terça-feira, 18 de junho de 2019

Coordenadores dos Programas Estaduais de Controle da Tuberculose se reúnem em Brasília

Coordenadores estaduais, do distrito federal e das capitais se reuniram, nos dias 12 e 13 de junho, em  Brasília, para o encontro Nacional de Coordenadores do Programa de Controle da Tuberculose. A reunião  foi organizada pela Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças  de Transmissão Respiratória de Condições Crônica (CGDR/DCCI/SVS) e teve como objetivo apresentar a proposta do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública e discutir as estratégias para a implementação do Plano nos estados. 
Durante o encontro os profissionais puderam discutir e avaliar os diferentes cenários locais, aprimorando ideias e analisando estratégias diferenciadas que podem ser implementadas em seu município ou estado para melhorar a resposta de enfrentamento à tuberculose. Para a coordenadora de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas, Denise Arakaki, “este é um momento de construção coletiva com a participação dos estados e municípios para o êxito das estratégias pelo fim da tuberculose como problema de saúde pública no Brasil”, disse.
Com tendência de aumento, a tuberculose tem apresentado grandes desafios à Vigilância em Saúde e merece atenção de todos os gestores envolvidos com o tema para construção de um trabalho integrado entre diferentes setores. Um exemplo disso é a articulação de trabalhos específicos com grupos que historicamente são considerados mais sensíveis à doença, como as pessoas vivendo com HIV e a população privada de liberdade.
Para além desse dois grupos, os gestores devem estar atentos a realidade local na qual estão inseridos, onde a tuberculose pode ser predominante em públicos fora dos citados, como é o caso dos indígenas, população de rua, e, mais recentemente, os emigrantes, que têm apresentado um importante desafio devido à alta carga de incidência nesse grupo. Todas essas provocações foram levantadas durante o encontro para chamar a atenção dos participantes a terem um olhar mais analítico sobre sua situação local e, assim, traçar estratégias para mudar a tendência de aumento no números de casos.
Os dados apontam que o risco de adoecimento pela tuberculose é maior entre os homens, em especial os homens negros. Outro fator que tem chamado atenção é a influência de fatores sócio econômicos no aumento dos casos, pois a taxa de desemprego está diretamente ligada ao coeficiente da doença nos estados. Os números apontam que, quando a taxa de desemprego de uma localidade é menor que 11%, a mediana de adoecimento fica em torno de 24,6%. Esse número sobre para 36,2% quando a taxa de desemprego é elevada para 26,8%. Isso mostra que as ações de combate à tuberculose precisam ser pensadas e desenvolvidas de modo intersetorial para influenciar positivamente no setor saúde.
Como parte do esforço global para redução do coeficiente de incidência e mortalidade, o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas , elaborou o plano nacional com o objetivo de acabar com a tuberculose como problema de saúde pública no Brasil. O plano nacional pelo fim da tuberculose como problema de saúde pública traz como metas a diminuição, até o ano de 2035, do coeficiente de incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e do número de óbitos para menos de 1 óbito por 100 mil habitantes.
Ao fim da reunião, os coordenadores dos Programas Estaduais de Controle da Tuberculose se mostraram mais estimulados a subsidiar a implementação das estratégias propostas no Plano, e a traçarem estratégias que contemplem os pilares nos distintos cenários locais.

Fonte: SVS Informa

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segunda-feira, 3 de junho de 2019

Tuberculose em crianças no Brasil é tema de audiência pública na Câmara Federal

Fonte: SVS Informa


Durante a audiência, Ministério da Saúde alertou para relação entre a pobreza e os índices da doença no Brasil



A Situação da Tuberculose em Crianças no Brasil” foi o tema da audiência pública realizada pela Comissão de Seguridade Social e Família na Câmara dos Deputados na terça-feira (28), em Brasília. A sessão foi presidida pelos deputados federais Antonio Brito (PSD-BA) e Chico d’Ângelo (PDT-RJ).  

