quinta-feira, 28 de abril de 2016

Envio de trabalhos para o V WORKSHOP NACIONAL DA REDE BRASILEIRA DE PESQUISAS EM TUBERCULOSE – REDE TB

MACEIÓ/ALAGOAS – AGOSTO DE 2016

Envio de Trabalhos

Os trabalhos deverão ser enviados em português, inglês ou espanhol, para o e-mail da REDE TB (redetb.rp@gmail.com), juntamente com o comprovante de inscrição no V Workshop, e serem apresentados conforme as orientações abaixo.

Todos os trabalhos aceitos pela Comissão Científica serão divulgados no site da REDE TB. Trabalhos científicos do tipo Relato de Caso e Levantamentos Epidemiológicos também serão aceitos para submissão.

O prazo limite para submissão é 15 de junho de 2016.

Os trabalhos serão apresentados na forma oral ou pôster.  A Comissão Científica selecionará, a seu critério, um número limitado de trabalhos para serem apresentados oralmente. Os autores serão avisados com antecedência.

Para o envio do trabalho é necessário que pelo menos um dos autores esteja com a inscrição no evento paga. Caso o trabalho seja recusado, o valor da inscrição será devolvido.

A aprovação do resumo será divulgada periodicamente, pela Comissão Científica, na homepage da Rede TB e/ou por email.

Organização e apresentação do resumo:

1. Texto configurado em uma única página, em formato A4, margens superior e esquerda: 3 cm; margens inferior e direita: 2,5 cm;

2. O texto deve conter, no máximo, 2.000 caracteres com espaço (não incluindo título, autores e instituição). Deve haver duas linhas de separação entre o título e os autores; uma linha entre os autores e filiação institucional; duas linhas entre a filiação institucional e o texto; uma linha entre o texto e as palavras chaves e uma linha entre as palavras chaves e o apoio;

3. Fonte de texto Arial, tamanho 14 negrito para o TÍTULO; 12 negrito para os AUTORES; 10 itálico para a FILIAÇÃO INSTITUCIONAL; 12 para o TEXTO, PALAVRAS-CHAVE e APOIO;

4. O espacejamento entre linhas deve ser simples. O alinhamento deve ser centralizado no Título, Autores e Filiação, e justificado no restante do texto;

5. O TÍTULO deve ser escrito em letra minúscula, somente com a inicial maiúscula e com os nomes científicos devidamente digitados em estilo itálico;

6. O(S) NOME(S) DO(S) AUTOR (ES) digitado(s) em negrito deve(m) estar abaixo do título, com o espaço de duas linhas. Não há limite no número de co-autores;

7. FILIAÇÃO INSTITUCIONAL e ENDEREÇO COMPLETO DOS AUTORES devem estar abaixo do nome dos autores, com o espaço de uma linha;

8. O nome e último sobrenome dos autores devem ser escritos por extenso. Os nomes do meio devem ser abreviados. Exemplo: José A. B. Silva;

9. O corpo do resumo deve ser escrito em parágrafo único e deve conter as informações relativas à Introdução, Objetivos, Material e Métodos, Resultados e Discussão, sem necessariamente haver a separação ou identificação destes tópicos. Os nomes científicos devem ser digitados em estilo itálico;

10. Cada resumo deve incluir três palavras-chave que definam o assunto e permitam indexação do trabalho. Estas palavras devem ser digitadas em uma única linha iniciada pelo termo: “Palavra-chave” em negrito, separada do corpo principal do texto por um espaço em branco e alinhado à esquerda;

11. As fontes de financiamento devem ser expressas em uma única linha iniciada pelo termo: “Apoio” em negrito, separada da linha das palavras-chave por um espaço em branco e alinhado à esquerda;

12. Recomenda-se rigor na correção e na apresentação dos resumos, pois os mesmos serão reproduzidos nos anais na forma em que forem recebidos, sem revisão técnica e/ou gramatical, sendo, portanto, de inteira responsabilidade do autor;

13. Os resumos devem ser enviados no formato DOC ou DOCX. O sistema não aceitará outro tipo de arquivo.


Comissão Organizadora                                                Comissão Científica
V Workshop Rede TB                                                   V Workshop Rede TB


MODELO DE RESUMO

Teste de vôo como critério de avaliação de qualidade de Trichospilus diatraeae (Hymenoptera: Eulophidae)

Harley N. de Oliveira1; Patrícia Paula Bellon2,3; Alexa Gabriela Santana2; Fabrício F. Pereira3

1Embrapa Agropecuária Oeste, Caixa Postal 449, 79804-970 Dourados, MS, Brasil. Email: harley@cpao.embrapa.br. 2Bolsista Embrapa Agropecuária Oeste, 79804-970 Dourados, MS, Brasil. 3Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade. Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), 79804-070 Dourados, MS, Brasil.

A capacidade de voar e caminhar são características importantes para o desempenho do inimigo natural, pois estão relacionadas com o forrageamento e a dispersão no campo. Entretanto, esses atributos podem se modificar ao longo do processo de multiplicação no laboratório, devendo ser monitorados. O objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade da população do parasitoide pupal Trichospilus diatraeae, em laboratório, utilizando-se como critério de avaliação o teste de voo denominado modelo ESALQ com algumas adaptações. Dez pupas de D. saccharalis foram individualizadas em tubos de ensaios, sendo que cinco delas foram expostas ao parasitismo de três fêmeas de T. diatraeae, e as demais pupas foram expostas a cinco fêmeas do respectivo parasitoide por 24 horas. As pupas parasitadas, prestes à emergência, foram acondicionadas no fundo de um tubo de ensaio fixado no centro da unidade-teste e esses foram colocados sobre uma bancada de madeira, diretamente abaixo da fonte de luz. Após o início da emergência dos parasitoides, as unidades-teste foram mantidas durante três dias sob a incidência da luz. Após esse período, os tubos foram levados ao refrigerador e os insetos foram congelados, para se proceder às avaliações. Quando expostos ao parasitismo de três fêmeas de T. diatraeae, a porcentagem de parasitoides encontrados na tampa (voadores) foi de 79%, no anel (caminhadores) de 7% e de 14% no fundo (não voadores). Já quando expostos ao parasitismo de cinco fêmeas essa porcentagem foi de 74%, 18% e 7% de indivíduos encontrados na tampa, no anel e no fundo, respectivamente. O teste de voo mostrou-se uma técnica adequada para determinação da qualidade de populações de T. diatraeae.

