quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Relatório da OMS revela que faltam esforços para o controle da Tuberculose no mundo

Genebra, 28 de outubro de 2015 – A luta contra a tuberculose está dando resultados, com a taxa de mortalidade desse ano tendo caído pela metade quando comparada a 1990. Ainda assim, 1,5 milhão de pessoas morreram de TB em 2014. A maioria dessas mortes poderia ter sido evitada, de acordo com o Relatório Global de Tuberculose 2015, da Organização Mundial da Saúde (OMS), lançado hoje em Washington.

Para reduzir a carga total de tuberculose, as lacunas de detecção e tratamento devem diminuir e a falta de recursos e de testes diagnósticos, medicamentos e vacinas deve acabar. As maiores melhorias foram detectadas a partir de 2000, o ano em que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) foram estabelecidos. No total, o diagnóstico e o tratamento efetivos salvaram 43 milhões de vidas entre 2000 e 2015, de acordo com o relatório, o vigésimo de uma série anual de avaliações da OMS.

“O relatório mostra que o controle da tuberculose teve um impacto enorme em termos de vidas salvas e pacientes curados”, destaca a Diretora geral da OMS, Margaret Chan. “Esses avanços são encorajadores, mas se o mundo quer acabar com essa epidemia, é fundamental aumentar o nível dos serviços e investir criticamente em pesquisas”, complementa.

Esses avanços incluem o alcance dos ODMs, que estabeleciam a queda e reversão da taxa de incidência de TB até 2015. O objetivo foi alcançado globalmente e em 16 dos 22 países de alta carga, que, juntos, somam 80% dos casos. Mundialmente, a incidência de TB caiu 1,5% ao ano desde 2000, com uma redução total de 18%.

“Apesar dos ganhos, o progresso no controle da TB está longe de ser suficiente”, declara Dr Mario Raviglione, Diretor do Programa Global de TB da OMS. “Ainda encaramos uma carga de 4.400 pessoas morrendo de tuberculose todos os dias, o que é inaceitável numa era em que se pode diagnosticar e curar quase toda pessoa com TB.”, conclui.

Em 2014, a TB matou 890 mil homens, 480 mil mulheres e 140 mil crianças. A tuberculose está no mesmo patamar do HIV como maior causa de mortes por doença infecciosa. Das 1,5 milhão de pessoas mortas por TB em 2014, 400 mil eram HIV positivas. O total de mortes por HIV em 2014 foi de 1,2 milhão, o que incluiu as 400 mil mortes por TB entre pessoas com HIV.

O relatório desse ano descreve um total global mais alto para novos casos de TB (9,6 milhões) quando comparado a outros anos. Entretanto, esses números refletem o aumento e melhoria na coleta de dados nacionais, e não significam maior propagação da doença. Mais da metade dos casos de TB (54%) ocorreram na China, Índia, Indonésia, Nigéria e Paquistão. Entre os novos casos, estima-se que 3,3% são de tuberculose multirresistente (TB-MDR), um nível ainda estável ao longo dos anos mais recentes.

Ações necessárias para melhorar os níveis de diagnóstico e tratamento

O relatório destaca a necessidade de melhorar os níveis de detecção e tratamento, acabar com a falta de recursos e desenvolver novos diagnósticos, medicamentos e vacinas. A lacuna de detecção ainda é significativa. Dos 9,6 milhões de pessoas que adoeceram por tuberculose em 2014, 6 milhões (62,5%) foram identificados pelas autoridades nacionais. Isso significa que, mundialmente, mais de um terço (37,5%) dos casos ficaram sem diagnóstico ou não foram reportados aos serviços de saúde. A qualidade do cuidado para as pessoas nessa situação também é desconhecida.

As lacunas de detecção e o tratamento são especialmente sérias entre pessoas com TB-MDR, que representa uma crise de saúde pública. Dos 480 mil casos estimados em 2014, somente um quarto – 123 mil – foram detectados e reportados. Os três países com o maior número de casos são China, Índia e a Rússia.