A diretora substituta do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DDCCIST), Denise Arakaki, alertou para os altos índices de pobreza, responsáveis pelos casos de tuberculose no Brasil em adultos. “Se a doença afeta o pobre, negros e pardos na idade adulta, os pouco escolarizados, a criança é duplamente prejudicada, pois ela vive em condições precárias, muitas vezes já está em locais com adultos que têm a tuberculose”, afirmou. “As crianças nessas condições nos preocupam, elas podem se tornar futuros indivíduos adultos com a tuberculose. As crianças pertencem a uma população que não reclama dos sintomas e a doença já é identificada em estágio avançado”, destacou.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e representante da Rede Brasileira em Pesquisa em Tuberculose (Rede TB), Clemax Santana, apresentou o histórico dos dados e das pesquisas da tuberculose em crianças no Brasil, que só passaram a ter relevância na década de 1990. “Até 1995 eram rasos e raros os registros. A partir da primeira divulgação do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2002, é que pudemos ter um panorama melhor da situação no Brasil”, disse.

Além do quadro de pobreza e da falta de condições adequadas para acesso às informações, diagnósticos e tratamento da doença, a advogada da Parceria Brasileira contra Tuberculose, Marcia Leão, ressaltou a coesão da sociedade para debater os avanços dos casos da doença na população infantil. “É preciso unir a gestão púbica, a academia, os parlamentares e a sociedade civil para conter a doença a fim de que sejam construídas políticas públicas para essa parcela da população que sofre com a doença”.

Brasil – Em 2018, foram registrados 72 mil novos casos de tuberculose no país segundo o Ministério da Saúde. No ano anterior, foram 73 mil. Segundo a pasta, a doença tem relação direta com a pobreza e a exclusão social. Entre os novos casos, 10,4% são presidiários, 8,7% pessoas com HIV, 2,5% população de rua e 1% indígenas, considerados de maior vulnerabilidade à doença. 

Veja aqui as fotos da audiência pública.


quinta-feira, 25 de abril de 2019

Representantes da OPAS visitam o Brasil para monitorar ações de controle da TB no país

Fonte: SVS Informa


O Brasil recebeu, entre 8 e 17 de abril, a visita de representantes do Programa Regional de Prevenção, Controle e Eliminação da Tuberculose da Organização Pan-Americana de Saúde - Washington (OPAS-WDC).

Coordenados pelo responsável do Programa Regional de Prevenção, Controle e Eliminação da Tuberculose da OPAS, Rafael López, os monitores visitaram as cidades de Manaus, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. O objetivo da visita foi o de monitorar as ações para enfrentamento da tuberculose no Brasil e conhecer projetos e iniciativas de controle da doença, além de recomendar ações ao Programa Nacional de Controle da Tuberculose e estratégias para o fim do agravo.

Os monitores reuniram-se com setores do Ministério da Saúde, entre eles: Departamento de Atenção Básica; Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB); Departamento de Assistência Farmacêutica; Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais; Secretaria Especial de Saúde Indígena; Sistema de Informação de Agravo de Notificação. A comitiva também visitou outros setores federais, como Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério da Cidadania e a Frente Parlamentar de Luta Contra a Tuberculose.

terça-feira, 19 de março de 2019

SVS implanta o Protocolo Nacional de Vigilância da ILTB no Paraná

Fonte: SVS Informa


A Secretaria de Saúde do estado do Paraná realizou uma oficina para implantar o Protocolo de Vigilância da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB), dias 13 e 14 de março, em Curitiba. Os técnicos Kleydson Andrade e Gabriela Magnabosco, do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (SVS/MS), deram apoio à atividade.

