos, obtendo uma nota mínima de 90 pontos

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Conferência Ministerial Global: “acabando com a tuberculose na era dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”

Nos dias 16 e 17 de novembro, foi realizada a primeira Conferência Ministerial Global: “acabando com a tuberculose na era dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, em Moscou, Federação Russa. A reunião foi organizada pelo governo russo, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), e foi inaugurada pelo presidente do país, Vladimir Putin. O evento reuniu mais de mil participantes, dentre eles 75 Ministros da Saúde dos países prioritários para o controle da tuberculose, representantes da sociedade civil, da academia e das organizações internacionais.

Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, disse que são necessárias ações e investimentos intensificados para acelerar a resposta à tuberculose (TB) e alcançar todas as pessoas afetadas pela doença. A TB é a doença infecciosa que mais mata no mundo, são cerca de cinco mil mortes por dia. A Ministra da Saúde da Federação da Rússia, Dr. Veronika Skvortsova, declarou seu compromisso de acabar com a doença, afirmando que “a conferência oferece uma oportunidade única para acelerar os esforços em todo o mundo para acabar com a epidemia da tuberculose até 2030, através de uma abordagem multissetorial e interdisciplinar na agenda do Desenvolvimento Sustentável”.

O Secretário Executivo do Ministério da Saúde, Dr. Antonio Carlos Nardi, representou o Brasil na conferência e falou no primeiro painel de alto nível "Acabando com a epidemia de tuberculose: Perspectivas dos países de alta carga de TB e de TB-MDR". Dr. Nardi ressaltou a importância do evento e de finalmente haver uma priorização política mundial em torno da doença. Além de expor as atividades realizadas no Brasil para o enfrentamento da doença, o Secretário Executivo se comprometeu em criar um Comitê Interministerial para o acompanhamento das políticas públicas em tuberculose. Para ele “envolver os ministérios da Justiça, Desenvolvimento Social, das Cidades, dos Direitos Humanos, Educação, Ciência e Tecnologia e Casa Civil é uma estratégia fundamental”.


As autoridades presentes assinaram no dia 17 de novembro, uma Declaração Ministerial, com compromissos para avançar na luta contra a tuberculose. A declaração será o documento norteador da Reunião de Alto Nível sobre Tuberculose da ONU, a realizar-se ano que vem durante a Assembleia Geral das Nações Unidas.

Os BRICS

A ocasião foi ainda a oportunidade que os representantes da academia e dos governos dos países dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) escolheram para formalizar o lançamento da Rede BRICS de Pesquisa em Tuberculose, uma rede que tem o objetivo de identificar prioridades de pesquisa e maneiras de cooperação para avançar na luta contra a tuberculose e alcançar as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, para 2030. A Rede foi formalizada no dia 17 de novembro pelo governo da Federação Russa, com o apoio dos demais países.

A Rede é o primeiro produto do Plano de Cooperação em Tuberculose dos BRICS, proposto pelos Ministros da Saúde dos cinco países em 2014, e acordado também pelas autoridades em 2016. O plano centra esforços em medidas de atenção, proteção social e pesquisa para o combate da doença nos países do grupo e em países de baixa e média renda.

Os BRICS concentram quase 50% de todos os casos novos de tuberculose no mundo. Apesar de ser o país com o menor número de casos no grupo, o Brasil é o único país prioritário para a tuberculose na região das Américas. A tuberculose é uma ameaça comum para a saúde pública dos cinco países e, ao unir esforços, os BRICS tomaram o primeiro passo para fazer frente à doença, liderando a agenda de pesquisa para o desenvolvimento de novas ferramentas para o seu enfrentamento.



    Fotos oficiais da OMS clique aqui









terça-feira, 14 de novembro de 2017

Agentes penitenciários e detentos da Máxima participam de projeto que servirá de referência contra tuberculose

Fonte: AGEPEN - Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário


Campo Grande (MS) – Com a finalidade de reduzir a incidência da tuberculose (TB) na população carcerária, projeto pioneiro no Brasil e no mundo está sendo realizado com detentos e agentes penitenciários de Mato Grosso do Sul. Os trabalhos já tiveram início no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho (EPJFC) – o Segurança Máxima da capital – e depois serão desenvolvidos também na Penitenciária Estadual de Dourados (PED), as duas maiores unidades prisionais do estado.