O início do tratamento para aqueles diagnosticados com TB-MDR aumentou substancialmente e quase todos os casos detectados em 2014 tiveram o tratamento iniciado. 44 países reportaram taxas de cura para pacientes com TB-MDR de mais de 75%. Ainda assim, globalmente, os dados mostram uma média de taxa de cura de somente 50% dos pacientes tratados para TB-MDR.

O tratamento está melhorando, com 77% dos pacientes identificados com a coinfecção TB-HIV tomando medicamentos antirretrovirais em 2014. O número de pessoas vivendo com HIV que receberam tratamento para infecção latente de TB chegou a quase um milhão em 2014, um aumento de cerca de 60% comparado a 2013. Mais da metade (59%) dessas pessoas estão na África do Sul.

Falta de recursos atrapalha o progresso acelerado

“A razão principal para a lacuna de detecção e tratamento é a falta de recursos financeiros”, explica Dr Winnie Mpanju-Shumbusho, Diretora Assistente para HIV, TB, Malaria e Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS. Essa falta chegou a 1,4 bilhão de dólares dos 8 bilhões necessários para implementar as intervenções. Além disso, uma lacuna de, pelo menos, 1,3 bilhão deve ser preenchida para a pesquisa, que incluiria o desenvolvimento de novos diagnósticos, medicamentos e vacinas.

A partir de 2016, o objetivo global deverá mudar de controle da TB para a eliminação da epidemia de tuberculose. A Estratégia Fim da TB, adotada por todos os estados-membros da OMS, serve como uma diretriz para os países reduzirem a incidência de TB em 80% e a mortalidade em 90%, eliminando os enormes custos para as unidades que tratam TB até 2030.

“Eliminar a epidemia de TB é agora parte da agenda dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, diz Dr Eric Goosby, Enviado Especial para Tuberculose da ONU. “Se queremos alcançar a eliminação, necessitamos muito mais investimentos – num nível condizente a uma ameaça global. Também necessitamos progredir para a cobertura de saúde global e diminuição da pobreza. Queremos que as comunidades mais vulneráveis no mundo todo sejam prioridade nos nossos esforços”, conclui.

Situação do Brasil

Entre os 22 países de alta carga (número absoluto de casos de tuberculose), o Brasil se encontra na 18ª posição. No ano anterior, estava em 16ª, o que representa uma redução no número de casos de tuberculose quando comparado com os demais países de alta carga. Vale destacar que essa lista corresponde aos países que, somados, representam 80% do número de casos de tuberculose no mundo, ainda que o Brasil, com seus cerca de 73 mil casos, represente menos de 1% dos casos.

Entre os países que reportaram os dados para a OMS (dados estimados), o país está nos seguintes rankings:

o   Coeficiente de incidência: 109ª posição com 44/100.000 habitantes
o   Coeficiente de mortalidade: 116ª posição com 2,6/100 mil habitantes
o   Coeficiente de prevalência: 114ª posição com 52/100 mil habitantes

O Brasil cumpriu os três objetivos para 2015 (diminuir pela metade a incidência, prevalência e mortalidade). Outros oito países considerados de alta carga também alcançaram as metas: Camboja, China, Etiópia, Índia, Myanmar, Filipinas, Uganda e Vietnã.

No que diz respeito ao financiamento das ações, três grupos de países contam com mais de 90% de financiamento de ordem nacional: BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), países em desenvolvimento e regiões fora da África e Ásia.

Com relação à vigilância da tuberculose resistente aos fármacos no Brasil, há perspectiva de qualificação dos dados com a implantação da rede de vigilância sentinela. Essa atividade é reforçada devido à implantação da Rede de Teste Rápido para Tuberculose no país, que teve início em 2014, uma vez que o teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) é capaz de identificar a resistência à rifampicina em até duas horas.