A oficina, voltada para o Programa Estadual de Controle da Tuberculose e para os Programas Municipais de Controle da Tuberculose e Vigilâncias Regionais e Municipais, contou com representantes das 22 regionais de saúde do Paraná, além da superintendente de saúde, Maria Goretti Lopes, e do secretário de estado da Saúde do Paraná, Beto Preto. “Dia 24 de março é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose e estamos ampliando a busca por pessoas expostas ao bacilo da Tuberculose para que elas não venham adoecer. Vamos envolver todas as equipes da saúde neste trabalho com a meta de chegarmos às famílias paranaenses”, afirmou o secretário.

Em 2018, o estado do Paraná, que já possui sistema de vigilância para ILTB, e adotou o Protocolo Nacional que está sendo implantado em todo o país, notificou 950 pessoas em tratamento para ILTB.

A superintendente de Atenção à Saúde, Maria Goretti David Lopes, falou que o compromisso do governo do estado é implantar o Plano Estadual pelo Fim da Tuberculose no Paraná. “Vamos começar o trabalho neste ano e desenvolve-lo durante a gestão”, afirmou.


Protocolo de vigilância da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis no Brasil

 http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/setembro/28/Protocolo-de-vigil--ncia-da-ILTB-2018.pdf
Estima-se que um quarto da população mundial esteja infectada pelo Mycobacterium tuberculosis, agente causador da tuberculose (TB). Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou a Estratégia pelo Fim da Tuberculose (End TB Strategy), que estabelece metas arrojadas para o fim da TB como problema de saúde pública até 2035. De acordo com a OMS, para o alcance dessas metas, é imprescindível aumentar o rastreio, diagnóstico e tratamento da infecção, reduzindo o risco de adoecimento.

A vigilância da ILTB visa, a partir da notificação e acompanhamento das pessoas em tratamento, construir o panorama epidemiológico da infecção latente pelo ILTB nos territórios, monitorando o cuidado prestado a esses indivíduos nos serviços de saúde e gerando informações que melhor representem a realidade do país, subsidiando a tomada de decisão.

Com a oficina no estado do Paraná, já são oito Unidades Federadas (UF) utilizando o protocolo. Até o mês de maio, serão 17 UF capacitadas para realização dessa vigilância, sendo que até o final de 2019, ela estará implantada em todo o país.


terça-feira, 12 de março de 2019

Tuberculose na mira - População de baixa renda é a mais atingida pela doença que matou 400 pessoas em Pernambuco no ano passado

Fonte: Alepe - Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco


Tosse por mais de três semanas, febre baixa, emagrecimento e suor noturno. Esses são alguns dos sintomas da tuberculose. Apesar de ter cura, por meio de um tratamento relativamente simples, a doença foi a causa da morte de 400 pessoas em Pernambuco no ano de 2018, entre os mais de 4 mil pacientes que receberam o diagnóstico. As vítimas fatais geralmente fazem parte da população de baixa renda.

Ouça esta reportagem:



O Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, esforço conjunto de pesquisadores, ativistas e Governo Federal, tem por meta zerar as mortes até 2035. De acordo com o documento, Pernambuco foi o quarto Estado brasileiro em incidência da doença em 2016 e o segundo em mortalidade em 2015. Já o Recife liderou este último indicador entre as capitais, com quase 8 mortes por 100 mil habitantes.

Medicação para combater a bactéria que causa a doença é fornecida gratuitamente pelo SUS. Tratamento dura no mínimo seis meses.

Coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose da Secretaria Estadual de Saúde,  Cândida Ribeiro explica que a medicação para combater a bactéria que causa a doença é fornecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento dura no mínimo seis meses. Na primeira fase, chamada de ataque, o paciente toma quatro drogas em um único comprimido por dois meses. Depois, vem a fase de manutenção, que dura mais quatro meses.

Cândida alerta para a necessidade de concluir o tratamento. “Na fase de ataque, os pacientes melhoram muito. Os sintomas chegam, em alguns casos, a desaparecer. Daí as pessoas acham que estão curadas e começam a negligenciar o restante do tratamento: tomar o remédio dia sim, dia não, ou achar que não é mais importante”, relata. “Quando isso ocorre, mesmo já estando sem sintomas, a possibilidade de a doença voltar muito mais forte do que antes é bem grande.”