Palavras-chave: controle biológico, controle de qualidade, criação.

Apoio: (se houver)




terça-feira, 19 de abril de 2016

Luta por cidadania marca atividades contra a tuberculose

*Texto extraído do site da Agência Fiocruz de Notícias

“Lutar por saúde é lutar por mais cidadania, mais justiça social, mais democracia e mais sustentabilidade da vida, de todas as formas de vida, do planeta e da humanidade”, defendeu Cândido Grzybowski na palestra Cidadania e Saúde, realizada na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Cândido, que falou sobre as várias dimensões da cidadania, ressaltou a importância de se perceber e reconhecer, em sociedade, como um indivíduo titular de direitos. “É a cidadania em ação. É o agir para garantir os próprios direitos. Isso vale para o portador da tuberculose. Há um trabalho a se fazer junto a quem sofre, a essas comunidades que são estigmatizadas e não se percebem”, advertiu ele. Durante o encontro promovido pelo Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF/ Ensp/Fiocruz), ocorreu também o lançamento oficial do Boletim de Pneumologia Sanitária.

Foto: Ensp/Fiocruz
A mesa de abertura do evento contou com a participação da vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, do diretor da Ensp/Fiocruz, Hermano Castro, o diretor do CRPHF/ Ensp/Fiocruz, Otávio Porto, o coordenador do Observatório Tuberculose Brasil da Ensp/Fiocruz, Carlos Basília, e Jesus Paim Ramos, pesquisador do Centro de Referência. Conforme destacou Otávio, o foco desse encontro foi tentar sair da tríade tradicional: vacinação, diagnóstico e tratamento.

“Acreditamos que o fenômeno do adoecimento por tuberculose diz respeito a uma sociedade que se organiza para garantir mais ou menos saúde para a população. Na medida em que a população tem acesso a esses serviços, ela alcança também padrões de vida de qualidade que consideramos mais adequados. Infelizmente, esse não é o nosso caso. Por isso ainda somos obrigados a ter em pauta questões como populações vulneráveis, saúde e direitos humanos”, disse ele.

Jesus lembrou as diversas atividades realizadas pela Ensp e outras unidades da Fiocruz em alusão ao Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose e entregou o Boletim de Pneumologia Sanitária aos convidados do evento. “A tuberculose não é uma doença da moda ou frequentemente aparece na mídia em horário nobre. No entanto, é uma doença milenar e relevante no Brasil, com cerca de 60 mil novos casos no país, e é o microrganismo mycobacterium tuberculosis que mais mata no Brasil."

O diretor da Ensp/Fiocruz, Hermano Castro, saudou a iniciativa do boletim e ressaltou os investimentos que a Fiocruz em sua totalidade tem feito na questão da tuberculose. “Hoje é um dia de luta, pois quem trata desse tema no dia a dia sabe como é difícil enfrentar as barreiras do campo, principalmente quem está na área da assistência. Investimentos em infraestrutura e sociais são fundamentais para enfrentar e reduzir essa elevada taxa de incidência que encontramos no país”, disse ele.

Carlos Basília trouxe os dados no novo relatório global da Organização Mundial de Saúde, revelando que a tuberculose superou a Aids como um problema de saúde pública global e como índice de mortalidade por doença infecciosa. “Os indicadores de mortalidade de Aids vem decrescendo ao longo dos anos, e os da tuberculose se mantendo. E nessa manutenção está superando a Aids. Portanto, não temos o que comemorar”, lamentou ele, lembrando ainda que a tuberculose é considerada uma doença negligenciada por todos os atores e todas as instâncias: “Do ponto de vista da gestão, da academia, da pesquisa, do ensino, dos investimentos etc.” Basília destacou e agradeceu a presença e participação de diversos atores de movimentos sociais que lutam contra a tuberculose.

Nísia Trindade Lima ressaltou a importância da assistência e pesquisa coordenadas pelo Centro de Referência Hélio Fraga e lembrou o sociólogo Herbert José de Sousa ao falar sobre o documentário inspirado em sua vida Betinho: uma esperança equilibrista. “Foi uma história de vida marcada pela trajetória individual de fragilidade na saúde. Porém, em contraponto a isso, por uma força que se expressou no coletivo. Isso também representa a marca da área da saúde. Temos contribuições individuais de todos os profissionais que estão na ponta do serviço, mas contamos com a força do coletivo”, disse a vice-presidente.

O filósofo e sociólogo Cândido Grzybowski apresentou suas ideias na palestra Cidadania em Saúde. A apresentação foi coordenada pelo pesquisador do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF/ Ensp/Fiocruz)  Pablo Dias Fortes que falou sobre a série de questões vividas atualmente no Brasil, em especial as relacionadas à conjuntura política nacional.  “A questão da cidadania e saúde reflete a compreensão da atual direção do Hélio Fraga, consubstanciado na longa tradição do Centro sobre pensar esse tema como algo absolutamente estratégico e central. Não mais para falarmos no controle da tuberculose, mas para nos engajarmos em ações pelo fim da doença. Fica cada vez mais difícil ainda justificar porque uma doença tratável e curável mata por ano de 5 a 6 mil cidadãos brasileiros. Como é possível isso? Principalmente em um país que afirma ser a saúde um direito assegurado a todos. Parece óbvio termos que reafirmar o valor da cidadania, mas estamos em um momento de reafirmar coisas óbvias. Não podemos pensar a cidadania apenas como um atributo formal de quem nasce em determinado território. Mas pensar a cidadania como relação social, que é o que a Constituição de 1988 consagra”, disse Pablo.