Entre os 22 países de alta carga, as maiores taxas de detecção de casos de tuberculose (>80%), em 2014, foram as do Brasil, China, Filipinas e Rússia. A maioria dos países de alta carga alcançaram pelo menos 85% de cura dos casos de tuberculose. Alguns países ainda precisam avançar, como é o caso do Brasil, Rússia, África do Sul, Tailândia, Uganda e Zimbábue.

Em relação à capacidade da rede laboratorial do Brasil, o país alcançou os dois principais indicadores do The Global Plan to StopTB 2011–2015. O Brasil é um país de alta carga de TB, entretanto, baixa carga de TB-MDR (Tuberculose multirresistente).

O Brasil possui 3.382 laboratórios (lab.), sendo 1,6 lab./100.000 habitantes, atingindo a meta de pelo menos 1/100.000 habitantes. Em relação à cultura são 324 laboratórios sendo 7,9/5 milhões de habitantes, atingindo a meta de 1 para cada 5 milhões. Ainda é um desafio a ampliação da realização de teste de sensibilidade às drogas de primeira linha, sendo que 26 laboratórios realizam esse teste, perfazendo 0,6/5 milhões de habitantes (principalmente rifampicina e isoniazida), abaixo da meta de 1/5 milhões. 

Até dezembro de 2014, 48 municípios implantaram o TRM-TB, sendo que atualmente são 92 municípios com esse teste implantado. Baseado nas orientações da OMS sobre a utilização do TRM-TB, o teste está indicado para o diagnóstico de tuberculose pulmonar e laríngea em adultos e crianças, também está indicado para pessoas vivendo com HIV/Aids, pessoas com risco de desenvolver tuberculose resistente, e alguns casos de suspeita de TB extrapulmonar.

Clique aqui para acessar o relatório, aqui para acessar o sumário executivo e aqui, para os perfis dos países.

Fonte: site da OMS

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Frente Parlamentar debate a tuberculose no município do Rio

Por Observatório Tuberculose Brasil

A audiência pública foi uma articulação do Fórum ONGs TB RJ e do Observatório Tuberculose Brasil vinculado a ENSP/Fiocruz, com a Frente Parlamentar Municipal de Combate à Tuberculose, por iniciativa do vereador Eduardão (PMDB), que realizou Debate Público na Câmara do Rio, na segunda-feira (19/10), para discutir a doença e sua incidência no município do Rio de Janeiro.

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível pelo ar, que se tornou um grave problema de saúde pública no Brasil. A moléstia é curável em praticamente todos os casos, desde que o paciente seja tratado e medicado adequadamente. Embora seja comum o doente se sentir melhor após as primeiras semanas de tratamento, é fundamental continuar a medicação por, no mínimo, seis meses.

Presidindo o Debate, o vereador Eduardão (PMDB) lembrou as dificuldades sofridas pela população mais carente da cidade, ressaltando que a divulgação de informações sobre a doença pode ajudar a salvar vidas. O parlamentar ainda pediu apoio para prevenir, tratar e combater a tuberculose. "Eu peço a todos aqui a ajuda para combater esta doença. Só com a união dos Poderes e da sociedade é que vamos conseguir vencer essa guerra."

Representando o Programa Nacional do Controle de Tuberculose do Ministério da Saúde, Danielle Pelissari afirmou que o Rio de Janeiro possui um elevado índice de contaminação e a maior taxa de mortalidade do país. A doença está profundamente relacionada com a pobreza, sendo os indicadores de morte maiores entre negros e analfabetos. Danielle destacou que, embora o tratamento seja ofertado gratuitamente pelo SUS, a tuberculose foi a doença que mais causou afastamento do trabalho junto ao INSS no ano de 2012.

O diretor do CRPHF e coordenador do Fio TB Otávio Porto, e Carlos Basilia (Observatório TB) estiveram presentes ao debate, que contou ainda com a presença de gestores, profissionais de saúde, parlamentares, pesquisadores, conselheiros de saúde, ativistas e lideranças comunitárias.