Iniciados há duas semanas na Máxima de Campo Grande, os trabalhos consistem na realização de entrevista, de coleta de escarro para teste rápido molecular e cultura da bactéria, além de raios X digitais. Para isso, os profissionais responsáveis contam com o apoio de uma unidade móvel, em forma de contêiner, totalmente equipada, que está estacionada dentro do presídio. Todos os agentes penitenciários da unidade prisional e mais de cem internos já foram triados até o momento.
 

A ação está sendo realizada pelo Governo do Estado, através da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a Secretaria de Estado de Saúde (SES), em parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), além da colaboração internacional da Universidade de Stanford e do Instituto Nacional de Saúde Pública dos Estados Unidos.

Segundo o idealizador e coordenador do projeto, infectologista Júlio Croda, o objetivo é provar que as unidades móveis são efetivas para o controle, ou mesmo, erradicação da doença. A ideia principal, destaca Croda, é identificar, em um curto período de tempo, os casos de tuberculose para evitar a transmissão. “Ao final dos trabalhos, pretendemos mostrar o impacto e justificar a existência da unidade móvel nos presídios como uma solução possível e efetiva”.


Conforme o infectologista, os dois presídios foram escolhidos porque concentram de 70 a 75% dos casos de tuberculose que ocorrem dentro das prisões do estado. “Desta forma, reduziremos consideravelmente os casos de TB, ressalta o médico, que também é pesquisador da Fiocruz, reforçando que a medida deverá impactar na comunidade em geral, devido ao fluxo de entradas e saídas nestes locais.

O projeto terá duração de dois anos e meio, com meta de cinco triagens em cada penitenciária, desenvolvidas por três meses, alternadamente. Desta forma, se pretende identificar precocemente todos os casos de tuberculose de ambas as unidades penais, iniciar o tratamento e diminuir a transmissão. “Para isso, estamos com a equipe totalmente externa do projeto, ou seja, não estamos sobrecarregando a equipe de saúde do presídio”, pontua. “Temos três enfermeiros, um médico e dois tecnólogos de raios X”, complementa Croda.

A meta, segundo ele, é que, no futuro, seja um trabalho permanente. “Mesmo porque, já existe uma sinalização do Ministério da Justiça e da Saúde, pelo programa nacional de controle de tuberculose, de ampliar para todos os estados a ideia de trabalhar com unidades móveis e com custos mais baratos”, finaliza Croda.

Força-tarefa

Na Agepen, o trabalho é coordenado pela Diretoria de Assistência Penitenciária (DAP), por meio da Divisão de Saúde. Com 2.335 detentos, a Máxima de Campo Grande possui uma demanda elevada de movimentação de presos e, para que o prazo das triagens seja cumprido, a DAP, em conjunto com a Diretoria de Operações e a direção do presídio, elaborou estratégias que irão otimizar as triagens, chegando a 40 custodiados atendidos por dia.

Até o momento, foram identificados dois detentos com tuberculose, que passaram pela consulta médica com o infectologista Júlio Croda e já iniciaram o tratamento padrão com a medicação, conforme o Ministério da Saúde, que dura cerca de seis meses.

Segundo a enfermeira e responsável pela triagem, Andrea Carbone, todos os participantes são informados sobre a realização do projeto; antes dos exames é assinado o termo de consentimento e aplicado um questionário. “Após essa etapa, coletamos o escarro para o teste rápido molecular e é feito o exame de radiografia do tórax”, esclarece.

Os dois testes são realizados na hora e no mesmo dia ficam prontos, apenas o laudo com as imagens de raios X que são entregues ao setor de saúde do presídio na outra semana, atendendo todas as recomendações do Ministério da Saúde.


Há 12 anos atuando como agente penitenciário da área de segurança e custódia, Dirceu Belmar Monis, de 39 anos, participou do projeto e realizou, pela primeira vez, a radiografia do tórax. “Ações de prevenção e combate de doenças respiratórias dentro dos presídios é de extrema relevância, principalmente para nós profissionais que trabalhamos em locais com superlotação e em contato direto com a massa carcerária, onde a transmissão é ainda mais acentuada”, afirma.

O interno José Antônio de Oliveira, 34 anos, está preso há nove anos e teve pneumonia por três vezes antes de ir para a prisão. “É importante realizar esses exames, principalmente pelo meu histórico de doença respiratória; aqui dentro do presídio é a primeira vez que faço radiografia de tórax e o atendimento que recebi foi ótimo”, elogia.

Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, projetos como esses demonstram o comprometimento da instituição com a saúde dos reeducandos e dos servidores penitenciários, considerando que a prevenção de doenças é a melhor saída para uma gestão eficaz. “É importante destacar também que a iniciativa é fruto de parceria entre o Governo do Estado e universidades brasileiras e até de fora do país, reforçando esse esforço em prol do sistema prisional, bem como de toda a população”, ressalta.