Cândido, que faz parte do Colegiado de Diretoria do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), comentou que a cidadania é uma relação política de igualdade que tem os direitos como qualificadores dessa relação. Em sua definição mais simples, ela é o direito de se ter direitos. Esse é o pilar central da sociedade democrática. Sobre a Fiocruz, Cândido comentou que a Fundação é um bem comum da sociedade brasileira do ponto de vista da cidadania. “Um patrimônio que todos temos que zelar e defender. Ela é símbolo de algo que a sociedade conquistou que precisa ser preservado e fortalecido sempre.”

Em sua apresentação, Cândido ressaltou ser fundamental traçar um quadro de referência sobre cidadania e fazer uma reflexão política e sociológica do que ela significa. Para ele, democracia significa criar condições de equalização. Essas se dão por meio da cidadania política. “Somos todos iguais enquanto cidadão, ao menos no prisma da política. É um processo demorado, mas esse é o princípio da democracia. O potencial transformador da democracia como método está no seu processo, não nela enquanto projeto. A democracia não nega as classes sociais, as transforma em força de transformação. A ideia não é uma destruir a outra, mas sim chegar ao ponto comum entre os diferentes visando ao melhor para todos. Fazendo uma reflexão com o que vivemos hoje, esta é uma forma de prevenir que entremos em um processo de intolerância total e não mais consigamos conviver com o diferente”, alertou Cândido, dizendo ainda que “a democracia é um pacto permanentes de incertezas criativas, em que o próprio poder político se renova por pressão da cidadania, ela se dá na rua, na prática, nos espaços públicos”.

Cândido citou Boaventura de Sousa Santos dizendo que não existe igualdade se ela é negadora da diversidade. Mas não existe diversidade se ela nega a igualdade. “É o direito à igualdade desde que não seja homogeneidade. A cidadania não é individual, ela é uma relação política e social que qualifica os lados dessa relação. Sobre a área da saúde, Cândido ressaltou o absurdo da propriedade intelectual: “A propriedade intelectual é anti-humana e anticidadã por definição, pois não existe saber humano que não seja feito cooperativamente. Nessa crise que estamos vivendo, o vírus zika, não existiria saber sobre suas consequências se não fosse a cooperação, estaríamos em estaca zero. É a privatização do comum. Em termos jurídicos, é legal. No entanto, é ilegítimo. A distinção entre o que é direito e o que não é em termos de cidadania é fundamental, pois se os direitos não são para todos, são privilégios”, disse ele.

O direito à saúde, segundo Cândido, deve ter base na equidade: “A doença pode acontecer com um e não com outro. Portanto, é um direito de todos, mas de acordo com a necessidade de cada um.” Outro ponto exposto por ele foram as dimensões da cidadania: cidadania vivida, cidadania garantida (pelo Estado), cidadania percebida e cidadania ativa. "Cândido ressaltou a importância de se perceber e reconhecer em sociedade como um indivíduo titular de direitos. “É a cidadania em ação. É o agir para garantir os próprios direitos. Isso vale para o portador da tuberculose. Há um trabalho a se fazer junto a quem sofre, a essas comunidades que são estigmatizadas e não se percebem”.

Para finalizar, Cândido falou sobre a importância da produção de dados em saúde. “O nosso olhar sobre a produção de dados de saúde nos faz olhar inclusive para o ponto de vista da cobrança de políticas de geração de dados, inclusive para a política de geração de dados, transparência, acesso à informação, entre outros”. O Ibase está desenvolvendo uma avaliação sobre a riqueza da sociedade voltada para os seus direitos e cidadania, não mais baseada no valor do seu PIB. Esse Sistema de Indicadores de Cidadania do Instituto tentou recentemente criar um indicador de direito a segurança humana em situações de riscos de desastre, mas não conseguiu obter informação da região serrana do Rio de Janeiro em área de deslizamentos e nem da área de influência do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). “A falta de dado é uma grande violação. Pois não é apenas não dar o dado. É possuir o dado e não divulgá-lo. E eles são uma ferramenta estratégica da cidadania para se avaliar, avaliar o Estado e para ser cidadania ativa. Portanto, lutar por saúde é lutar por mais cidadania, mais justiça social, mais democracia e mais sustentabilidade da vida, de todas as formas de vida, do planeta e da humanidade”, defendeu Cândido Grzybowski.



quinta-feira, 14 de abril de 2016

Piauí realiza III Fórum Estadual Integrado de Tuberculose e Hanseníase

Nos dias 5 e 6 de abril de 2016, profissionais de saúde se reuniram para o III Fórum Estadual Integrado de Tuberculose e Hanseníase do Piauí. O evento, realizado no Auditório Facime, em Teresina, teve como tema: “Nós podemos parar a Tuberculose e a Hanseníase: informação, diagnóstico e tratamento para todos”.


Os objetivos do evento foram: ampliar as perspectivas do controle da TB no estado, estimular a redução da carga local de Hanseníase, debater a questão da discriminação e promover a inclusão.









Especialistas debatem o uso do audiovisual na área da saúde

* Texto publicado na página da Escola Nacional de Saúde Pública

Diálogo rico, propostas de parcerias e trocas de experiências marcaram a mesa O uso do audiovisual fortalecendo a comunicação entre Estado e sociedade para o controle da tuberculose. O debate foi proposto pelo Centro de Referência Professor Hélio Fraga como parte das comemorações pelo Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Para tanto, estiveram reunidos na ENSP pesquisadores, produtores, alunos, roteiristas, representantes da sociedade civil, figurinistas, entre outros interessados. A temática central girou em torno da busca conjunta por estratégias de mobilização e visibilidade de um tema tão antigo, no entanto ainda tão presente e preocupante em nossa sociedade: a tuberculose.