“A tuberculose tem sido uma doença negligenciada no SUS, nós temos que fazer a nossa mea-culpa, não podemos esperar a melhoria das condições sociais envolvidas na determinação social da doença, a saúde pública tem que fazer mais e melhor a sua parte, atendendo a população no contexto das suas vulnerabilidades, dificuldades e reais condições de vida. Não há nada de novo no cenário do controle da tuberculose, a novidade, a exemplo dessa frente parlamentar, será a política favorecendo o controle da doença no país” - Otávio Maia Porto, diretor do Centro de Referência Professor Hélio Fraga da ENSP/Fiocruz, durante a audiência pública na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Também relacionando o índice de contaminação com a pobreza, Jorge Pio, gerente de Pneumologia Sanitária da Prefeitura do Rio de Janeiro, demonstrou a variação da endemia pelas diversas regiões do Município, comprovando que a doença ocorre com mais frequência nas áreas menos desenvolvidas da cidade. De acordo com Jorge Pio, o tratamento com medicamentos é altamente eficaz e capaz de curar até 95% dos pacientes, mas a taxa de mortalidade permanece elevada devido ao retardo na detecção e início do tratamento.

O desconhecimento da doença foi destacado por Roberto Pereira, secretário executivo do Fórum de ONGs Contra a Tuberculose. Para o secretário, a tuberculose é desconhecida até mesmo pelos médicos. Dados do Conselho Regional de Medicina indicam que quase 70% dos médicos que se formam hoje não sabem reconhecer os sintomas.

O vereador Paulo Pinheiro (PSOL) criticou a ausência de políticas básicas de prevenção de doenças nas comunidades. De acordo com o parlamentar, é importante cobrar a execução de serviços que não aparecem, como o saneamento básico, além de investir na educação dos moradores para evitar a descontinuidade no tratamento da doença.

Ana Alice Bevilaqua, coordenadora do Programa Estadual de Tuberculose (PCT/SES/RJ) chamou atenção sobre os dados epidemiológicos da doença no estado que tem a maior taxa de incidência e a mais alta mortalidade por tuberculose do país, e explicou que a tuberculose é uma doença muito relacionada à alta densidade populacional e afeta grandes centros urbanos do País. Ela disse que o Rio de Janeiro é um Estado que tem adensamento populacional na região metropolitana, com uma grande quantidade de pessoas morando em pequeno espaço. — “Isso facilita muito a ocorrência de doenças respiratórias, entre elas a tuberculose, um grande desafio de saúde pública. Aqui, na cidade do Rio de Janeiro, é onde temos a maior incidência no Estado. Este é um desafio que tem que ser enfrentado agora e é urgente, tendo em vista estes números alarmantes.”

Sonia Regina Gonçalves representante do Conselho Municipal de Saúde do Rio falou sobre a necessidade de se enfrentar e combater o preconceito e o estigma associados a doença — “Percebemos que existem pessoas que trabalham com saúde e que ainda não entendem ou não conhecem a Tuberculose. Eu vejo muita gente que ainda queima roupas, descarta talheres e discriminam pessoas que têm a doença”

O vereador Eduardão é o autor do Projeto de Lei n° 1.344/2015, que inclui no Calendário Oficial da Cidade o dia 3 de agosto como Dia de Combate à Tuberculose

Clique aqui para ver mais fotos da audiência.



quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Município de São Paulo realiza XII Encontro de Tuberculose, com o tema Buscar - Tratar - Curar

XII Encontro de Tuberculose da Cidade de SP: Buscar – Tratar- Curar 
16. Outubro. 2015
Local: UNIP Vergueiro 

No dia 16 de outubro de 2015, com a presença de mais de 500 participantes, entre trabalhadores da saúde das unidades de saúde, laboratórios, profissionais do sistema penitenciário, equipes dos consultórios na rua, do serviço da assistência e desenvolvimento social, membros da sociedade civil, gerentes, gestores, convidados e autoridades, foi realizado o XII Encontro de Tuberculose da Cidade de SP, com o tema: Buscar – Tratar – Curar.

