
Com mais de 110 projetos financiados em mais de 40 países, o
TB Reach registra um aumento médio de 30% na detecção de casos nas diferentes
fases do plano de financiamento.
Em 2014, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose
(PNCT), do Ministério da Saúde, em parceria com o Escritório das Nações Unidas
sobre Drogas e Crime (UNODC) e com as Secretarias de Saúde, de Segurança
Pública do Rio Grande do Sul e da Administração Penitenciária do Rio de
Janeiro, iniciou o projeto TB Reach no Brasil, com foco no sistema prisional.
Com uma incidência de casos 28 vezes maior que a população
geral, o sistema prisional brasileiro, nos moldes atuais, é o ambiente ideal
para a propagação da tuberculose. Como a doença é causada por uma bactéria,
transmitida pelo ar, ambientes fechados, com aglomeração de pessoas, pouca
ventilação e sem a entrada da luz solar, favorecem o contágio e não é anormal
ver muitos casos de tuberculose entre os presos.
Associados ao aspecto físico do local, o desconhecimento dos
sintomas e das formas de transmissão, a falta de acesso ao diagnóstico e ao
tratamento, e o estigma e preconceito dificultam ainda mais o controle da
doença no ambiente carcerário.
Por isso, o TB Reach foi elaborado na perspectiva de apoiar
a implementação e ampliação de duas frentes: detecção de casos por meio da
testagem e ações de educação em saúde com toda a comunidade carcerária (presos
e familiares, profissionais de saúde e de segurança). O projeto está sendo
executado em unidades prisionais do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.
Detecção
Para aumentar a detecção de casos, o projeto estabeleceu uma
rotina de rastreamento nas unidades prisionais, permitindo a realização de
testes como a radiografia de tórax e o teste rápido molecular de tuberculose,
que tem mais sensibilidade e permite identificar bacilos resistentes a um dos
medicamentos utilizados no tratamento.
O projeto permitiu um investimento na área de diagnóstico
possibilitando a aquisição de equipamentos radiológicos digitais, além da
montagem de laboratórios para o diagnóstico da tuberculose.

O trabalho está apenas começando e já demonstra que é
fundamental reforçar o rastreamento para detectar e tratar precocemente a
doença, evitando sua propagação intra e extramuros.
Comunicação
A tuberculose tem cura o tratamento é gratuito e está
disponível no SUS. Essa é uma informação valiosa para o sucesso do tratamento e
controle da doença. Outras informações também são fundamentais.

A campanha de educação em saúde nas unidades prisionais do
projeto será implementada a partir de 2016, e deverá ser estendida a outras
unidades prisionais do País.
Saiba mais sobre
Tuberculose em populações vulneráveis
Além dos fatores relacionados
ao sistema imunológico de cada pessoa, o adoecimento por tuberculose, muitas
vezes, está ligado à desigualdade social. Assim, alguns grupos populacionais tem
maior vulnerabilidade devido às condições de saúde e de vida a que estão
expostos.
A tuberculose na população
privada de liberdade constitui um importante problema de saúde pública,
especialmente nos países de alta e média endemicidade. No Brasil, a população
privada de liberdade representa 0,3% da população do país, no entanto contribui
com cerca de 7,3% dos casos de tuberculose notificados (Ministério da Saúde,
2014).
Por isso, a aplicação do TB
Reach no Brasil foi direcionada para o sistema prisional.
Para saber mais sobre o
programa, clique aqui (em inglês).
Acesse também o blog Tuberculose e Populações maisVulneráveis.