sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Frente Global de TB marca nova era na luta contra a tuberculose

Por Matt Oliver

Cidade do Cabo, África do Sul, 28 de novembro de 2015 - a segunda reunião da Frente Global de TB terminou hoje com um movimento sem precedentes marcado pela vontade política para liderar a luta contra a tuberculose (TB).

A reunião contou com 50 representantes políticos de 30 países, unidos a fim de discutir o que poderiam fazer, coletivamente e individualmente, para combater a doença. Com uma programação de três dias, os representantes ouviram apresentações de especialistas e líderes mundiais e da sociedade civil, e visitou programas de TB na área da Cidade do Cabo.

Os participantes da reunião eram membros da Frente Global de TB, um movimento mundial de parlamentares, fundado em Barcelona, em outubro de 2014. Desde a reunião inicial, com apenas nove países, a Frente cresceu e se tornou uma das maiores redes de seu tipo no mundo, adotando o apoio de mais de 1.000 parlamentares de 101 países.

A abertura da Conferência foi realizada pelo Dr Aaron Motsoaledi, Ministro da Saúde da África do Sul, em nome da Vice-Presidente Cyril Ramaphosa. Dr Motsoaledi é copresidente da Frente Global de TB e destacou o papel dos parlamentares na luta contra a doença. "O mundo acordou os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que visam à eliminação da TB, em 2030, e temos um novo Plano Global que nos instrui sobre como fazê-lo. Sem compromisso político, no entanto, o plano não terá sucesso. Cabe a cada um de nós mobilizar esse compromisso político ".

Durante a Conferência, os participantes ouviram as apresentações do Fundo Global de Combate ao HIV/Aids, TB e Malária e do Stop TB Partnership. Parlamentares defenderam com unanimidade o apoio ao próximo reabastecimento do Fundo Global, e discutiram formas de aumentar a responsabilização dos governos que recebem recursos do Fundo. Os parlamentares aprovaram ainda o Plano Global pelo Fim da TB 2016-2020 do Stop TB Partnership.
Parlamentares e Representantes dos países americanos

Dr. Lucica Ditiu, Secretária Executiva do Stop TB Partnership, chamou a atenção para a natureza singular da Frente Global de TB: "Essa é a maior reunião política de tuberculose dos últimos 100 anos e a única rede de seu tipo no mundo. A tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo, isso porque tem sido negligenciada há décadas. Essa reunião marca uma nova era na luta contra a doença".

Na sessão final, os parlamentares africanos formalizaram o compromisso de lançar uma Frente Parlamentar de TB Africana em julho 2016, em Durban. Parlamentares europeus e das Américas se comprometeram em lançar redes semelhantes até o final de 2016 para complementar a rede do Pacífico Asiático, criada em Agosto de 2015. Parlamentares se comprometeram ainda em estabelecer Frentes Nacionais de TB para o Dia Mundial da Tuberculose. Finalmente, houve acordo unânime para fundar um secretariado formal para apoiar os diversos trabalhos nos parlamentos.

Deputado uruguaio Luis Enrique Gallo e Dr Motsoaledi
No encerramento da reunião, o parlamentar Nick Herbert (Reino Unido), copresidente da Frente Global de TB, desafiou os participantes a cumprirem suas promessas: "A Frente Global de TB não é em si o objetivo final. Temos de nos certificar de que nós lideraremos a verdadeira ação contra a epidemia em cada um dos nossos países. Nós somos as pessoas que aprovam orçamentos,  leis, cobram resposta dos nossos governos, e nós temos uma plataforma. Nós temos o poder de impulsionar a mudança pelo fim da TB, e é isso que temos de fazer".

Para qualquer informação adicional sobre a Frente Global de TB, entre em contato com o Chefe do Secretariado, Matt Oliver: matt.oliver@globaltbcaucus.org, +44 (0) 7775 694767

Uma conferência em que a esperança prosperou

Traduzido do site da 46ª Conferência Mundial de Saúde Pulmonar da Union

José Luis Castro - Foto: Marcus Rose/ The Union
Uma Nova Agenda deu forma à 46ª Conferência Mundial de Saúde Pulmonar, na Cidade do Cabo, na África do Sul, e inspirou uma comunidade de mais de quatro mil participantes a abraçar a luta dessa nova era.