Esse fórum se realiza há 12 anos. É um espaço de divulgação dos AVANÇOS e DESAFIOS das estratégias desenvolvidas no enfrentamento da Tuberculose na Rede de Atenção Integral aos cidadãos do Município de São Paulo.

E principalmente...

Este é um momento de valorização e reconhecimento do empenho dos trabalhadores da saúde, do Sistema Penitenciário, da assistência social, dos direitos humanos, da sociedade civil, dos movimentos sociais e de todos os parceiros envolvidos.

O encontro também é o espaço de premiação dos serviços e parceiros que se destacaram no desenvolvimento das diversas ações no enfrentamento da doença.

Palestrantes
  • Naomi Kawaoka Komatsu – Coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose da Cidade de São Paulo/CCD/COVISA: “Tuberculose em números na cidade de São Paulo”
  • Vera Maria Neder Galesi – Coordenadora da Divisão de Controle da Tuberculose –CVE e Professor Dr. Alexandre Vranjac  - SES: “Teste Rápido Molecular e a Gestão da Vigilância do Programa de Controle da Tuberculose”
  • Wania Carvalho – Diretora da Escola de Aperfeiçoamento do SUS/ Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde/ Brasília: “Adesão: uma tarefa dos serviços”

Autoridades presentes
  • Coordenadores das Coordenadorias Regionais de Saúde, Supervisões Técnicas de Saúde e Supervisões de Vigilância em Saúde;
  • José Carlos Veloso, coordenador da Rede Paulista Controle Social da Tuberculose;
  • Maria Regina de Oliveira, representando a coordenadora da Proteção Social Especial  SMADS;
  • Vera Maria Neder Galesi, coordenadora da Divisão de Controle da Tuberculose, CVE, Secretaria Estadual da Saúde SP;
  • Naomi Kawaoka Komatsu, coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose da Cidade de São Paulo I CCD – COVISA;
  •  Rosa Maria Dias Nakazaki, gerente do Centro de Controle de Doenças, COVISA;
  • Rejane Calixto, coordenadora da Atenção Básica da Secretaria Municipal da Saúde SP;
  • Vilma Morimoto, coordenadora da Coordenadoria de Vigilância em Saúde – COVISA.

O Secretário Municipal de Saúde de São Paulo, Dr. Alexandre Padilha, não compareceu ao evento, em função de sua agenda, mas enviou uma mensagem a todos os presentes parabenizando-os por mais um ano de avanços que fizeram a diferença no enfrentamento da tuberculose na cidade de São Paulo.

Clique aqui para acessar o vídeo do secretário.


No total, foram 130 premiados e homenageados. Você pode acessar a lista completa clicando aqui.


Clique aqui e veja mais fotos do evento.





Equipe da Coordenação de Controle da Tuberculose do Município de São Paulo

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Oficina de adesão ao tratamento da tuberculose é realizada em Brasília


Brasília, 19 de outubro de 2015 – Nos  dias 14 e 15 de outubro foi realizada a Oficina de adesão ao tratamento da tuberculose com representantes dos estados da Paraíba, Maranhão e Ceará. O objetivo da oficina foi proporcionar a troca de experiências sobre  estratégias de adesão ao tratamento da tuberculose.

Participaram do encontro coordenadores dos Programas Estaduais e Municipais de Controle da Tuberculose e profissionais que atuam nos serviços de saúde da atenção básica e das referências terciárias no cuidado com o paciente com tuberculose.

A agenda da oficina contou com uma roda de conversa e temas como, os Caminhos e Desafios da adesão, Tratamento Diretamente Observado, Projeto Terapêutico Singular, vulnerabilidades e incentivos sociais. Também foi elaborado um rol de atividades  desenvolvidas por representantes do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, Programa Municipal de Controle da Tuberculose, profissionais que atuam em unidade básica de saúde e nas referências para tuberculose.