Outro risco, de acordo com a gestora, é o de os sintomas persistirem e causarem danos permanentes ao pulmão do paciente. “Às vezes acontece até de a pessoa não morrer, mas ficar com déficit respiratório, porque o órgão foi muito danificado”, complementa Cândida.

Causada pelo bacilo de Koch, a tuberculose atinge, principalmente, os pulmões, mas pode chegar a outros órgãos. O contágio se dá por tosse, espirro e gotículas de saliva da fala. Por isso, é recomendado proteger a boca com um lenço ao tossir ou usar máscaras protetoras para evitar a contaminação.

Grupos vulneráveis

Além do poder público, a sociedade civil organizada também trabalha no combate à enfermidade. A organização não governamental Gestos, sediada no Recife, integra a Parceria Brasileira Contra a Tuberculose e o Comitê de Enfrentamento à Tuberculose em Pernambuco. De acordo com Jair Brandão, representante da entidade, o Estado é um dos que tem maior incidência da infecção no Brasil.

“A tuberculose é a doença oportunista que mais mata pessoas com Aids no mundo. Ainda é um problema sério”, afirma. “No Brasil, Pernambuco é um mau exemplo, porque tanto o Estado quanto Recife estão nos primeiros lugares do País em prevalência da tuberculose e óbitos.”

A questão da incidência da tuberculose em pacientes soropositivos foi discutida na Alepe em 2015, durante os trabalhos da Comissão Especial de Combate ao HIV/Aids, Tuberculose e Hepatite. De acordo com a então presidente do colegiado, deputada Teresa Leitão (PT), a baixa imunidade deixa esse grupo mais suscetível à infecção pulmonar, principalmente quando há interrupção no uso dos medicamentos antirretrovirais.

DEBATE – Incidência da tuberculose em pacientes soropositivos foi discutida na Alepe em 2015. Foto: Rinaldo Marques/Arquivo

A parlamentar diz que moradores de rua e pessoas que cumprem pena em unidades prisionais também são vulneráveis por conta das condições a que são submetidos: “Pela exposição ao sol, ao frio, além da alimentação precária ou, às vezes, inexistente”, observa. “E o nosso sistema carcerário é um paiol de pólvora: a superlotação, a falta de higiene, a dificuldade em banhos de sol, toda essa rotina, aliada à falta de medicação.” O relatório do colegiado indicou a necessidade de ação mais sistemática e global de saúde pública voltada para essa população.

Jair Brandão acrescenta que as condições precárias em que vivem as parcelas mais pobres da população fazem com que a doença se dissemine com mais facilidade. “Infelizmente, a tuberculose hoje é uma doença da pobreza. Não estigmatizando quem é pobre, pelo contrário, colocando que isso ocorre por falta de acesso a saúde de qualidade, saneamento básico e informações. Falta a sociedade saber que a tuberculose ainda é um problema de saúde pública e tem muitas pessoas morrendo por conta dela”, ressalta o ativista da Gestos.


Tuberculose afeta 70 mil brasileiros todos os anos; doença matou 4.426 pessoas no País em 2016

Fonte: Câmara dos Deputados


Para alertar sobre o problema, Frente Parlamentar pela Luta contra a Tuberculose organiza ações na Câmara em celebração ao dia mundial de Luta contra a doença (24 de março).



Cerca de 70 mil pessoas são infectadas pelo bacilo de Koch e desenvolvem a tuberculose todos os anos no Brasil. Dados do Ministério da Saúde mostram que a tuberculose matou 4.426 brasileiros em 2016.

Para marcar uma data de combate à doença é realizado anualmente o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose em 24 de março. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde em 1982, 100 anos após a descoberta do bacilo causador da doença.

Segundo a OMS, apesar de tratável e curável, a tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo.

