Brasília, 18 de agosto de 2015 – Durante uma semana, uma
equipe de especialistas da Organização Pan-Americana de Saúde, a OPAS (o braço
da Organização Mundial da Saúde para as Américas), e do Programa Nacional de
Controle da Tuberculose (PNCT) visitou instalações e instituições que trabalham
para o controle da tuberculose em quatro estados: São Paulo, Rio de Janeiro,
Pernambuco e Amazonas. O relatório final da visita foi apresentado ontem à
Secretaria de Vigilância em Saúde.
O objetivo da visita foi
realizar o monitoramento e a avaliação dos seguintes aspectos: situação
epidemiológica da Tuberculose (TB), situação operacional do PNCT, cumprimento das
metas internacionais para TB, gerenciamento e estrutura do PNCT, resposta da
rede de laboratórios de TB frente às necessidades de controle da TB, manejo
clínico – programático da TB multirresistente (TB-MDR), aplicação das medidas
de controle para coinfecção TB-HIV, atividades de controle da TB em populações
vulneráveis e recomendações às autoridades nacionais.
Foram contemplados na visita seis municípios, 20 unidades de
saúde, três hospitais, quatro Laboratórios Centrais (LACEN), cinco laboratórios
municipais, o Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), no Rio de
Janeiro, e o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
Composta por 11 experts internacionais e nove nacionais, a
equipe constatou fortalezas e desafios para as instituições analisadas e para
ações brasileiras de controle da tuberculose como um todo. Em linhas gerais, as
recomendações políticas se centram no reforço do compromisso e no incremento do
financiamento para o controle da tuberculose e na promoção de mais ações com a
sociedade civil e da comunidade. No aspecto técnico, as recomendações do grupo
são de fortalecimento da rede de laboratórios, para agilizar e aperfeiçoar a
geração de resultados, e reforçar a atenção à questão da tuberculose
multirresistente.
“Reconhecemos os imensos esforços que o Brasil tem feito
para melhorar os índices de cura e diminuir as taxas de abandono. É nítido que
a tuberculose é uma prioridade para o Brasil e que há muita vontade política
para combater a doença. Mas é preciso mais. Justamente para não retroceder nas
conquistas realizadas até agora, são necessários mais investimentos em
tecnologia e redes laboratoriais e maior acompanhamento dos tratamentos para
evitar o abandono e casos de tuberculose resistente.” explicou Dra. Mirtha del
Granado, Assessora Regional para Prevenção e Controle da Tuberculose da OPAS.
Para Draurio Barreira, Coordenador Geral do Programa
Nacional de Controle da Tuberculose, este tipo de visita de monitoramento e
avaliação é fundamental para que o Brasil continue melhorando o controle da
tuberculose. “Fizemos progressos imensos nos últimos anos. Atingimos os
objetivos de desenvolvimento do milênio antecipadamente e detectamos mais de
82% dos casos, quando a OMS preconiza uma detecção de 70% dos casos. Mas
sabemos que ainda há muito trabalho a fazer. Uma visita como essa nos dá
subsídios para atuar diretamente onde precisamos, utilizando referências
internacionais.”, conclui Draurio.