“Colocar a adesão ao tratamento em pauta é fundamental. Temos desafios enormes em relação ao cuidado das pessoas e o percentual de insucesso do tratamento da tuberculose ainda é muito mais alto do que o ideal para o controle efetivo da doença no País. Nas oficinas, se cria um espaço para troca de experiências, em que se ouvem exemplos bem sucedidos de outros estados ou serviços e se elaboram estratégias para aprimorar o cuidado ao paciente com tuberculose, respeitando as particularidades de cada território”, explica Marina Jacobs, consultora técnica do Programa Nacional de Controle da Tuberculose.





sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Tuberculose é tema de encontro internacional no Congresso Brasileiro

Brasília, 08 de outubro de 2015 – “A tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo. Já fizemos grandes avanços para controla-la mundialmente, mas se continuarmos nesse ritmo, levaremos, pelo menos, 200 anos para eliminar a doença.” Essa é a fala contundente do deputado inglês Nick Herbert, que esteve no Congresso Nacional para chamar a atenção para o controle da tuberculose no mundo.

Herbert é presidente da Frente Global de Enfrentamento à Tuberculose e participou de reuniões com deputados da Frente Parlamentar de Luta contra a Tuberculose no Brasil e de uma audiência pública específica sobre o tema.

Sob o comando do deputado Antonio Brito, presidente da Frente Brasileira, a audiência, realizada no dia 08 de outubro, contou com as apresentações de Herbert, Antônio Carlos Nardi, Secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Luis Codina, representante adjunto da Organização Pan-Americana de Saúde e Carlos Basília, Secretário da Parceria Brasileira contra a Tuberculose.
O objetivo da audiência pública, articulada entre a Frente Parlamentar, a Frente Global e o Programa Nacional de Controle da Tuberculose, do Ministério da Saúde, foi debater o papel do parlamento na luta contra a tuberculose no mundo.

Para Nick Herbert, o papel do parlamentar é fundamental para garantir a presença desses temas no debate político de cada país. "À medida que novas ameaças como o Ebola demandam a atenção de todo o mundo, precisamos lembrar aos líderes políticos que a tuberculose ainda mata 1,5 milhões de pessoas todos os anos, o que significa que a cada dois dias ela mata tantas pessoas como o Ebola matou no total. O mundo não pode se dar ao luxo de fazer escolhas entre enfrentar uma ou outra doença – é preciso lutar em todas as frentes para vencer a todas as epidemias”, afirmou Herbert.

Com o apoio do deputado Antonio Brito, um dos signatários fundadores da Frente Global, Herbert pediu aos demais deputados brasileiros que também se unam ao grupo, firmando a declaração de Barcelona, instrumento que oficializa a formação da frente. O grupo já conta com quase 600 deputados, de 97 países, em menos de um ano desde sua formação (Novembro de 2014).

No dia anterior, Nick Herbert participou da reunião ordinária da Comissão de Seguridade Social e Família, dividindo a mesa com Lord Jim O’Neill, Secretário do Tesouro do Reino Unido e criador do Acrônimo BRICS, e Dame Sally Davies, Diretora Médica do Governo Britânico. Durante a reunião, além da tuberculose, foram abordados os temas da resistência microbiana aos antibióticos e a necessidade de pesquisa e desenvolvimento para a produção de medicamentos e diagnósticos mais modernos, além do uso indiscriminado de antibióticos na pecuária.

Eles foram unânimes em reforçar a importância da ação coordenada entre os países e como o Brasil pode ter um papel protagonista na cooperação com outras nações em desenvolvimento. “Temos que investir agora na produção de medicamentos mais eficazes e deve ser um trabalho conjunto. O risco de epidemias causadas por micróbios resistentes aos antibióticos é muito alto e os países mais afetados seriam os que estão em desenvolvimento.”, explica O’Neill.

A reunião contou com a participação de 42 deputados, que fizeram diversas perguntas aos palestrantes e destacaram a questão dos determinantes sociais para a propagação da tuberculose e outras doenças negligenciadas.