Coordenador da Frente Parlamentar pela Luta contra a Tuberculose até o ano passado, deputado Antônio Brito, do PSD da Bahia, lembrou que o Dia Mundial contra a Tuberculose serve para conscientizar a população.

"É fundamental que nós tenhamos nesse dia 24 de março um dia de alerta, primeiro contra o preconceito. As pessoas que têm tuberculose não têm que haver preconceito com as pessoas porque é uma doença que ocorre ao longo de muitos anos que tem cura, tem que ser tratada e as pessoas que estão em conjunto passarem por exames. É uma doença que como qualquer outra tem que ser tratada."

Antônio Brito destacou que o principal problema no combate à tuberculose é que, como o tratamento é longo, chegando a seis meses, muitos pacientes abandonam os antibióticos, criando resistência aos medicamentos no caso de uma nova infecção.

Ainda segundo o deputado, as populações mais vulneráveis são os moradores de rua, os presos, os indígenas e portadores de HIV.

Os principais sintomas da doença são cansaço excessivo, falta de ar, febre baixa, suor noturno, falta de apetite, perda de peso, rouquidão e fraqueza.

Ao perceber esses sintomas o paciente deve procurar um posto de saúde para realizar os exames e iniciar o tratamento que dura seis meses e é realizado na rede pública de saúde por meio de comprimidos diários.





quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Denise Arakaki é nomeada diretora substituta do DIAHV

Fonte: Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais - MINISTÉRIO DA SAÚDE


Médica infectologista também coordena o Programa Nacional de Controle da Tuberculose


A médica infectologista Denise Arakaki Sanchez foi nomeada para exercer o cargo de substituta eventual do diretor do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV), Gerson Pereira. A nomeação foi publicada nesta terça-feira (26) no Diário Oficial da União, por meio da Portaria Nº 111.

Formada em medicina pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Denise Arakaki é especialista em Medicina Tropical pela Universidade de São Paulo (USP) e atuou na Secretaria de Saúde do Distrito Federal e na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Atualmente, exerce o cargo de coordenadora do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT) do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis (DEVIT) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde.


Aprovado novo medicamento para tuberculose pulmonar

Fonte: ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária


De acordo com o Ministério da Saúde, a cada ano são notificados aproximadamente 70 mil novos casos da doença.


Foi publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.) desta segunda-feira (25/2) a aprovação, pela Anvisa, do registro do medicamento Sirturo® (bedaquilina), indicado para o tratamento combinado da tuberculose pulmonar (TB) causada por Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosis) resistente a múltiplas drogas, em pacientes adultos. A nova forma farmacêutica é em comprimido, na concentração de 100 mg. A detentora do registro do medicamento, que deve ser administrado conforme recomendação médica, é a empresa Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda.

O Sirturo® tem várias propriedades que podem melhorar o quadro clínico de pacientes infectados com TB suscetível a drogas ou resistente a múltiplas drogas. A bedaquilina é um agente terapêutico com um mecanismo de ação único e específico para micobactérias.

A eficácia do medicamento foi demonstrada num estudo de fase II, controlado por placebo, duplo-cego, randomizado para avaliar a atividade antibacteriana, a segurança e a tolerabilidade da bedaquilina em pacientes com infecção pulmonar por baciloscopia positiva com Mycobacterium tuberculosis resistente a múltiplas drogas. O estudo foi conduzido na Ásia, na América do Sul, na Europa Oriental e na África do Sul. Os eventos adversos mais comuns citados com o uso do Sirturo® foram enjoo, dor de cabeça, vômito, visão embaçada, dores nas articulações e diarreia.

Segundo a Anvisa, a aprovação desse medicamento com base no estudo de fase II e no estudo de fase III em andamento é justificada e importante para o tratamento de pacientes com tuberculose resistente a vários fármacos. Sendo assim, os dados apresentados são suficientes para suportar a indicação proposta.

Tuberculose pulmonar

É uma infecção bacteriana contagiosa causada pelo M. tuberculosis, que afeta comumente os pulmões, mas que também pode se espalhar para outros órgãos. A doença é transmitida por aerossóis, quando as pessoas com tuberculose pulmonar expelem as bactérias, por exemplo, ao tossir.