A maior conferência global de saúde pulmonar até o momento, o evento desse ano ofereceu um número recorde de sessões ao longo dos cinco dias de programa científico.

José Luis Castro, Diretor Executivo da Union (União Internacional contra a Tuberculose e Doenças Pulmonares), fez um tributo à Union e seus membros durante a Cerimônia de Encerramento: “Como organização, sobrevivemos a guerras mundiais, calamidades econômicas e crises em todo o mundo. E nós ainda estamos aqui”.

Como um precursor da conferência, cerca de 50 parlamentares de 30 países se reuniram para Cúpula Global de TB. Este evento, co-presidido pelo deputado britânico Nick Herbert e pelo Ministro da Saúde sul-africano, Dr Aaron Motsoaled, marcou a importância de que os parlamentares devem persuadir seus respectivos governos para uma ação urgente em relação à tuberculose, incluindo acesso ao tratamento para todos os afetados. O ponto alto da reunião foi o momento em que os membros endossaram o Plano Global do Stop TB Partnership pelo Fim da TB 2016-2020: A mudança de paradigma.

Durante a conferência, foram reveladas algumas descobertas científicas críticas e algumas atualizações promissoras, que terão impacto real para pacientes que vivem com a TB.

A TB Alliance e seus parceiros anunciaram a disponibilidade dos primeiros medicamentos direcionados a crianças. Essas formulações melhoradas são solúveis e saborizadas, para que sejam mais facilmente administradas às crianças pelos pais e profissionais de saúde.

Os delegados assistiram a apresentações que destacaram pessoas vivendo com TB-MDR (Tuberculose Multidrogarresistente) que estão sendo efetivamente tratadas com um esquema de tratamento de nove meses. E há melhores esquemas a caminho, incluindo um regime de nove meses que não requer injeções e outro de seis meses para TB-MDR.

Foto: Marcus Rose/ The Union
A Union divulgou estudos sobre o impacto da TB em populações-chave – e houve apresentações inspiradoras sobre populações vulneráveis: crianças, camponeses e pessoas privadas de liberdade. Said Paul Bourdillon, um estudante da Escola de Medicina de Yale, fez a seguinte afirmação sobre suas pesquisas com a população prisional no Brasil: “antes de pensar na erradicação da TB no Brasil, temos que eliminar a doença nas prisões.”

A sociedade civil teve seu impacto na conferência com a marcha “Juntos para o Fim da TB”. Cerca de mil pessoas marcharam do subúrbio da Cidade do Cabo até o centro da cidade, onde se juntaram ao Dr. Motsoaledi, que reforçou seu compromisso de dar acesso e tratamento para todos os pacientes de TB: “qualquer ser humano neste planeta que tenha TB deve ter acesso ao tratamento”.

Mas alguns dos momentos mais potentes da conferência de cinco dias vieram das estórias de vida contadas pelas pessoas que viveram e venceram a TB. Os delegados presentes na Sessão inaugural ovacionaram espontaneamente Juliet Vivien Nalumu que contou suas experiências como paciente com a coinfecção TB-HIV. E Phumeza Tisile, que perdeu sua audição (agora recuperada após um implante coclear) durante o tratamento da TB-XDR, mas encontrou seu chamado ao fazer campanhas em prol das outras pessoas que enfrentam a doença. Constance Manwa, que falou sobre como sobreviveu à TB, vivendo com o HIV, explicou como aprendeu a viver positivamente.

Essa foi uma conferência em que estórias de esperança floresceram.

Veja as fotos do evento clicando aqui.




sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Projeto PACTU, do município de São Paulo, recebe visita do PNCT

 Do Programa Municipal de Controle da Tuberculose de São Paulo

São Paulo, 4 de dezembro de 2015 - Nos dias 2 e 3 de dezembro o projeto PACTU (Projeto de Ações Contingenciais no enfrentamento à Tuberculose na População em Situação de Rua – PACTU pela Cura) recebeu a visita das consultoras do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) para monitorar as atividades com os pacientes inseridos neste processo. A visita do PNCT/MS ao projeto da cidade de São Paulo faz parte de uma série de visitas em outros municípios do país com o Projeto das Ações Contingenciais no Enfrentamento da Tuberculose nas Populações Vulneráveis.

O projeto PACTU tem como estratégia de adesão ao tratamento o desenvolvimento do Projeto Terapêutico Singular (PTS) para pessoas com tuberculose que se encontram em situação de rua.
A partir da articulação intra e intersetorial, o projeto visa muito além da cura da doença, busca o resgate da autoestima, da cidadania e da conquista da inclusão social.

