terça-feira, 19 de junho de 2012


Carta manifesto do coletivo ONGs na Luta contra a Tuberculose será entregue às autoridades na Conferência Rio+20

Ainda na programação, discussão sobre rede de comunidades saudáveis e mobilização dos Fóruns AIDS/ TB e movimentos sociais SOS ONGs em passeata do Aterro à Cinelândia


Carta manifesto para os governos, lideranças e formadores de opinião, entidades médicas e científicas e população em geral – Rio de Janeiro, Junho de 2012.

Nós, ONGs TB participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD) Rio+20, chamamos a atenção para a importância do Combate à Tuberculose.

Combater a Tuberculose – O desafio

A tuberculose (TB) é uma das enfermidades mais antigas do mundo. Mas não é uma doença do passado como muitos imaginam. Segundo estimativas da OMS, dois bilhões de pessoas, o que corresponde a um terço da população mundial, está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis. Destes 9 milhões, desenvolverão a doença e 2 milhões morrerão a cada ano.

O Brasil faz parte do grupo de 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo, com 36 casos registrados da doença para cada 100 mil habitantes. Apesar dos avanços, a doença ainda esta longe de um controle efetivo. No país, a tuberculose representa a quarta causa de óbitos por doenças infecciosas (4,6 mil mortes em 2010) e a primeira entre pacientes com Aids.

O Rio de Janeiro se destaca no quadro nacional por apresentar, historicamente, uma das maiores incidências de tuberculose do país (70 / 100.000 habitantes), elevada coinfecção TB/HIV e uma estimativa de 900 óbitos a cada ano. Números inaceitáveis para uma doença que tem cura.

Vimos conclamar a população e cobrar das autoridades e gestores da saúde maior empenho no enfrentamento da tuberculose e seus determinantes sociais. Acreditamos que só por meio das seguintes ações seremos capazes de reverter os atuais indicadores da tuberculose no Brasil e no mundo:
  • Buscar o atingimento dos ODM (meta 6 - combate ao HIV/aids, malária, tuberculose e hanseníase);
  • Maior visibilidade e priorização das ações voltadas ao controle da Tuberculose e comorbidades, TB/HIV, diabetes, álcool e drogas;
  • Promover campanhas de conscientização de massa sobre a importância da prevenção e do tratamento adequado da doença. Garantia de acesso ao diagnóstico precoce e a um tratamento de qualidade humanizado;
  • Investimentos concretos no incentivo à pesquisa e produção nacional de novos métodos de diagnóstico e tratamento encurtado;
  • Implementação e ampliação do tratamento supervisionado para Tuberculose, estratégia (DOTS), com ênfase na busca ativa de casos e incentivos de adesão ao tratamento para os pacientes como auxílio transporte e alimentação (Cestas Básicas); Fortalecimento do SUS e Programas de Saúde com a participação de Agentes Comunitários de Saúde e participação de pacientes;
  • Combater a pobreza, a fome e a exclusão social, através da criação de programas e ações de inclusão, que gerem emprego e renda;
  • Combater o estigma, o preconceito e a discriminação relacionados à TB;
  • Maior rigor, transparência e compromisso social na aplicação e uso dos recursos públicos da saúde e dos Programas de Controle da Tuberculose;
  • Fortalecimento, fomento e a sustentabilidade da participação da Sociedade Civil Organizada através de ONGs redes, fórum e grupos de pacientes TB & HIV/AIDS.

Os governos têm uma dívida a reparar com essas populações
As ações de combate da tuberculose estão muito aquém de uma resposta efetiva de controle. A cada dia a tuberculose continua a avançar de forma devastadora principalmente nos segmentos mais vulneráveis da população, crescendo acentuadamente nas periferias, nos bolsões de pobreza, entre a população de rua, encarcerados e pessoas vivendo com o HIV/AIDS.


Construindo uma resposta coletiva na Luta contra a Tuberculose
O papel da mobilização social no controle da tuberculose
Nós, do movimento social de luta contra a Tuberculose e o HIV/Aids, acreditamos que só através da mobilização social, do compromisso político das autoridades, bem como, da melhoria das condições de vida da população junto à implementação de políticas públicas de moradia, trabalho e renda é que poderemos conter o avanço da doença. A retomada da mobilização social na luta contra a tuberculose no Brasil, por meio da criação de Fóruns, Grupos de Pacientes e redes sociais de luta contra a tuberculose, é um marco histórico e um importante instrumento político para mudar o dramático cenário da doença e a negligência da saúde junto às populações mais vulneráveis.

Serviço:

Além da entrega da carta, a programação das ONGs engloba a seguinte agenda para todo o dia:

De 09h às11h: REDE DE COMUNIDADES SAUDÁVEIS - CEDAPS Fala Comunidade Tenda Aimbirê/ Território do Futuro 1 (próximo ao MAM e Vivo Rio)

Às 11h:  Mobilização dos Fóruns AIDS/ TB e movimentos sociais SOS ONGs – Passeata do Aterro à Cinelândia (Concentração Tenda Aimbirê/Território do Futuro 1 (próximo ao MAM e Vivo Rio)