Cerca de um terço da população mundial, isto é, mais de dois bilhões de pessoas, está infectada com M. tuberculosis. Na maioria desses casos a tuberculose é latente, ou seja, as pessoas infectadas não apresentam sintomas. No entanto, 10% delas irão adoecer com uma infecção por tuberculose ativa (incluindo um raio-X positivo de tórax).

A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil novos casos da doença e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência dela. A tuberculose é a causa principal de morte entre as pessoas com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).



terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Países do BRICS discutem pesquisas para tuberculose

Fonte: SVS Informa


O Brasil assumiu a presidência pro-tempore do Bloco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) este ano. Nessa condição, o País se torna o responsável por direcionar as atividades da Rede de Pesquisa em Tuberculose do Bloco. Para apoiar as pesquisas sobre o agravo, o Ministério da Saúde está financiando dois estudos no valor de um milhão de Reais cada. Com isso, o Ministério da Saúde atuará diretamente no desenvolvimento de ações para o fortalecimento da contratação de pesquisas colaborativas entre os países membros do BRICS no âmbito da Rede de Pesquisa em tuberculose. 

O tema será pauta da 4ª Reunião da Rede de Pesquisas em TB dos BRICS, que começa hoje na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e encerra na quinta-feira. Na ocasião, será definida a agenda prioritária de pesquisa para lançamento de um edital conjunto, com a participação colegiada dos cinco países. O grupo discutirá sobre o andamento das duas propostas de pesquisas já iniciadas pela Rede, além do envolvimento de outros parceiros (pesquisadores, financiadores e agências regulatórias), e discutirá sobre as demais atividades previstas para o ano de 2019.

Entre as pesquisas já financiadas pelo governo brasileiro está a validação no Brasil dos testes tuberculínicos (PPD) da Índia, China e Rússia. Trata-se de um estudo financiado pela Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), com a finalidade de validar os testes tuberculínicos no país. Atualmente, apenas uma empresa possui tal produto validado para uso no Brasil, e este estudo realizará a comparação de não inferioridade dos testes tuberculínicos. O projeto, financiado em um milhão de reais, será conduzido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e terá seus resultados divulgados até o final 2020.

A segunda pesquisa é sobre a validação de testes rápidos para o diagnóstico de TB da Índia e da China, no Brasil. O estudo é financiando pelo Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, e objetiva a incorporação da tecnologia dos testes rápidos para o diagnóstico de tuberculose no país pelo SUS. O projeto será desenvolvido nas dependências do consórcio RePORT-Brasil, e financiado pelo governo federal também em um milhão de reais. A pesquisa será conduzida pela UFRJ em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz e a Vanderbilt University (EUA), e os resultados serão divulgados até o final de 2020.

Rede de pesquisa

A Rede Pesquisa em TB dos BRICS foi lançada em novembro de 2017, em Moscou, durante a Reunião Interministerial Global. Desde então, reuniões aconteceram como tentativas de convergir os esforços dos cinco países-membro em pesquisas em tuberculose, com vistas ao enfrentamento da endemia que afeta desproporcionalmente esses países. Essas pesquisas têm o objetivo de fortalecer a resposta dos governos à doença, especialmente por meio de discussões voltadas para o desenvolvimento de novas ferramentas e estratégias que acelerem o alcance das metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde na Estratégia Global pelo Fim da Tuberculose, e endossadas no documento “Brasil Livre da Tuberculose: Plano Nacional para o Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública”. 
 
As universidades escolhidas para a realização das pesquisas foram selecionadas de acordo sua expertise na temática (experiência no diagnóstico da infecção latente e da tuberculose), bem como na experiência dos pesquisadores envolvidos em pesquisa clínica e na validação de novos testes para diagnósticos. 
 