Investimentos

De acordo com os responsáveis, para equipar a unidade móvel, foram investidos R$ 700 mil em projetos vinculados a UFGD, dos quais R$ 137 mil pelo Governo de Mato Grosso do Sul, utilizados na preparação do baú, que barra a radiação emitida pelo aparelho de raios X; além disso, a Secretaria de Saúde doou 4 mil laudos. As instituições americanas financiaram R$ 2,2 milhões para as pesquisas e a carreta utilizada para o transporte da estrutura foi doada pela Receita Federal.

Texto e fotos: Tatyane Santinoni e Keila Oliveira.


segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Vivendo com HIV mas morrendo de tuberculose

Fonte: UNAIDS BRASIL


A tuberculose mantém seu status indesejável na liderança de doenças infecciosas que mais matam no mundo. De acordo com o último Relatório Global de Tuberculose de 2017 da Organização Mundial da Saúde, lançado nesta semana, o progresso global em reduzir novos casos de tuberculose e mortes é insuficiente para atingir os objetivos globais para tuberculose e HIV, apesar da maioria das mortes poderem ser evitadas com diagnóstico precoce e tratamento apropriado para tuberculose e HIV.

Como parte dos esforços globais para promover a resposta à tuberculose, a agenda de desenvolvimento global agora recebendo destaque entre centenas de líderes globais que vão participar da primeira Conferência Ministerial Mundial da OMS sobre o Desempenho da TB em Moscou, de 14 a 17 de novembro, e em uma Reunião de Alto Nível dedicada à Assembléia Geral das Nações Unidas sobre TB em 2018.

“Temos uma oportunidade sem precedentes para um enfoque político sobre as desigualdades que impulsionam a epidemia de tuberculose e HIV”, disse Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS, “O retorno do investimento em TB e HIV é mais do que apenas dólares, está nas vozes ouvidas, direitos protegidos e vidas salvas “.

Em 2016, o risco de desenvolver doenças da tuberculose entre os 37 milhões de pessoas vivendo com HIV era cerca de 21 vezes maior do que o risco no resto da população mundial. Houve mais de um milhão de casos de tuberculose entre as pessoas que vivem com HIV – 10% de todos os casos globais de tuberculose em 2016. As pessoas vivendo com HIV têm muito mais chances de morrer de doença de TB do que pessoas HIV-negativas e uma em cada cinco (22%) das mortes por tuberculose ocorrem entre pessoas vivendo com HIV. Em 2016, houve 374.000 mortes por tuberculose entre pessoas vivendo com HIV, o que representa quase 40% de todas as mortes relacionadas à AIDS.

A doença da tuberculose e as mortes decorrentes podem ser evitadas com terapia preventiva, mas a maioria das pessoas que vivem com HIV que podem se beneficiar do tratamento não está recebendo. Em 2016, menos de 1 milhão de pessoas recém-matriculadas em cuidados com HIV foram iniciadas no tratamento preventivo de TB. A África do Sul representou a maior parcela do total (41%), seguida de Moçambique, Zimbabwe e Malawi.

O fardo global da tuberculose resistente aos medicamentos continua a aumentar com cerca de 600.000 casos que requerem tratamento, mas apenas um em cada cinco inscrito no tratamento em 2016.

A incidência mundial de tuberculose cai apenas cerca de 2% ao ano e em 16% dos casos de tuberculose as pessoas morrem da doença; até 2020, esses números precisam melhorar para 4-5% ao ano e 10%, respectivamente, para alcançar os primeiros marcos (2020) da Estratégia pelo Fim da Tuberculose da OMS. As principais lacunas permanecem no financiamento global para prevenção e tratamento da TB (US$ 2,3 bilhões) e pesquisa de tuberculose em novos medicamentos, vacinas e diagnósticos (US$ 1,2 bilhão) para 2017.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Conferência Nacional de Vigilância em Saúde deve reunir 2 mil pessoas em Brasília

Fonte: Conselho Nacional de Saúde


Entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro de 2017 será realizada a 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde (CNVS). O evento, que pretende reunir cerca de 2 mil pessoas de todo o Brasil na capital federal, é uma realização do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
 
Trabalhadores, usuários, gestores, conselheiros municipais, estaduais, nacionais e secretários de saúde, além de uma série de representantes de movimentos sociais em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), estarão reunidos em Brasília para discutir a proposta de uma Política Nacional de Vigilância em Saúde.
 
Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Adeilson Cavalcante, “a realização desse evento irá oportunizar o debate técnico e vai contribuir para a construção de uma política nacional fruto do trabalho dos profissionais da área de vigilância  para a melhoria e o fortalecimento das estratégicas de saúde em todo o país”. 
 
Com o tema central “Vigilância em Saúde: Direito, Conquistas e Defesa de um SUS Público de Qualidade”, o evento tem o objetivo de debater com a sociedade brasileira o direito à promoção e proteção da saúde. 
 
A 1ª CNVS é precedida por etapas preparatórias, realizadas em todos os estados brasileiros. Cada etapa reúne propostas apresentadas por participantes de municípios e macrorregiões locais. Também estão ocorrendo conferências livres organizadas pelos mais diversos públicos, como pessoas em situação de rua, acadêmicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), população do campo, da floresta e das águas, movimento LGBT e povos ciganos, por exemplo, a fim de discutir necessidades específicas sobre vigilância em saúde.
 
A conferência nacional reunirá todas as propostas aprovadas nestas fases que antecedem o evento final, onde serão apresentadas e defendidas pelos delegados eleitos e convidados (no caso das conferências livres) em cada uma das etapas.
 
A conferência nacional conta com um site específico para informações sobre o tema www.cnvs.org.br.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

O Fundo Fiduciário das Nações Unidas para acabar com a violência contra a mulher está aceitando pedidos para o seu 21º ciclo de financiamento de projetos (2017)

Fonte: UN WOMEN Fund for Gender Equality


Prazo de inscrição: 5 de dezembro de 2017
 
O Fundo Fiduciário das Nações Unidas para acabar com a violência contra as mulheres (UN Trust Fund) concede bolsas para iniciativas que demonstram que a violência contra mulheres e meninas pode ser sistematicamente abordada, reduzida e, com persistência, eliminada.

As organizações da sociedade civil são convidadas a enviar propostas de para projetos de US$ 50.000 até US$ 1 milhão por um período de três anos.
 
As propostas devem se encaixar em uma das três áreas programáticas:

(1) Melhorar o acesso das mulheres e meninas a serviços multissetoriais essenciais, que abordem segurança e sejam adequados para acabar com a violência contra mulheres e meninas;

(2) Aumento da eficácia da legislação, políticas, planos de ação nacionais e sistemas de responsabilização para prevenir e acabar com a violência contra mulheres e meninas; e
(3) Melhorar a prevenção da violência contra mulheres e meninas através de mudanças no conhecimento, atitudes e práticas.
 
Este ano, o Fundo também está buscando projetos específicos nas duas áreas:
(a) abordar a violência contra mulheres e meninas no contexto da atual migração forçada e crise de refugiados; ou
(b) abordar a violência contra mulheres e meninas com deficiência.
 
Serão priorizadas as candidaturas de organizações de direitos das mulheres, organizações dirigidas por mulheres e pequenas organizações de mulheres, em reconhecimento da sua capacidade de exercer a força motriz pelo fim da violência contra a mulher, além de estar à frente da assistência de mulheres e meninas sobreviventes no nível local.
 
Para ler o texto inteiro, em inglês, espanhol ou francês, clique aqui:  English | Español | Français
 
Para submeter, clique aqui.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Brasil é um dos países de alta carga de TB com melhores indicadores relacionados à incidência, diz OMS

Fonte: Ministério da Saúde


Relatório aponta notificação de quase 90% de todos os casos no país e indica que a situação epidemiológica da tuberculose drogarresistente (TB-DR) no Brasil é controlada

O Brasil foi reconhecido como um dos poucos países de alta carga de tuberculose com bom desempenho no que diz respeito aos indicadores de incidência, com uma notificação de quase 90% de todos os casos no país. Além disso, também é um dos poucos países que depende inteiramente de recursos domésticos para o controle da tuberculose, o que indica a prioridade do governo para o enfrentamento da doença. Esses são alguns pontos abordados no Relatório Global de Tuberculose, lançado neste mês de outubro pela Organização Mundial de Saúde (OMS).  Para a publicação deste ano, focou-se nas metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e da Estratégia pelo Fim da Tuberculose.



O documento, que revela os dados epidemiológicos da tuberculose no mundo, considerando 201 países e territórios que representam mais de 99% da população mundial e dos casos notificados de tuberculose, indica que a situação epidemiológica da tuberculose drogarresistente (TB-DR) no Brasil é controlada. Segundo a publicação, isso se dá por diversas atividades de controle estabelecidas no país, entre elas a oferta do tratamento exclusivamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados mostram que desde a implantação do Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB), que detecta a resistência à rifampicina no momento do diagnóstico, o Brasil diagnosticou mais de 50% dos casos de TB multidrogarresistente estimados para o país pela OMS.