O Projeto PACTU foi uma elaboração coletiva, a 20 mãos, coordenado pelo Programa de Controle da Tuberculose da Cidade de SP/COVISA e em parceria com o Programa Estadual de Controle da Tuberculose, PNCT/Ministério da Saúde, Atenção Básica, Parceira Associação Nossa Sra do Bom Parto, Secretaria Municipal do Desenvolvimento e Assistência Social, Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Cidadania, organizações da sociedade civil / Rede Paulista no Controle Social da Tuberculose, Movimento Nacional da População em Situação de Rua.

Para saber mais do Projeto Pactu clique aqui e aqui.

Veja a programação do evento abaixo:

Data: 02 . dezembro . 2015
Horário: 8h30 ~ 12h
Participação na oficina de Decoupage
Local: CS Barra Funda
Horário: 13h30 ~17h
Reunião com a Equipe PACTU:
Participantes: profissionais que atuam no projeto PACTU+ CRS Centro + SUVIS Sé + COVISA+ MS
Local: COVISA

Data: 03. dezembro . 2015
Horário: 8h30 ~ 12h
Participação na Atividade: Café Sem TB, entrega de certificado de Cura e Roda de Conversa: Participação dos animadores TATATI e TATATA ( profissional do Cna Rua e UBS N Sra do Brasil), orientações e dúvidas sobre a doença com os pacientes.
Local: UBS N Sra do Brasil
Horário: 13h30 ~ 17h
Reunião com o GT intersetorial PACTU:
Participantes:
Representantes intra intersetorial: SMADS / Atenção Básica / CRS Centro / SUVIS Sé / COVISA/ MS
Representantes do Projeto PACTU
Sociedade civil: Rede Paulista de Controle Social da TB
Movimento social: MNPR

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Programa de Controle da Tuberculose do estado de São Paulo realiza curso de aperfeiçoamento para gestores

São Paulo, 30 de novembro de 2015 – Entre os dias 23 e 27 de novembro, o Programa de Controle da Tuberculose do Estado de São Paulo realizou o VIII Curso de Aperfeiçoamento em Gestão das Ações de Controle da Tuberculose.

O encontro foi realizado no Centro de Vigilância Epidemiológica “Professor Alexandre Vranjac” e contou com a participação de 43 profissionais, de várias categorias, como enfermeiros, assistentes sociais, médicos, biólogos, dentista, farmacêutico e químico, de 21 municípios. Os participantes são provenientes de várias instâncias: Unidades de Saúde, equipes de Consultório na Rua, laboratórios/IAL, Sistema Penitenciário, hospital e Vigilâncias em Saúde.

O primeiro dia do encontro foi dedicado ao Sistema Único de Saúde – SUS (conceitos, diretrizes, carta dos direitos do usuário, etc), ao Sistema Único de Assistência Social – SUAS (Proteção social básica, especial, etc), vulnerabilidade e tuberculose e drogas e TB. Os facilitadores para as apresentações desse dia foram: José Carlos Veloso (coordenador da Rede Paulista de Controle Social da Tuberculose), Isabel Bueno da Silva (coordenadora de proteção social especial da Faculdade de Saúde Pública da USP), Vânia Camargo da Costa (consultora do Programa Nacional de Controle da Tuberculose) e Liandro Lindner (jornalista e doutorando da Faculdade de Saúde Pública da USP).

O dia 24 foi marcado pelo tema das diretrizes internacionais de mobilização e articulação. Os temas tratados foram: processo histórico de mobilização social no contexto internacional e a experiência de mobilização do projeto Driblando a Tuberculose, com apresentações de Cintia Dantas (consultora do PNCT) e Eri Ishimoto (Programa de Controle da Tuberculose da cidade de São Paulo). A parte da tarde contou com uma oficina de teoria e prática de comunicação com Liandro Lindner.

No dia 25, Cintia Dantas explicou as metas internacionais para a tuberculose e o processo de avanços no Brasil – Estratégia Global pelo fim da TB, Planos Global e Regional de TB 2016-2020 e a Realidade do Brasil. No período da tarde, Patrícia Werlang (Consultora técnica do PNCT) e Nadja Faraone (Membro da Rede Paulista de Controle Social da Tuberculose) apresentaram diversos temas sobre a Articulação e Mobilização Social – entre eles: conceitos, Frente Parlamentar e movimento social da TB, relatório da subcomissão especial e o histórico da Rede de Comitês.