No âmbito da agenda de saúde dos BRICS, a Rede de Pesquisa é vista como atividade exitosa e com resultados concretos apoiados diretamente pelo Ministério da Saúde. Assim, a Pasta visa garantir a harmonização política em temas de interesse comum dos países-membros em fóruns multilaterais, como na Assembleia Mundial da Saúde (OMS) e na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

Reunião na SVS

Em reunião realizada ontem (18), na Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), a coordenadora do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT), Denise Arakaki, apresentou as estratégias do Brasil para o enfrentamento do agravo para representantes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). Pela OMS, participaram da reunião Tereza Kasaeva, diretora Global de TB; Massimo Ghidinella, da unidade de doenças transmissíveis da OPAS em Washington/EUA; e Enrique Vazquez, da unidade de doenças transmissíveis da OPAS em Brasília/Brasil, além de técnicos da SVS de vários departamentos. 

Tereza Kasaeva salientou as dificuldades que países em conflito têm para enfrentar o agravo e falou dos riscos do aumento do número de casos no mundo. Massimo Ghidinella, por sua vez, parabenizou o Brasil pelos avanços obtidos no enfrentamento da tuberculose e pelas estratégias adotadas, como a ação em parceria com o Ministério da Justiça com foco na população privada de liberdade.


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Criança sem cicatriz vacinal não precisa revacinar contra tuberculose

Fonte: Ministério da Saúde


Nova orientação do Ministério da Saúde está alinhada com a OMS e o CTAI, após comprovação da eficácia da vacina contra tuberculose em crianças que não ficam com cicatriz.

Crianças que não apresentarem cicatriz vacinal após receberem dose da vacina contra tuberculose (BCG) não precisam ser revacinadas. A nova recomendação do Ministério da Saúde está alinhada com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) após estudos comprovarem a eficácia do imunobiológico também em crianças que não ficam com cicatriz depois da vacina. A orientação foi encaminhada aos estados e municípios na última sexta-feira (1º/2).

“Seguimos a recomendação da OMS com relação a BCG porque a ausência da cicatriz vacinal não significa que a criança não está protegida contra a doença”, explicou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues.


A medida foi discutida com especialistas em 2018, durante reunião do Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) com base no último Position Paper da OMS, publicado no ano passado. Instituído em 1991, o CTAI é integrado por representações de várias instituições ou organizações reconhecidas nacional e internacionalmente, como a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm); Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI); Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP); Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI); Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); Organização Pan-Americana da Saúde (Opas); Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco); entre outros.

A principal maneira de prevenir a tuberculose em crianças é com a vacina BCG, ofertada gratuitamente no SUS. Ela deve ser dada às crianças ao nascer nas maternidades, ou na primeira visita da criança no serviço de saúde, o mais precocemente possível. A vacina também está disponível na rotina dos serviços para crianças menores de cinco anos de idade. A vacina, que necessita de apenas uma dose, protege as crianças das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a meníngea.



Cobertura vacinal contra a Tuberculose

A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir doenças, por isso o Ministério da Saúde tem alertado periodicamente a população sobre a importância de manter a vacinação em dia.

A vacina BCG é uma das vacinas com maior adesão. Em 2017 registrou 96,2% de cobertura vacinal em todo o país, acima do preconizado pelo Ministério da Saúde que é de, pelo menos, 90%. Em anos anteriores a taxa da cobertura vacinal ultrapassada os 100%, sendo: 2011 (107,94%); 2012 (105,7%); 2013 (107,42%); 2014 (107,28%); 2015 (105,08%); 2016 (95,55%). Os gestores têm até o mês de abril para atualizar no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SIPNI) a situação vacinal local, mas dados preliminares já indicam uma cobertura em 2018 de 87,5%.

“Não podemos descansar com relação à vacinação. Só com altas coberturas vacinais é que conseguimos manter bem longe das nossas crianças doenças como a tuberculose, que pode até matar”, enfatiza Carla Domingues.

