terça-feira, 19 de março de 2019

SVS implanta o Protocolo Nacional de Vigilância da ILTB no Paraná

Fonte: SVS Informa


A Secretaria de Saúde do estado do Paraná realizou uma oficina para implantar o Protocolo de Vigilância da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB), dias 13 e 14 de março, em Curitiba. Os técnicos Kleydson Andrade e Gabriela Magnabosco, do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (SVS/MS), deram apoio à atividade.

A oficina, voltada para o Programa Estadual de Controle da Tuberculose e para os Programas Municipais de Controle da Tuberculose e Vigilâncias Regionais e Municipais, contou com representantes das 22 regionais de saúde do Paraná, além da superintendente de saúde, Maria Goretti Lopes, e do secretário de estado da Saúde do Paraná, Beto Preto. “Dia 24 de março é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose e estamos ampliando a busca por pessoas expostas ao bacilo da Tuberculose para que elas não venham adoecer. Vamos envolver todas as equipes da saúde neste trabalho com a meta de chegarmos às famílias paranaenses”, afirmou o secretário.

Em 2018, o estado do Paraná, que já possui sistema de vigilância para ILTB, e adotou o Protocolo Nacional que está sendo implantado em todo o país, notificou 950 pessoas em tratamento para ILTB.

A superintendente de Atenção à Saúde, Maria Goretti David Lopes, falou que o compromisso do governo do estado é implantar o Plano Estadual pelo Fim da Tuberculose no Paraná. “Vamos começar o trabalho neste ano e desenvolve-lo durante a gestão”, afirmou.


Protocolo de vigilância da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis no Brasil

 http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/setembro/28/Protocolo-de-vigil--ncia-da-ILTB-2018.pdf
Estima-se que um quarto da população mundial esteja infectada pelo Mycobacterium tuberculosis, agente causador da tuberculose (TB). Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou a Estratégia pelo Fim da Tuberculose (End TB Strategy), que estabelece metas arrojadas para o fim da TB como problema de saúde pública até 2035. De acordo com a OMS, para o alcance dessas metas, é imprescindível aumentar o rastreio, diagnóstico e tratamento da infecção, reduzindo o risco de adoecimento.

A vigilância da ILTB visa, a partir da notificação e acompanhamento das pessoas em tratamento, construir o panorama epidemiológico da infecção latente pelo ILTB nos territórios, monitorando o cuidado prestado a esses indivíduos nos serviços de saúde e gerando informações que melhor representem a realidade do país, subsidiando a tomada de decisão.

Com a oficina no estado do Paraná, já são oito Unidades Federadas (UF) utilizando o protocolo. Até o mês de maio, serão 17 UF capacitadas para realização dessa vigilância, sendo que até o final de 2019, ela estará implantada em todo o país.


terça-feira, 12 de março de 2019

Tuberculose na mira - População de baixa renda é a mais atingida pela doença que matou 400 pessoas em Pernambuco no ano passado

Fonte: Alepe - Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco


Tosse por mais de três semanas, febre baixa, emagrecimento e suor noturno. Esses são alguns dos sintomas da tuberculose. Apesar de ter cura, por meio de um tratamento relativamente simples, a doença foi a causa da morte de 400 pessoas em Pernambuco no ano de 2018, entre os mais de 4 mil pacientes que receberam o diagnóstico. As vítimas fatais geralmente fazem parte da população de baixa renda.

Ouça esta reportagem:



O Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, esforço conjunto de pesquisadores, ativistas e Governo Federal, tem por meta zerar as mortes até 2035. De acordo com o documento, Pernambuco foi o quarto Estado brasileiro em incidência da doença em 2016 e o segundo em mortalidade em 2015. Já o Recife liderou este último indicador entre as capitais, com quase 8 mortes por 100 mil habitantes.

Medicação para combater a bactéria que causa a doença é fornecida gratuitamente pelo SUS. Tratamento dura no mínimo seis meses.

Coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose da Secretaria Estadual de Saúde,  Cândida Ribeiro explica que a medicação para combater a bactéria que causa a doença é fornecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento dura no mínimo seis meses. Na primeira fase, chamada de ataque, o paciente toma quatro drogas em um único comprimido por dois meses. Depois, vem a fase de manutenção, que dura mais quatro meses.

Cândida alerta para a necessidade de concluir o tratamento. “Na fase de ataque, os pacientes melhoram muito. Os sintomas chegam, em alguns casos, a desaparecer. Daí as pessoas acham que estão curadas e começam a negligenciar o restante do tratamento: tomar o remédio dia sim, dia não, ou achar que não é mais importante”, relata. “Quando isso ocorre, mesmo já estando sem sintomas, a possibilidade de a doença voltar muito mais forte do que antes é bem grande.”

Outro risco, de acordo com a gestora, é o de os sintomas persistirem e causarem danos permanentes ao pulmão do paciente. “Às vezes acontece até de a pessoa não morrer, mas ficar com déficit respiratório, porque o órgão foi muito danificado”, complementa Cândida.