No penúltimo dia, 26 de novembro, foram realizadas oficinas de comunicação, com a criação de atividades para o serviço de saúde, envolvendo comunicação, mobilização e vulnerabilidade, com Eri Ishimoto e Vânia Camargo. E, no período da tarde, o tema foi a contribuição dos profissionais de saúde no fortalecimento da mobilização sócia, com as mesmas facilitadoras.

O tabagismo foi tema do período da manhã do último dia do curso, 27. E à tarde foi realizada a plenária para apresentação dos Planos de Trabalho e discussão das propostas e a avaliação do curso, com Vera Galesi, Coordenadora do Programa de Tuberculose do Estado de São Paulo, José Veloso e Vânia Camargo.








segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

10 milhões de vidas salvas e 45 milhões de casos de tuberculose evitados com o Plano de 5 anos do Stop TB Partnership

Traduzido do Stop TB Partnership

Genebra, 20 de novembro de 2015 – O mundo está perdendo a batalha contra a tuberculose (TB), que é, atualmente, a doença infecciosa que mais mata, causando 1,5 milhão de mortes ao ano. Sem um plano de investimento claro e uma remodelação nos métodos de enfrentamento à doença, a TB não será eliminada até o fim do século XXII, e o mundo não alcançará a meta dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável de acabar com a TB até 2030.

Para chegar ao objetivo, será necessário um pacote de investimento de mais de 55 bilhões de dólares de 2016 a 2020, que pretende oferecer tratamento a 29 milhões de pessoas, salvar mais de 10 milhões de vidas e evitar que 45 milhões de pessoas adoeçam por TB. Esse investimento traria um benefício enorme para os indivíduos afetados, suas famílias e comunidades, e seria um dos maiores retornos de investimento em qualquer intervenção de saúde – um retorno de 85 dólares para cada dólar investido. Essa estimativa está descrita no novo Plano Global para eliminar a TB 2016-2020 lançado hoje pelo Stop TB Partnership.

O Plano Global tem o objetivo de alcançar as metas, chamadas 90-(90)-90:
  1. Ter 90% de todas as pessoas com tuberculose diagnosticadas e tratadas.
  2. Como parte do item i., garantir que 90% das populações mais vulneráveis em todos os países sejam diagnosticadas e tratadas. As populações vulneráveis variam de acordo com a realidade de cada país, e podem incluir: mineiros, crianças, pessoas vivendo com HIV, pessoas que usam drogas injetáveis, pessoas privadas de liberdade, pessoas vivendo em situação de rua, populações indígenas e migrantes, entre outros.
  3. Garantir que 90% das pessoas que tenham o diagnóstico confirmado completem o tratamento, em serviços de saúde que garantam a adesão e ofereçam apoio social.
A África do Sul, um país com uma das maiores taxas de TB no mundo, já começou a colocar em prática seu plano de alcançar as metas 90-(90)-90 até 2020. “O Plano Global deixa claro que precisamos de uma mudança de paradigma para acabar com a TB – uma mudança na maneira como enfrentamos a TB em todos os níveis, em todas as comunidades, em todas as unidades de saúde, em todos os países”, diz Dr. Aaron Motsoaledi, presidente do conselho executivo do Stop TB Partnership e Ministro da Saúde da República da África do Sul.

Ele acrescenta: “A TB sempre foi uma doença da pobreza, e um teste sobre nosso compromisso com a igualdade social e a saúde de todos. Infelizmente, a longevidade da doença criou um senso de aceitação que está aqui para ficar e um senso de complacência. O Plano Global 2016-2020 foi desenvolvido para mudar o status quo, e provê uma oportunidade para tratar esses desafios ampliando e integrando o cuidado de TB a uma abordagem de sistema de saúde e de comunidade, para eliminar a pobreza, e construir sociedades saudáveis e sustentáveis”. As fases iniciais do plano sul-africano abordarão testes em comunidades mineiras, assim como 90% da população privada de liberdade, que tem altos índices de infecção. Nelson Mandela se infectou com TB na prisão nos anos 80.