Visita à Rocinha*

Matt Oliver, Maria Helena Carneiro, Rita Smith e Nick Herbert
Em visita à comunidade da Rocinha, guiados por Carlos Basília, secretário executivo da Parceria Brasileira Contra a Tuberculose e coordenador do Observatório Tuberculose Brasil, e Rita Smith, fundadora e presidente do Grupo de Apoio aos Pacientes e Ex-pacientes de Tuberculose da Rocinha (Gaexpa), Matt Oliver, representante da Frente Global de Enfrentamento à Tuberculose, e o deputado britânico Nick Herbert puderam conhecer melhor as relações entre os determinantes sociais e a incidência da doença.

A visita foi motivada pelo interesse pessoal do parlamentar inglês de conhecer uma comunidade com alta incidência da doença, um serviço público de saúde, as condições de vida das pessoas afetadas pela tuberculose, e as ações promovidas pela sociedade civil, ONGs e grupos comunitários. O parlamentar abriu mão da prerrogativa de uma segurança especial na sua condição de autoridade internacional e se dispôs a andar a pé pelas ruas, ladeiras e vielas da comunidade, e de forma muito descontraída, simpática e atenciosa conversou com os moradores, pacientes de tuberculose e profissionais de saúde.

Frente Parlamentar de Luta Contra a Tuberculose no Brasil

Criada em 8 de maio de 2012, a Frente Parlamentar era uma reivindicação antiga de ativistas e gestores da saúde pública e se materializou a partir da iniciativa do Deputado Antônio Brito, presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, com o objetivo de acompanhar a política nacional de controle da tuberculose, buscando, de forma contínua, aperfeiçoar a legislação relacionada à saúde, assistência social e outras políticas vinculadas, a partir das comissões temáticas nas duas Casas do Congresso Nacional.

Campanha Nacional de Tuberculose 2015

Com o mote “testar, tratar e vencer”, a campanha é protagonizada pelo jogador de futebol Thiago Silva. “Tuberculose existe, mas tem cura”, alerta o jogador no vídeo. O zagueiro foi diagnosticado com a doença em 2005, quando jogava em um time russo. Ele retornou ao Brasil, onde recebeu tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foi curado e seguiu a carreira de jogador.
A falta de informação pode ser um obstáculo ao diagnóstico e ao tratamento. Por isso, as peças da campanha alertam que pessoas com tosse por mais de três semanas - principal sintoma da doença – devem procurar um serviço de saúde. Além disso, para serem curados, os pacientes não podem interromper o tratamento, que dura seis meses. O objetivo da campanha é levar mais informação às pessoas, para acabar com o preconceito sobre a doença.

*Com informações do Observatório Tuberculose Brasil

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Jogador Thiago Silva protagoniza campanha contra tuberculose

Por Carlos Américo, da Agência Saúde - ASCOM/MS


As peças serão veiculadas pelo Ministério da Saúde em rádios, TVs e redes sociais durante todo o mês de outubro. O jogador foi diagnosticado com a doença e recebeu tratamento pelo SUS  

O Ministério da Saúde lança nesta quinta-feira (1º) campanha de conscientização sobre a importância do diagnóstico e realização do tratamento contra tuberculose. Com o mote “testar, tratar e vencer”, a campanha é protagonizada pelo jogador de futebol Thiago Silva. “Tuberculose existe, mas tem cura”, alerta o jogador no vídeo. O zagueiro foi diagnosticado com a doença em 2005, quando jogava em um time russo. Ele retornou ao Brasil, onde recebeu tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foi curado e seguiu a carreira de jogador.

Confira o vídeo da campanha

A falta de informação pode ser um obstáculo ao diagnóstico e ao tratamento. Por isso, as peças da campanha alertam que pessoas com tosse por mais de três semanas - principal sintoma da doença – devem procurar um serviço de saúde. Além disso, os pacientes não podem interromper o tratamento, que dura seis meses, para atingir a cura. O objetivo da campanha é levar mais informação às pessoas, reduzindo o preconceito sobre a doença. No ano passado, a campanha do Ministério da Saúde contou com a participação do cantor Thiaguinho, que também foi diagnosticado, seguiu tratamento sem interrupção e foi curado.