Causada pelo bacilo de Koch, a tuberculose atinge, principalmente, os pulmões, mas pode chegar a outros órgãos. O contágio se dá por tosse, espirro e gotículas de saliva da fala. Por isso, é recomendado proteger a boca com um lenço ao tossir ou usar máscaras protetoras para evitar a contaminação.

Grupos vulneráveis

Além do poder público, a sociedade civil organizada também trabalha no combate à enfermidade. A organização não governamental Gestos, sediada no Recife, integra a Parceria Brasileira Contra a Tuberculose e o Comitê de Enfrentamento à Tuberculose em Pernambuco. De acordo com Jair Brandão, representante da entidade, o Estado é um dos que tem maior incidência da infecção no Brasil.

“A tuberculose é a doença oportunista que mais mata pessoas com Aids no mundo. Ainda é um problema sério”, afirma. “No Brasil, Pernambuco é um mau exemplo, porque tanto o Estado quanto Recife estão nos primeiros lugares do País em prevalência da tuberculose e óbitos.”

A questão da incidência da tuberculose em pacientes soropositivos foi discutida na Alepe em 2015, durante os trabalhos da Comissão Especial de Combate ao HIV/Aids, Tuberculose e Hepatite. De acordo com a então presidente do colegiado, deputada Teresa Leitão (PT), a baixa imunidade deixa esse grupo mais suscetível à infecção pulmonar, principalmente quando há interrupção no uso dos medicamentos antirretrovirais.

DEBATE – Incidência da tuberculose em pacientes soropositivos foi discutida na Alepe em 2015. Foto: Rinaldo Marques/Arquivo

A parlamentar diz que moradores de rua e pessoas que cumprem pena em unidades prisionais também são vulneráveis por conta das condições a que são submetidos: “Pela exposição ao sol, ao frio, além da alimentação precária ou, às vezes, inexistente”, observa. “E o nosso sistema carcerário é um paiol de pólvora: a superlotação, a falta de higiene, a dificuldade em banhos de sol, toda essa rotina, aliada à falta de medicação.” O relatório do colegiado indicou a necessidade de ação mais sistemática e global de saúde pública voltada para essa população.

Jair Brandão acrescenta que as condições precárias em que vivem as parcelas mais pobres da população fazem com que a doença se dissemine com mais facilidade. “Infelizmente, a tuberculose hoje é uma doença da pobreza. Não estigmatizando quem é pobre, pelo contrário, colocando que isso ocorre por falta de acesso a saúde de qualidade, saneamento básico e informações. Falta a sociedade saber que a tuberculose ainda é um problema de saúde pública e tem muitas pessoas morrendo por conta dela”, ressalta o ativista da Gestos.


Tuberculose afeta 70 mil brasileiros todos os anos; doença matou 4.426 pessoas no País em 2016

Fonte: Câmara dos Deputados


Para alertar sobre o problema, Frente Parlamentar pela Luta contra a Tuberculose organiza ações na Câmara em celebração ao dia mundial de Luta contra a doença (24 de março).



Cerca de 70 mil pessoas são infectadas pelo bacilo de Koch e desenvolvem a tuberculose todos os anos no Brasil. Dados do Ministério da Saúde mostram que a tuberculose matou 4.426 brasileiros em 2016.

Para marcar uma data de combate à doença é realizado anualmente o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose em 24 de março. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde em 1982, 100 anos após a descoberta do bacilo causador da doença.

Segundo a OMS, apesar de tratável e curável, a tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo.

Coordenador da Frente Parlamentar pela Luta contra a Tuberculose até o ano passado, deputado Antônio Brito, do PSD da Bahia, lembrou que o Dia Mundial contra a Tuberculose serve para conscientizar a população.

"É fundamental que nós tenhamos nesse dia 24 de março um dia de alerta, primeiro contra o preconceito. As pessoas que têm tuberculose não têm que haver preconceito com as pessoas porque é uma doença que ocorre ao longo de muitos anos que tem cura, tem que ser tratada e as pessoas que estão em conjunto passarem por exames. É uma doença que como qualquer outra tem que ser tratada."

Antônio Brito destacou que o principal problema no combate à tuberculose é que, como o tratamento é longo, chegando a seis meses, muitos pacientes abandonam os antibióticos, criando resistência aos medicamentos no caso de uma nova infecção.

Ainda segundo o deputado, as populações mais vulneráveis são os moradores de rua, os presos, os indígenas e portadores de HIV.

Os principais sintomas da doença são cansaço excessivo, falta de ar, febre baixa, suor noturno, falta de apetite, perda de peso, rouquidão e fraqueza.

Ao perceber esses sintomas o paciente deve procurar um posto de saúde para realizar os exames e iniciar o tratamento que dura seis meses e é realizado na rede pública de saúde por meio de comprimidos diários.