Uma renovação completa do “modelo de negócios” usado para manejar a TB terá que atingir essas metas ambiciosas. Mas essa é a única maneira de acelerar, em até 10% ao ano, as pequenas quedas de incidência de TB nos anos recentes (por volta de 1,5% ao ano) e alcançar as metas da Organização Mundial da Saúde (OMS) – de reduzir a incidência de TB para uma média global de 10 novos casos por 100 mil habitantes ou menos até 2035, efetivamente eliminando a doença como um problema de saúde pública. Se essa média inadequada de queda anual de 1,5% continuar, a TB levará mais de 150 anos para ser eliminada.

“É uma desgraça global e uma tragédia humana que a TB – uma doença curável – mate mais de 1,5 milhão de pessoas por ano e ninguém fale em acabar com ela”, diz Dra. Lucica Ditiu, diretora executiva do Stop TB Partnership. “Sabemos que isso pode ser feito, sabemos como pode ser feito, quanto nos custaria – temos que ter o desejo de fazer e a energia para seguir em frente. Podemos ser a geração que será lembrada como a que mudou a maré dessa enorme, mas tratável, epidemia.”, ela complementa.

Para implementar as ações propostas pelo Plano Global é necessária uma mudança de mentalidade, em primeiro lugar – com uma combinação entre as ferramentas existentes  e as novas em desenvolvimento, a doença pode e será eliminada. A nova estratégia é centrada numa abordagem de direitos humanos e gênero, lideranças políticas mais fortes e um foco na comunidade e no paciente. E o plano também destaca que precisamos de novos e inovadores programas de TB, com intervenções integradas nos sistemas de saúde dos países, e melhorias nas condições socioeconômicas em que a TB pode prosperar (incluindo casas com grande número de pessoas e desnutrição).

Essa batalha contra a TB não pode ser vencida sem novas ferramentas. Para isso, o Plano Global estabelece um valor de 9 bilhões de dólares, necessários para a pesquisa e desenvolvimento vitais para a criação de uma vacina que projeta as pessoas de todas as idades contra a TB. Também são necessários para o desenvolvimento de testes diagnósticos rápidos e altamente sensíveis que podem ser implementados na atenção primária, e de esquemas de medicamentos (incluindo TB drogarresistente) que sejam altamente eficazes e não-tóxicos.

A expectativa é que os fundos para o plano venham de fontes domésticas dos países de alta renda e dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

O Fundo Global para a Luta contra o HIV/Aids, Tuberculose e Malária já provê cerca de 80% para os programas de TB dos países de baixa e média renda que necessitam apoio externo significativo. Com um esforço conjunto para ter um Fundo Global abastecido, começando com um grande evento em Dezembro deste ano no Japão, Dra. Ditiu diz que “aumentar os fundos para virar a maré do enorme problema global que é a TB deve ser prioridade na agenda dos países”.

Dr. Mark Dybul, diretor executivo do Fundo Global, recepcionou bem o plano dizendo: “Aplaudimos o lançamento do Plano Global 2016-2020: A Mudança de Paradigma – sabemos que ele cria o caminho para um impacto acelerado no controle da epidemia de TB e, por fim, sua eliminação. Se formos sérios sobre a eliminação da TB – considerando que é uma doença curável em seis meses – nós realmente precisaremos de uma mudança de mentalidade, ambição e ação em cada nível para ampliar, aumentar a cobertura e alcançar a todos com o pacote correto de intervenções para TB. Temos de estar seguros que a Estratégia do Fundo Global 2017-2022 seja coordenada e alinhada com o Plano Global e que trabalharemos juntos para implementá-lo.”

Neste mês, na 46ª Conferência de Saúde do Pulmão da Union em Cape Town, África do Sul, o Plano Global do Stop TB Partnership será aprovado por políticos de alto nível de todo o mundo, num evento especial de alto nível liderado pelo Dr. Motsoaledi.

“Não há dúvidas de que estamos enfrentando sérias barreiras no combate à tuberculose. O Plano Global provê um panorama que se baseia na Estratégia pelo Fim da TB e enfrenta os desafios que as barreiras apresentam.”, diz o Dr. Eric Goosby, Relator Especial das Nações Unidas para TB. “É um documento ambicioso e visionário que pede a todos os envolvidos que façam sua parte para ajudar a alcançar a meta dos ODSs 2030”.

Clique aqui para ver o Plano Global pelo Fim da TB.