O relatório indica ainda que a integração de uma agenda multissetorial de pesquisa no Brasil tem sido crucial para o enfrentamento da doença. Um exemplo reconhecido pela OMS é o engajamento entre o Ministério da Saúde, academia, organismos internacionais e agências de financiamento para otimizar a prestação de serviços de TB para as populações mais pobres e vulneráveis do Brasil, alavancando a plataforma nacional de proteção social existente. O documento destaca que ao priorizar medidas de proteção social, o país busca diminuir as barreiras para o acesso ao tratamento completo, diminuindo, portanto, o abandono ao tratamento.

Situação do Brasil

O Brasil figura como um dos países prioritários para o enfrentamento da tuberculose e da coinfecção TB-HIV, de acordo com a OMS. Isso significa que o país está entre os 48 países prioritários para a abordagem da tuberculose, tanto por ser considerado um dos países com maior número de casos da doença no mundo, como também por ser um dos países com maior número de casos de TB-HIV.

Apesar desses países representarem 90% do número de casos de tuberculose no mundo, o Brasil, com seus 87 mil casos estimados, representa menos de 1% dos casos globais.

Apenas três países em desenvolvimentos foram considerados como países com altas taxas de detecção: Brasil, China e a Federação Russa. Dos trinta países de alta carga, apenas cinco foram considerados com alta cobertura dos serviços de tratamento: Brasil, China, Federação Russa, Vietnam e Zimbabué.

Apenas sete dos trinta países de alta carga da doença superaram 90% de cura dos casos de tuberculose. Alguns países ainda precisam avançar, como é o caso do Brasil, que apresentou 71% de cura entre os casos novos.

O relatório revela ainda que, no Brasil, os percentuais de testagem para o HIV seguem elevados. Entretanto, menos de 50% dos casos de TB com HIV positivo iniciaram terapia antirretroviral (TARV) em 2016. Ações, em parceria com o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, continuam sendo realizadas para melhorar esse resultado.

Tuberculose drogarresistente

A resistência antimicrobiana tem sido uma prioridade na agenda global de saúde. Estima-se que a tuberculose drogarresistente (TB-DR) seja responsável por um terço das mortes relacionadas à resistência aos antimicrobianos. A TB-DR é uma ameaça para a atenção e prevenção global da tuberculose e continua como um problema de saúde pública em muitos países.

Em 2016, apenas 153.119 casos de TB-DR foram notificados no mundo e desses, apenas 129.689 iniciaram o tratamento. Isso significa que mais de 20 mil casos diagnosticados com algum tipo de resistência não receberam qualquer tipo de tratamento. Além disso, o número de casos que iniciaram o tratamento para a TB-DR em 2016 representa apenas 22% da incidência estimada desses casos.

Pesquisa e inovação para o alcance das metas

A OMS estabeleceu desde 2014, com a aprovação da Estratégia pelo Fim da TB, que sem o desenvolvimento de novas ferramentas e sua incorporação aos sistemas de saúde, não seria possível alcançar as metas para o fim da epidemia global. Isso significa que novos diagnósticos, tratamentos encurtados e uma vacina eficaz são necessários para redução significativa do número de casos de tuberculose no mundo.

Cobertura Universal

Entretanto, os dados lançados indicam que o progresso para acabar com a tuberculose está estagnado. De acordo com o relatório, 10,4 milhões de pessoas adoeceram com tuberculose no ano de 2016, dentre esses casos, cerca de 600 mil apresentaram alguma forma de resistência ao tratamento, e 1,7 milhão de pessoas morreram por conta da doença. Duas em cada cinco pessoas com tuberculose não foram diagnosticadas ou notificadas, o que ilustra o desafio mundial para o alcance das metas estabelecidas para o enfrentamento da doença.

Alcançar as metas da tuberculose acordadas nos ODS e na Estratégia pelo Fim da TB requer ações voltadas para a cobertura de saúde universal e ações multissetoriais para abordar os determinantes sociais e econômicos da tuberculose.

O Brasil serve como estudo de caso para a OMS para as ações em cobertura universal para o tratamento da TB, proteção social e estratégias que abordam os determinantes da doença. Isso porque o Sistema Único de Saúde garante o diagnóstico e tratamento da tuberculose e o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) tem priorizado as discussões sobre proteção social entre suas ações.

Por Nucom SVS
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