Compuseram a mesa a pesquisadora do CRPHF Luisa Pessôa, que também foi a coordenadora do debate; a superintendente do Canal Saúde, Márcia Correa e Castro; Wagner Oliveira, do Selo Fiocruz; a produtora e roteirista do documentário Diários de Tuberculose – epidemia oculta, Ieda Rozenfeld; o coordenador do Observatório Tuberculose Brasil da ENSP, Carlos Basília; e a figurinista e roteirista Bia Salgado.

Wagner lembrou que desde o tempo de Oswaldo Cruz, a Fundação tem a tradição de trabalhar com imagens e trazer sentido ao que ela gera. “Temos grandes acervos que ilustram os perfis sanitários epidemiológicos do Brasil graças ao pioneirismo de Oswaldo Cruz”. Outro ponto ressaltado por Wagner foi a questão dos investimentos em ciência e tecnologia: “Isso é o que hoje separa os países desenvolvidos dos não desenvolvidos. O conhecimento da população acerca deste tema também é preocupante, pois é muito raso no Brasil. Temos que incluir esses excluídos no processo da ciência e tecnologia, para que as pessoas possam exercer plenamente a cidadania”, disse ele.

O acervo do Selo Fiocruz já conta com 20 títulos e, segundo Wagner, seu diferencial tem sido buscar uma leitura dos temas a partir do que não é veiculado pela grande imprensa e mídia em geral, com suas abordagens superficiais e descontextualizadas. Em consonância com a política de Acesso Aberto da Fiocruz, todos os vídeos produzidos pelo Selo estão disponíveis para acesso gratuito na internet.  

A diretora e roteirista do documentário Diários de Tuberculose – epidemia oculta, lançado pelo Selo Fiocruz Vídeo no âmbito do Edital Público Fiocruz Vídeo – 2013, Ieda Rozenfeld falou sobre sua história no mundo audiovisual, a produção deste filme e ainda sobre a construção do Cineclube Gigoia, que funciona dentro de sua casa, na Ilha da Gigóia, na Barra da Tijuca, como um espaço comunitário de reunião, reflexão, educação e entretenimento para população local, que visa estímulo, empoderamento e acesso a essa população.


Durante o processo de filmagem do Diários da Tuberculose, Ieda se surpreendeu com a quantidade de pessoas que, de acordo com ela, não tem o menor conhecimento sobre a tuberculose, mesmo aqueles que convivem próximos a indivíduos com a doença. “Para o filme fiz muitas pesquisas e cheguei a grandes grupos que não poderia ficar de fora do projeto: os moradores de comunidades e grandes aglomerados (favelas), os indivíduos vivendo em sistema prisional, moradores de rua e tribos indígenas. Me preocupei demais com o público alvo e também com a linguagem utilizada, pois acredito que ele não deva ser voltado para técnicos ou academia. Quem mais precisa ter a informação é justamente quem não tem acesso a ela. Para tanto, utilizei personagem. Na minha visão, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são figuras fundamentais nesse elo entre a academia, a saúde pública, o estado e a população. É ele quem está no dia a dia dos problemas e tem o domínio prático”, disse Ieda.

Sobre o uso da internet e novas mídias, Ieda ressaltou a necessidade de nos adequarmos a essa nova era. “Todos nós - principalmente os da área de saúde pública -, aproveitamos muito pouco as possibilidades que as redes sociais e a internet proporcionam na comunicação com todas as instâncias da sociedade”.  A superintendente do Canal Saúde, Márcia Castro, falou sobre os percalços para conquistar espaço na grade de programação da TV aberta digital – que desde dezembro de 2015 está no ar, no canal 2.4, com 17 horas de programação. Ela ainda explicou como funcional a grade de programação do Canal Saúde e se colocou à disposição para parcerias com pesquisadores, unidades, projetos e outros interessados em produzir conteúdo em saúde.

Baseada em todos os seus anos de experiência na área, em relação à linguagem audiovisual, Márcia comentou que é preciso cuidar para que os produtos não fiquem maçantes ou com uma linguagem muito técnica. “Na perspectiva de quem pesquisa, de quem constrói o conhecimento acadêmico, o fundamental é o processo de trabalho. Temos que cuidar para que os produtos audiovisuais não se tornem livros ilustrados. Essa linguagem é muito fugaz. O apelo e impacto emocional podem ser muito fortes. Esse é o grande barato”, explicou ela.

Márcia destacou ainda que em tempos de internet, o problema do produto audiovisual não é mais de disseminação, mas sim de relevância, pois atualmente qualquer pessoa pode produzir conteúdo e postar no youtube. “O processo de comunicação começa quando o vídeo está pronto”, considerou ela. Para finalizar, ela alertou que os profissionais, sobretudo os do campo da saúde pública, comece a perceber a comunicação como uma forma estratégica e não mais como divulgação apenas”.

A pesquisadora da ENSP, Luisa Regina Pessôa, ressaltou o uso do audiovisual na promoção do ‘diálogo entre os ímpares’ e explicou ainda sobre os materiais audiovisuais desenvolvidos no âmbito do Programa de Qualificação em Educação Popular em Saúde, que formou cerca de 16 mil Agentes Comunitários de Saúde (ACS). “Fizemos uma série de 19 vídeos de curta-metragem sobre temas complexos de saúde, porém utilizando uma linguagem simples. Carlos Basília falou sobre a comunicação e a informação com foco na tuberculose. Para ele, há muitos anos as representações da doença são muito estigmatizantes e preconceituosas. Basília também fez um retrospecto sobre as abordagens da tuberculose nas campanhas realizadas pelo Ministério da Saúde e veiculadas na mídia: “elas sempre tiveram base nos sintomas da doença. Atualmente, isso mudou e o MS passou a utilizar personagens com foco na pessoa comum, como o cantor Thiaguinho e o jogador de futebol Thiago Silva, que vivenciaram histórias de tuberculose”.

A figurista e roteirista Bia Salgado destacou que, apesar de não ser da área da saúde, há muitos anos colabora com a Luisa Pessôa em suas produções nessa área voltadas para a educação. “Eu acredito que estejamos atrasados no uso do drama, da ficção no ensino e conhecimento. Com a ficção conseguimos despertar interesses e fazer com que pessoas tenham acesso a informações que nunca teriam por meio de canais completamente inesperados. É o reconhecimento do cidadão com a representação.

O debate envolveu os convidados e trouxe gratas surpresas aos organizadores do evento. Na plateia estava o médico Bruno Sicuro, que produziu e apresentou durante o encontro o vídeo O óbvio, fruto de seu trabalho de conclusão de curso na residência Medicina de Família e Comunidade, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). O trabalho aborda o caráter social de doenças negligenciadas, mas seu desenrolar tem foco na tuberculose. A residência de Bruno teve a orientação do também médico de família e professor da Uerj, Alfredo de Oliveira Neto, que tem experiência em comunicação em saúde, voltado para a atenção primária. Alfredo, além de ser o orientador de Bruno na residência, participou do roteiro do vídeo.

O chefe do Hélio Fraga, Otávio Porto, que também estava na plateia, destacou a importância da comunicação. “Não somente para divulgar o que estamos fazendo, mas também para prestar contas à sociedade. Há uma necessidade de ocuparmos melhor os canais que temos e podemos utilizar”, disse ele.



quarta-feira, 13 de abril de 2016

Teresina realiza seminário na semana da luta contra a tuberculose

*Com informações do Programa Estadual de Controle da Tuberculose do Piauí

Como parte das ações do Dia Mundial de luta contra a Tuberculose, o Programa Municipal de Controle da Tuberculose da cidade de Teresina (PI) realizou o Seminário Municipal de Luta contra a Tuberculose. Os objetivos do encontro foram de aprimorar o conhecimento e atualizar o contexto da tuberculose na Atenção Básica para equipes multiprofissionais dos Centro de Referência de assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e Estratégia da Saúde da Família (ESF).

Durante o encontro também foram discutidos casos de difícil manejo de tuberculose, com a apresentação de Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) e relatos de experiências exitosas desses casos.

O seminário foi realizado no dia 28 de março de 2016, no Auditório da Fundação Municipal de Saúde de Teresina.

Entrevista com Dr. Carlos Gilvan do PMCT

terça-feira, 12 de abril de 2016

Dia 24 de Março no Estado de São Paulo

*Com informações enviadas pelo Programa Estadual de Controle da Tuberculose - SP

A Divisão de Tuberculose da Secretaria Estadual de Saúde do Estado de São Paulo realizou o evento do Dia Mundial da Tuberculose no dia 24 de março, no Centro de Convenções Rebouças com mais de 600 participantes, representantes dos PCTs dos municípios, secretários municipais de saúde, laboratórios, unidades prisionais, membros do Comitê Estadual de Controle Social da tuberculose, bem como outros membros da sociedade civil no enfrentamento da doença.

Da Programação:

Neste evento foram premiados os locais (municípios, laboratórios, unidades prisionais e GVEs) pelas atividades de intensificação de busca de casos de tuberculose e pela atualização das notificações no sistema informação online TBWEB.

Foram premiados pela intensificação da busca ativa: 54 Unidades Prisionais, 36 municípios, 18 laboratórios (acima de 500 exames realizados), 09 Supervisões Regionais de Vigilância em saúde do município de  São Paulo (SUVIS) e 5 Grupos de Vigilância regional do estado(GVEs).

Pelo quesito atualização de notificação na TBWEB: 20 municípios, 06 SUVIS e 5 GVES.
Clique para ver os premiados por pela busca de Sintomáticos Respiratórios e para as notificações no TBWeb

A TB no Estado de São Paulo

O Estado de São Paulo possui o maior número absoluto de casos de tuberculose do Brasil, também porque tem a maior população. Foram 16.889 casos novos descobertos em 2015.

Felizmente a tendência da ocorrência de casos e das taxas de incidência é de declínio, sendo que de 1998 (49,3 por 100 000 habitantes) a 2015 (38,0 por 100 000 habitantes), houve um declínio nas taxas de 23 %.



‘Faça isso parar’: as afetuosas casualidades da Tuberculose Drogarresistente

*Tradução do texto de Jennifer Furin, MD., PhD, extraído do jornal The Huffington Post
Flickr
Nas montanhas remotas da África do Sul, Matsepo levanta às 3h da manhã para começar o dia. Ela tem um trabalho importante a fazer, trabalho que é uma questão de vida ou morte. Tal começo tão cedo é necessário para que ela se arrume e prepare o chá antes de acordar sua magrinha e agitada neta de cinco anos, Ntabaleng. Ela ergue sua neta nos ombros para começar a caminhada de quatro horas até a clínica mais próxima. A mãe de Ntabaleng não pode fazer isso porque morreu, vítima da mesma tuberculose drogarresistente (TB-DR) que é responsável pela jornada diária de Matsepo com sua preciosa neta. Ntabaleng deve ir à clínica para fazer o tratamento, porque ela tem que receber injeções diárias, que são parte da sua terapia para TB-DR. Ainda que seja difícil para ela juntar forças até para levantar a cabeça, ela grita assim que a agulha entra em sua pele. “Faça isso parar, vovó”, ela chora, “faça parar”.
Há milhares de quilômetros, Alma, também, acorda de madrugada. Ela percorre os corredores de um hospital na Califórnia onde seu filho também vai encarar em breve sua própria batalha com o monstro chamado TB-DR. O Antônio, de nove anos, fez um desenho dele próprio, vestido com uma capa de super-herói, batendo no vilão da TB, desenhado como um redemoinho preto, verde e vermelho. Mas Alma sabe que este garoto corajoso em breve estará chorando enquanto ele se engasga com os 19 comprimidos que ele toma todos os dias. Os amarelos o fazem vomitar, e enquanto ela refresca sua testa suada com um pano frio, Alma ouve um sussurro: “faça isso parar, mamãe”, ele implora, “faça isso parar”.
O dia 24 de março foi designado como Dia Mundial da Tuberculose, e ainda que este tipo de data comemorativa seja muito comum, é um dia para reflexão global sobre como as ações para a tuberculose podem ser mais eficientes , até porque se estima que pelo menos um terço da população esteja infectada com a bactéria que causa a doença. A menos que ações radicais sejam tomadas, a TB-DR é uma das três doenças infecciosas que matarão mais do que o câncer até 2050. Estima-se que 33 mil crianças adoecerão por TB-DR a cada ano. Mais um milhão de pessoas são infectadas a cada ano com a bactéria, que se espalha pelo ar, de adultos para crianças, cujo principal fator de risco é a respiração. Muitas dessas crianças ficarão doentes e morrerão sem sequer saber do quê.
“Temos que fazer tudo o que está ao nosso alcance para acabar com esse sofrimento. Está nas nossas mãos fazer isso parar”.
Acredite ou não, Ntabaleng e Antonio são duas crianças sortudas nessa luta épica entre saúde e TB-DR. Eles foram, na verdade, diagnosticados e estão sendo tratados. Mas crianças como Ntabaleng e Antonio, que sofrem tanto, podem ser consideradas sortudas? As bênçãos podem ser relativas, mas quando se considera a situação terrível de TB-DR pediátrica, é difícil concluir que existem vencedores.
Este é o estado-da-arte: diagnosticar TB-DR em crianças ainda passa por uma tecnologia antiga, e pacientes pediátricos têm que passar por procedimentos dolorosos – como aspiração traqueal ou gástrica – além de retirada de amostras para testes. Depois de diagnosticadas, essas crianças ainda terão que encarar desafios significativos para acessar o tratamento. De fato, ainda que, aproximadamente, 33 mil casos de TB-DR ocorram a cada ano em crianças, menos de mil recebem a terapia apropriada. E esse tratamento – não importa em que parte do mundo essas crianças vivam – é brutal. Consiste em medicações múltiplas (incluindo injeções diárias) que podem causar efeitos adversos pesados, como surdez, psicose e falência do fígado. É um testamento à resiliência das crianças quando elas se saem melhor que os adultos com esse regime exaustivo de medicamentos. Mas essa terapia diária difícil, que dura de 18 a 24 meses, coloca um fardo pesado sobre seus pequenos ombros e nos daqueles que cuidam dessas crianças. E quase nenhuma criança que tenha sido exposta à TB-DR recebe os cuidados pós-exposição, que poderiam ter impedido, inclusive, a primeira infecção.
Os avanços recentes no tratamento de TB-DR trouxeram muita esperança para os adultos que sofrem com a doença. Perversamente, as crianças ficaram para trás quando se fala na implementação dessas inovações. Há duas novas drogas que foram aprovadas por autoridades de regulação severas e recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o tratamento de TB-DR. As recomendações da OMS, entretanto, são apenas para algumas pessoas acima de 18 anos, ainda que uma das novas drogas – delamanida (Otsuka Phamraceuticals) – tenha se mostrado segura e efetiva em crianças de seis anos. Outro problema para as crianças com TB-DR em relação à delamanida – uma droga que poderia potencialmente substituir a terrível injeção – é que a droga só foi registrada para uso na União Europeia, no Japão e na Coreia do Sul. O registro para delamanida não está nem pendente na maioria dos países em que já foi testada, incluindo a África do Sul. Nem está pendente nos Estados Unidos. E até que esse registro aconteça, a maioria das crianças que precisam desesperadamente do medicamento terá que seguir sem ele.
O Dia Mundial da TB se torna uma fachada se eventos que o marcam não estão ligados a ações específicas. As crianças afetadas pela TB-DR nos deram um mandato claro ao qual deveríamos nos apegar nessa data comemorativa: fazer com que isso pare. Demandar que novas drogas para crianças sejam registradas; que diretrizes globais sejam rapidamente atualizadas para endossar tratamentos melhores para as crianças; que doadores priorizem as iniciativas de financiamento que tenham foco nesta população vulnerável; que medidas de prevenção pós-exposição se tornem uma parte da rotina de cuidado. Que quando se fale em TB-DR entre essas casualidades, nós façamos tudo que está ao nosso alcance para acabar com o sofrimento deles. Está nas nossas mãos fazer com que isso pare.
Este post é parte da série ‘Um olhar para o câncer aéreo do isolamento’, produzida pelo The Huffington Post para o Dia Mundial da TB. Essa série pretende destacar os graves problemas relacionados à tuberculose, a doença infecciosa que mais mata no mundo. Para acompanhar a conversa no Twitter, busque #WorldTBDay.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Tuberculose em presídios reúne especialistas em evento em Brasília

Mesa de abertura. Da esquerda para direita:
Dr. Fabio Moherdaui, Ten Coronel Gayer, Rafael Franzini,
Alexandre Santos, Dra Valdirene Dalfemback
e Dra. Denise Arakaki
Brasília, 04 de abril de 2016 – Gestores de saúde prisional e de tuberculose se reuniram em Brasília para debater a questão da tuberculose e o acesso à saúde dentro dos presídios brasileiros. Com uma incidência de casos 28 vezes maior que a população geral, o sistema prisional brasileiro, de modo geral, propicia a propagação da tuberculose, devido às condições de falta de ventilação e pouca entrada de luz solar.

O evento, promovido pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), foi realizado nos dias 30 e 31 de março e contou com uma agenda diversa.

No primeiro dia, foram apresentados dados sobre o sistema prisional e a tuberculose, as dificuldades de acesso à saúde e os desafios para o controle da tuberculose com base na nova estratégia global. Na parte da tarde, o projeto TB Reach foi apresentado, trazendo a perspectiva local da implementação das ações, além da importância do envolvimento das coordenações de tuberculose para a saúde prisional.

Draurio Barreira
Draurio Barreira, gerente médico para tuberculose na UNITAID/OMS, destacou que é fundamental focar nas populações vulneráveis para alcançar os objetivos elencados para o cenário pós-2015. “O Brasil tem, claramente, uma epidemia de tuberculose concentrada na população privada de liberdade, que representa 7% dos casos novos de TB a cada ano. Porém, é uma população relativamente pequena, se considerarmos que chega a 0,3% da população brasileira. Se concentrarmos esforços nesse segmento da sociedade, certamente, conseguiremos um controle mais efetivo da TB no Brasil.”, explica Draurio.

Trazendo a perspectiva do Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça, a coordenadora-geral de reintegração social e ensino, Mara Barreto, além dos dados, destacou que os principais desafios para a gestão de uma casa prisional estão na ambiência (nas condições físicas da casa) e na superlotação. Ela destacou ainda que a solução não é construir mais presídios, mas repensar a maneira como o Brasil vem colocando o encarceramento como primeira opção para as execuções penais.

Mara Barreto - DEPEN
Em termos de acesso à saúde, Mara explicou que as diferentes ações dentro do ambiente prisional proporcionam uma atmosfera mais amena para os internos e para os agentes. “Um ambiente mais seguro é aquele que tem mais atividades, como educação, trabalho e promoção da saúde. Com isso, a tensão naquele espaço diminui e a ordem se coloca de forma natural. Por isso, a área da saúde tem um papel fundamental na melhoria das condições do sistema prisional brasileiro”, explicou Mara.

No dia 31, os dados do projeto foram apresentados, com destaque para a questão do monitoramento dos dados como ferramenta importante para o controle da TB dentro do ambiente prisional. A Campanha de educação em saúde também foi apresentada, com destaque para as peças de comunicação, que serão disponibilizadas para a reprodução por parte dos estados.

Outro aspecto que teve grande interesse dos participantes foi a explicação sobre como se candidatar a um fundo com o TB Reach e a possibilidade de novas ondas de financiamento, para que os programas locais ou outras instituições possam implementar projetos com foco nas populações vulneráveis.

Dra. Denise Arakaki, Dr. Claudio Maierovitch
e Patrícia Werlang
O encerramento ficou por conta do diretor do Departamento de Vigilância em Doenças Transmissíveis (DEVIT), do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, que reforçou que este é um momento importante para que o País continue com os avanços na área social, demonstrando que esse aspecto tem grande impacto no controle da tuberculose. “Nesses dois dias, discutimos muito sobre os aspectos sociais da tuberculose e vemos, na prática, como eles têm impacto na vida dos nossos pacientes. Estamos de comum acordo quanto a isso. Agora, nossa luta deve ser para que mais avanços sociais sejam conquistados e que consigamos fazer com que essas pessoas não adoeçam mais pela TB, nem por outras enfermidades relacionadas à pobreza”, destacou Maierovitch.

Sobre o TB Reach no Brasil

Em 2013, o PNCT, em parceria com o UNODC, submeteu um projeto ao TB Reach, com vistas a aumentar a detecção de casos de TB no sistema prisional.

O TB Reach é um fundo internacional, ligado ao STOP TB Partnership, cujo objetivo é promover o aumento do rastreamento de casos de tuberculose, proporcionando o tratamento oportuno e a interrupção da cadeia de transmissão da doença.

No Brasil, o projeto TB Reach foi elaborado na perspectiva de apoiar a implementação e ampliação de duas frentes: detecção de casos por meio da testagem e ações de educação em saúde com toda a comunidade carcerária (apenados e familiares, profissionais de saúde e de segurança).
Com a aprovação do projeto, as atividades de rastreamento foram aplicadas em três complexos penitenciários: Presídio Central de Porto Alegre (PCPA), em Porto Alegre, e Penitenciária Estadual de Jacuí (PEJ), em Charqueadas (RS), e na Penitenciária de Gericinó (complexo de Bangu), Rio de Janeiro.

Resultados

No presídio Central de Porto Alegre, entre outubro de 2014 e dezembro de 2015, 8787 internos foram investigados e foram confirmados 238 casos de tuberculose. Nas outras unidades prisionais do projeto, a investigação foi feita por menos tempo, resultando em um número menor de casos confirmados, com 29 na PEJ e dez casos em Bangu.

Esses números demonstram a importância de se fazer o rastreamento dos casos para que se inicie o tratamento precocemente e a cadeia de transmissão seja interrompida.

Arquivos

Os arquivos das apresentações do evento e da campanha de comunicação estão disponíveis no blog Circulando a Informação. Clique aqui para acessar.

Clique aqui para ver todas as fotos do evento.






Equipes que participaram do projeto

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Juntos, um PACTuberculose pela Cura promove evento e marca o dia 24 na capital paulista

O evento “Juntos, um PACTuberculose pela Cura" foi alusivo ao Dia Mundial da Tuberculose que acontece anualmente no dia 24.março, uma ocasião de mobilização mundial, nacional, estadual e local envolvendo todas as instâncias de governo e setores da sociedade civil no enfrentamento da doença.

Foi uma organização intersetorial, a 20 mãos, com a participação do:

- Programa Municipal de Controle da Tuberculose /COVISA/SMS
- Atenção Básica/SMS
- Coordenadoria Regional de Saúde Centro e SUVIS Sé
- Secretaria Municipal da Assistência e Desenvolvimento Social /Proteção Social Especial
- Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania/ Coordenação de Políticas para a população em situação de rua
- Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto
- Rede Paulista no Controle Social da Tuberculose
- Movimento Nacional da População em Situação de Rua
- Equipe do Projeto PACTU

Foram montadas 10 TENDAS com orientações sobre a Tuberculose, HIV/Aids, Coinfecção TBHIV e o Aedes aegypti, informações sobre os serviços sociais, CADÚnico, direitos humanos, orientações aos migrantes e esclarecimentos e orientações com a presença do Ouvidor Geral da Defensoria Pública de SP.

As atividades foram trabalhadas com o público de forma lúdica, com jogos interativos, labirinto da Tuberculose e teatro.

Agentes comunitários de saúde entregaram camisinhas masculinas /femininas, lubrificantes e orientações sobre HIV/Aids e também informando a população sobre a realização do teste fluido oral para HIV(triagem) no trailer Fique Sabendo, parceiro do evento.

Como atração cultural teve a apresentação do 2ª Sessão de Banda do Corpo Musical da Polícia Militar do estado de São Paulo e do Coral da Guarda Civil Metropolitana

Das Autoridades presentes:
- Patrícia Werlang representando a Coordenadora do Programa Nacional de Controle da Tuberculose/MS, Dra Denise Arakaki
- Dra. Wilma Morimoto, coordenadora da COVISA, representando o Secretário Municipal da Saúde, Dr. Alexandre Padilha
- Dra Rosa Maria Dias Nakazaki, coordenadora do Centro de Controle de Doenças/COVISA
- Dra Naomi Kawaoka Komatsu, coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose/COVISA
Maria Regina de Oliveira Lima, representando Luciana Temer Secretária Municipal da Assistência e Desenvolvimento Social,
Eduardo Suplicy Secretário Municipal dos Direitos Humanos e Cidadania
- Dra Vera Maria Neder Galesi, coordenadora do Programa Estadual da Tuberculose de SP
- Dr Clóvis Silveira Junior, coordenador do CRS CENTRO
- Marta Marques, representando Irmã Judith, coordenadora do Centro Social Nossa senhora do Bom Parto
- Darci Costa, coordenador do Movimento Estadual da População em Situação de Rua
- José Carlos Veloso, coordenador da Rede Paulista de controle Social da Tuberculose
- Américo Nunes, coordenador do MOPAids/Movimento Paulistano de Luta Contra Aids

Todas as autoridades salientaram a importância da intersetorialidade e a implementação de políticas públicas no enfrentamento da tuberculose, principalmente nas populações mais vulneráveis.

O Secretário Municipal dos Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy citou Noel Rosa, que morreu jovem em decorrência da tuberculose. Mas que hoje tem cura e felicitando a Secretaria Municipal da Saúde pelas ações de sucesso desenvolvidas no tratamento até cura, como Claudio Maia entrevistado pelo secretário, recentemente curado da doença, participante do Projeto PACTu pela Cura.

Ainda deu uma canja, cantando Noel Rosa, com o Tião do Fórum de artes para a população em situação de rua.













Projeto E se essa rua fosse minha? faz ações no Dia Mundial de luta contra a Tuberculose em Porto Alegre


*Com informações da equipe da Coordenação do Programa Municipal de Controle da Tuberculose de Porto Alegre (RS)

A população em situação de rua é a mais vulnerável a casos de tuberculose. A alimentação é desregrada, e a exposição a intempéries do clima e ambientes insalubres facilitam o contágio. No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, 24 de março, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) chamou a atenção para a necessidade de um olhar diferenciado no atendimento a esse público e no incentivo à continuidade do tratamento, que tem duração mínima de seis meses e não deve ser interrompido. Para marcar a data, foi realizado um evento no Ritter Hotel (Largo Vespasiano Júlio Veppo, 55 – Centro Histórico), com apresentação de documentário contando a trajetória do projeto E se essa rua fosse minha?, que finaliza em abril.

Também houve um espetáculo teatral, entrega de CD com músicas feitas durante o projeto, monólogos de histórias de vida da população em situação de rua contadas nas oficinas e análise do Programa Municipal de Combate à Tuberculose. O encontro foi direcionado a profissionais da atenção básica, pronto atendimentos e hospitais que atendem pacientes com tuberculose e contou com a presença da secretária-adjunta de Saúde, Fátima Ali.

“Durante a programação, serão apresentadas ações que pretendem sensibilizar os trabalhadores sobre o acolhimento dessa população específica, que é uma das atividades previstas no projeto de Comunicação”, disse a relações públicas Kátia Oliveira, coordenadora da área de Comunicação do E se essa rua fosse minha?. Desde abril de 2011, a Portaria nº 940 do Ministério da Saúde garante à população em situação de rua o direito de ser atendida em qualquer unidade do Sistema Único de Saúde (SUS), sem a necessidade de apresentar documento de identidade nem comprovante de residência. "O acolhimento em qualquer das 141 unidades de saúde da Capital é muito importante e tem o objetivo de intensificar o cuidado", destaca a coordenadora da Área Técnica de Tuberculose da SMS, enfermeira Taimara Slongo Amorim.

E se Essa Rua Fosse Minha? – É um projeto experimental desenvolvido em Porto Alegre no sentido de aprimorar o cuidado de pacientes com tuberculose, em especial pessoas em situação de rua, buscando diminuir os casos de abandono do tratamento. Com duração prevista de um ano, está em fase final de execução e desenvolve atividades culturais de música, grafitti, teatro e dança nos equipamentos da rede de saúde e de assistência social do município. É uma realização do Ministério da Saúde e da SMS, construído em conjunto com moradores em situação de rua, via Movimento Nacional da População em Situação de Rua do RS, com apoio da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) e Comitê Estadual de Enfrentamento à Tuberculose. Saiba mais em http://www.tuberculosepoa.com.br/.

Incidência na Capital – Dados do Ministério da Saúde (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) levantados pela Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis da SMS indicam que, em 2014, Porto Alegre é uma das capitais brasileira com maior incidência da doença, taxa de abandono no tratamento maior do que a média nacional e taxa de cura de novos casos abaixo das metas do programa. No mesmo ano, foram 1.445 novos casos na Capital, ou seja, 102,53 casos por 100.000 habitantes. Em relação à cura de novos casos, o percentual fechou em 54%, com taxa de abandono de 27%.

Tuberculose – A tuberculose é uma doença causada por uma bactéria (Bacilo de Koch), que ataca principalmente os pulmões, mas pode ocorrer em outras partes do corpo. A transmissão ocorre pelo ar. Tosse com duração maior do que três semanas associada a um ou mais itens – transpiração excessiva à noite, cansaço, falta de apetite e febre – são sintomas e podem configurar a doença. O paciente deve procurar a unidade básica de saúde para fazer o exame e, em caso positivo, iniciar o tratamento imediatamente. A tuberculose tem cura, desde que o tratamento tenha continuidade até o final."