O Ministério da Saúde oferta gratuitamente nas mais de 36 mil salas de vacinação do SUS todas as vacinas recomendadas pela OMS no Calendário Nacional de Vacinação. Atualmente, são cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos, por ano, para combater mais de 20 doenças, em todas as faixas etárias. Há ainda vacinas especiais para grupos em condições clínicas específicas, como portadores de HIV, disponíveis nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). 







segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Agentes comunitários de saúde da PCR passam por capacitação sobre tuberculose

Fonte: Prefeitura de Recife


Desde novembro do ano passado, 500 ACSs foram treinados; em fevereiro, outra turma será sensibilizada 

Agentes comunitários de saúde (ACSs) da Prefeitura do Recife começaram a receber capacitação para qualificar o atendimento a pessoas com tuberculose. O Seminário do Programa Municipal de Controle da Tuberculose aconteceu ontem (23) no auditório do Banco Central, em Santo Amaro, e reuniu cerca de 170 profissionais. Ao todo, 500 agentes comunitários da Secretaria de Saúde do Recife já foram treinados desde novembro do ano passado. Em fevereiro, outra turma passará pelo treinamento.
Os profissionais foram sensibilizados para identificar os sintomáticos respiratórios (como pessoas com tosse há três semanas) e acompanhar a estratégia de tratamento diretamente observado (TDO), que utiliza como ferramentas principais a dose supervisionada por um profissional de saúde e a construção do vínculo paciente e equipe de saúde. Além disso, eles são orientados para convocar os pacientes para as unidades de saúde para realizarem o exame.
Na ocasião, foram realizados painéis temáticos e discussões sobre a doença, com a participação da enfermeira Lucijane Maria da Silva Gaspar e da biomédica Ana Albertina de Araújo, ambas da rede municipal. “Entendemos que o agente comunitário de saúde é a ponte para qualquer agravo, é o elo entre e a comunidade e a unidade de saúde, e tem a visita domiciliar na essência da função. Por isso é tão importante que ele participe do processo, já que o acs é, na maioria das vezes, o primeiro contato com o usuário”, explicou a coordenadora do Programa de Combate à Tuberculose, Silvana Lira.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA TUBERCULOSE PUBLICA O PROTOCOLO PARA TRANSFERÊNCIAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE PESSOAS EM TRATAMENTO PARA TUBERCULOSE


O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses e a regularidade no uso dos medicamentos é essencial para o sucesso do tratamento. Nos últimos anos, o percentual de abandono ao tratamento da tuberculose tem se mantido mais elevado do que o valor aceitável (5%) pela Organização Mundial da Saúde, e a melhoria desses resultados tem sido um desafio constante para os programas de controle da tuberculose. Levando em consideração o longo período de tratamento, a possibilidade de transferência de local de tratamento por solicitação do indivíduo, ou até mesmo por solicitação do serviço de saúde, é frequente na rotina de atendimento à pessoa com tuberculose. As transferências das pessoas ocorrem entre unidades de saúde de um mesmo município, entre diferentes municípios, diferentes estados ou ainda, entre países. 

Nesse cenário, é necessário que haja uma padronização das rotinas e fluxos de trabalho para execução das transferências, com a finalidade de evitar interrupção do tratamento já iniciado, manter o monitoramento do paciente pela vigilância epidemiológica, informar à unidade de destino sobre a transferência do indivíduo para que possam organizar o serviço e receber a pessoa transferida, assegurando o seu direito de receber adequada atenção à saúde.

Dessa forma, o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, publica o Protocolo para transferências nacionais e internacionais de pessoas em tratamento para tuberculose, que tem como  objetivo fornecer informações aos profissionais de saúde para que a pessoa com tuberculose receba o devido acolhimento e tratamento, apresentando os fluxos indicados para as transferências dentro e fora do país.

O Protocolo segue em anexo neste e-mail. Ele também pode ser acessado pelo link abaixo, pelo Blog da Tuberculose e pela página do Ministério da Saúde.