A campanha, que tem duração de um mês, será veiculada nas rádios, TVs, redes sociais, além de outdoor social e outros meios de divulgação. “O Thiago Silva mostra que é possível ficar livre da doença seguindo corretamente o tratamento. Ele se tratou pelo SUS e está aí, forte e saudável, jogando seu futebol”, explica o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Antônio Nardi.

Apesar da dimensão da doença e do seu impacto para a saúde pública, parte da população tem pouca
informação sobre a tuberculose. “A falta de informação, além de prejudicar o diagnóstico, produz preconceito e agrava a exclusão social. Muitas pessoas ignoram os sintomas ou ainda têm ideias antigas sobre a doença, não sabem que a tuberculose é uma doença curável e que o paciente deixa de transmitir após 15 dias de tratamento”, explicou o diretor do Departamento de Vigilância em Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch.

TESTE RÁPIDO – Além da campanha de esclarecimento sobre a tuberculose, o Ministério da Saúde trabalha na melhoria do diagnóstico da doença. Em 2014, a coordenação do Programa Nacional de Controle da Tuberculose distribuiu 175 equipamentos de teste rápido a 94 municípios – onde se concentram 55% dos casos novos e retratamentos registrados no Brasil. Denominado “Gene Xpert”, o teste detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas e identifica se há resistência ao antibiótico rifampicina, usado no tratamento básico.  O exame laboratorial tradicional pode levar de um a dois meses. Em um ano, foram realizados mais de 145 mil testes.
A estratégia adotada pelo Ministério da Saúde, de descentralização do tratamento para a atenção básica, resultou na diminuição do número de casos e mortes e de abandono do tratamento. Parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social ampliou o acesso do serviço de saúde às populações vulneráveis à doença - populações indígenas, população privada de liberdade, moradores de rua, além das pessoas vivendo com o HIV.

REDUÇÃO - Em 2014, a taxa de incidência foi de 33,8 por 100 mil habitantes, contra 43,4/100 mil em 2004. No ano passado, foram registrados 68,4 mil casos novos de tuberculose e 4.336 óbitos, com uma taxa de mortalidade de 2,3 óbitos por 100 mil habitantes. Em 2012, o Brasil atingiu, antecipadamente, as metas para 2015 dos Objetivos do Milênio (ODM) de redução pela metade das taxas de incidência, prevalência e mortalidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, atualmente, existam no mundo nove milhões de casos da doença.
Em 2015, começa uma nova etapa do combate à tuberculose, superando a meta de controle da doença e partindo para a perspectiva de sua eliminação como problema relevante de saúde pública. O Ministério da Saúde assume compromisso de reduzir em 95% os óbitos e em 90% o coeficiente de incidência da doença até 2035.

Parte interna do folder

SOBRE A DOENÇA - A tuberculose é causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas também pode ocorrer em outras partes do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). Na maioria das pessoas infectadas, os sinais e sintomas mais frequentemente são tosse seca contínua, no início da doença, depois tosse com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa geralmente à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza e prostração.

A transmissão é direta, de pessoa a pessoa, por meio de pequenas gotas de saliva expelidas ao falar, espirrar ou tossir. Somente 5% a 10% dos infectados pelo bacilo de Koch adquirem a doença. O tratamento deve ser feito por um período mínimo de seis meses, sem interrupção, diariamente. No esquema básico, são utilizados quatro fármacos: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Os pacientes que seguem o tratamento corretamente são curados.

Para prevenir as formas mais agressivas da doença é necessário imunizar as crianças, no primeiro ano de vida, ou no máximo até quatro anos, com a vacina BCG. O risco de transmissão é maior entre pessoas que vivem em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados.