sexta-feira, 24 de março de 2017

Ministério da Saúde lança campanha de combate à tuberculose

Fonte: Ministério da Saúde 


Objetivo é alertar para necessidade de adesão ao tratamento. Incidência da doença teve redução de 14,1% nos últimos dez anos

Para marcar o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, o Ministério da Saúde lança, nesta quinta-feira (23), campanha nacional para sensibilizar a população sobre a importância de aderir e completar o tratamento para a doença, que tem duração de, pelo menos, seis meses. O Brasil conseguiu atingir as Metas dos Objetivos do Milênio (ODM) de combate à tuberculose com três anos de antecedência e, em 2015, aderiu ao compromisso global de redução de 95% dos óbitos e 90% do coeficiente de incidência da doença até 2035.

A campanha vai ao ar entre os dias 23 e 30 de março com o objetivo de contribuir para o controle da tuberculose no Brasil. “Essa campanha enfatiza que a responsabilidade pelo sucesso do tratamento não é somente do paciente, e deve ser compartilhada com a equipe de saúde, família e amigos. Todos são partes importantes no processo de cura da doença”, explica a coordenadora do Programa Nacional de combate à tuberculose, Denise Arakaki.

O Ministério da Saúde está elaborando o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose. O documento irá definir os indicadores utilizados para monitorar as ações empregadas por estados e municípios na rede de atenção à saúde. Dividido em três pilares: prevenção e cuidado integrado e centrado no paciente; políticas públicas arrojadas e sistema de apoio; e intensificação de pesquisa e inovação, o objetivo do plano é diagnosticar precocemente a doença e garantir o tratamento contínuo, diminuindo o abandono antes do período recomendado, que é de no mínimo seis meses. “Somente conseguiremos eliminar a tuberculose no Brasil como problema de saúde pública a partir de ações integradas entre os diferentes atores da sociedade, por isso a importância de um plano que reúna todas as orientações”, destaca Denise Arakaki.

O monitoramento das ações de controle da tuberculose nos serviços de saúde reflete diretamente no desempenho dos serviços prestados no Sistema Único de Saúde (SUS) e na qualidade do cuidado à pessoa portadora da tuberculose. Este controle passará a ser feito com base em indicadores relacionados à detecção, ao diagnóstico, à coinfecção TB-HIV, à conclusão do tratamento e aos casos de tuberculose latente, sensível e drogarresistente.

CASOS - Em 2016, foram registrados 66,7 mil casos novos e 12,8 mil casos de retratamento (abandono ao tratamento) de tuberculose no Brasil. No período de 2007 a 2016, o coeficiente de incidência da doença apresentou uma variação média anual de -1,7%, passando de 37,90/100 mil habitantes em 2007 para 32,4/100 mil habitantes em 2016. A redução da incidência nos 10 anos foi de 14,1% e a meta até 2035 é ter a incidência menor que 10/100 mil habitantes.

O coeficiente de mortalidade por tuberculose apresentou redução de 15,4%, passando de 2,6/100 mil habitantes, em 2006, para 2,2/100 mil habitantes em 2015. O Brasil ainda registrou 4,5 mil óbitos por tuberculose em 2015. Os estados do Rio de Janeiro (5,0/100 mil hab.), de Pernambuco (4,5/100 mil hab.), do Amazonas (3,2/100 mil hab.) e do Pará (2,6/100 mil hab.) apresentaram os maiores riscos para o óbito por tuberculose. No mundo, em 2015, a tuberculose foi a doença infecciosa que mais causou mortes.


SINTOMAS - O principal sintoma da tuberculose é a tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro. Qualquer pessoa com esse sintoma deve procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico. São mais vulneráveis à doença as populações indígenas; as populações privada de liberdade, os que vivem em situação de rua - estes devido à dificuldade de acesso aos serviços de saúde e às condições específicas de vida -; além das pessoas vivendo com o HIV. Dentre as pessoas com diagnóstico confirmado de tuberculose, 9,7% apresentaram coinfecção por HIV em 2015.

TESTE RÁPIDO – Em 2014, o Ministério da Saúde implantou no país a Rede de Teste Rápido para Tuberculose (RTR-TB), que utiliza a técnica de biologia molecular PCR em tempo real. Denominado “Teste Rápido Molecular (TRM), conhecido como Xpert MTB/Rif ®”, o teste detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas e identifica se há resistência ao antibiótico rifampicina, um dos principais medicamentos usado no tratamento.

Foram distribuídos 160 equipamentos para laboratórios de 92 municípios, em todas as unidades da federação. Os municípios escolhidos notificam, anualmente, cerca de 60% dos casos novos de tuberculose diagnosticados no país.

O investimento inicial do Ministério da Saúde para estas ações foi de cerca de R$ 17 milhões. Para monitorar a implantação desta rede, mensurar a realização dos testes e auxiliar a vigilância epidemiológica da doença, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose publicou, em dezembro de 2015, um relatório em que estão descritas as principais atividades desenvolvidas pelos programas de controle da doença (nacional, estadual e municipal) e laboratórios municipais e centrais no primeiro ano de implantação da RTR-TB.  

Para 2017, está prevista a distribuição de 70 novos equipamentos, com capacidade para realizar, inicialmente, 250 mil testes. Os equipamentos serão distribuídos de acordo com critérios técnicos e operacionais para municípios brasileiros. Com a medida, o percentual de diagnóstico da doença, com esta tecnologia, será ampliado para cerca de 75% de cobertura de casos novos. 

 Palavra do Ministro sobre Tuberculose acesse aqui

Campanha contra a Tuberculose 2017 acesse aqui




Por Camila Bogaz, da Agência Saúde

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Boletim Epidemiológico apresenta indicadores prioritários para o controle da tuberculose e a meta para acabar com doença como problema de saúde no Brasil: alcançar um coeficiente de incidência de menos de 10 casos por 100.000 habitantes até o ano de 2035


Coeficiente de incidência de tuberculose, coeficiente de mortalidade por tuberculose, proporção de contatos examinados dos casos novos de tuberculose pulmonar com confirmação laboratorial, número de casos de tuberculose notificados no Sinan com tipo de entrada pós-óbito e proporção de casos novos pulmonares confirmados por critério laboratorial são alguns dos indicadores prioritários para o monitoramento das estratégias nacionais para o fim da tuberculose como problema de saúde pública no Brasil.

Todos os indicadores estão listados e suas linhas de base para o monitoramento estão apresentadas no Boletim Epidemiológico 2017, publicado pelo Ministério da Saúde neste dia 24 de março (Dia mundial de controle da tuberculose).

Nesse boletim epidemiológico os resultados apontaram a tendência de redução dos coeficientes de incidência e de mortalidade por tuberculose, no entanto, ainda foram registrados 66.796 casos novos em 2016 e 4.543 óbitos por tuberculose em 2015. Há indicadores operacionais, como a proporção de cura e de abandono de tratamento dos casos novos pulmonares diagnosticados por critério laboratorial que ainda estão com valores diferentes daqueles almejados para a interrupção da cadeia de transmissão da doença. Acrescenta-se ainda, que os indicadores apresentaram resultados que variam entre os estados e as capitais brasileiras.

Sendo assim, ações estratégicas de monitoramento e avaliação devem ser desenhadas e executadas pelos Programas de Controle da Tuberculose a fim de que haja o estabelecimento e a implementação de estratégias para o fim da tuberculose como problema de saúde pública no Brasil.

Link para acesso: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/marco/23/2017-V-48-N-8-Indicadores-priorit--rios-para-o-monitoramento-do-Plano-Nacional-pelo-Fim-da-Tuberculose-como-Problema-de-Sa--de-P--blica-no-Brasil.pdf

quinta-feira, 9 de março de 2017

Curso Manejo da Coinfecção Tuberculose-HIV (TB-HIV)

*Fonte: UNA-SUS



Produzido pela Secretaria Executiva da UNA-SUS, o curso é ofertado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS). O objetivo é fornecer subsídios para que os profissionais de saúde atendam integralmente, e de forma qualificada, as pessoas coinfectadas por tuberculose e HIV. Para isso, o curso aborda tanto aspectos etiológicos, como aspectos psicossociais e clínicos da associação entre as doenças.

É composto por três unidades, que tratam de aspectos de apoio psicossocial e manejo clínico de coinfecção, com foco especial no diagnóstico de tuberculose nas pessoas que tem HIV, e a organização de serviços para atendimento de pessoas coinfectadas por TB-HIV. Além de uma unidade dedicada a casos clínicos interativos que simulam situações reais.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, a tuberculose é a doença infecciosa que mais mata pessoas com HIV. Por isso, é necessário tratar as doenças de forma conjunta.
  • Matrículas: Podem ser realizadas até 21 de maio,  pelo link.
  • Os alunos terão até 18 de junho para concluir o curso.
  • Público-alvo: Profissionais de saúde da Atenção Básica e demais interessados no tema.
  • Carga horária: 60 horas.
  • Critérios de certificação: É necessário completar os dois quizzes e os três casos clínicos, obtendo uma nota mínima de 90 pontos.

quarta-feira, 8 de março de 2017

OMS enfatiza necessidade urgente de pesquisa e desenvolvimento para ameaça da tuberculose multidroga resistente

*Fonte: OPAS/OMS Brasil


1 de março de 2017 – A Organização Mundial da Saúde (OMS) reafirma a necessidade fundamental de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos antibióticos para enfrentar a ameaça da tuberculose multidroga resistente (TB-MDR). “Direcionar a pesquisa para a tuberculose multidroga resistente é uma alta prioridade para a OMS e para o mundo”, afirmou Margaret Chan, Diretora-Geral da Organização.

 “Mais de US$ 800 milhões (dólares estadunidenses) por ano são atualmente necessários para financiar a pesquisa essencial para novos antibióticos que tratem a tuberculose", disse Chan.

A crise de saúde pública causada pela tuberculose multidroga resistente continua: em 2015, estima-se que havia 580 mil casos e 250 mil mortes relacionadas a essa condição. Apenas 125 mil pacientes afetados receberam tratamento e somente metade foram curados.

Apenas dois novos antibióticos para tratar a TB-MDR completaram os ensaios da Fase IIB nos últimos 50 anos. Ambos ainda estão em ensaios de Fase III e mais financiamento será necessário para completar o processo e desenvolver outros regimes eficazes de tratamento.

Em 27 de fevereiro, a OMS publicou uma lista de agentes patogênicos resistentes a antibióticos que recentemente foram priorizados como um grande risco para a saúde humana.

“A Mycobacterium tuberculosis, a bactéria responsável pela tuberculose humana, não foi incluída no escopo do exercício de priorização, pois a intenção era identificar ameaças à saúde previamente não reconhecidas devido ao aumento da resistência aos antibióticos. Já há consenso de que a tuberculose é uma prioridade absoluta para a pesquisa e desenvolvimento de novos antibióticos”, disse Marie-Paule Kieny, Subdiretora-Geral da OMS.

Uma série de reuniões globais de alto nível sobre tuberculose foram programadas para 2017 e 2018. A tuberculose multidroga resistente e a pesquisa serão os temas principais da Conferência Ministerial da OMS sobre Tuberculose, planejada para novembro de 2017 em Moscou, Rússia. Será também um tema-chave da reunião de alto nível da ONU sobre a doença em 2018. A TB-MDR e a necessidade de pesquisa também são objetos de debate em uma discussão mais ampla, como aqueles com foco na resistência antimicrobiana e na segurança em saúde.