Fonte: SE/UNS-SUS

Lançada
em novembro do ano passado, durante o 10º Congresso de HIV/Aids, em João
Pessoa, a primeira oferta do curso de Manejo da coinfecção contou com a
inscrição de 8.250 profissionais de diferentes áreas. A maioria, composta por
enfermeiros (36,7%) seguido por técnicos e auxiliares de enfermagem (26,2%) e
médicos (9,5%). Cerca de 3 mil profissionais concluíram o curso.
São
mais 1200 municípios, em 380 regiões de saúde, cobertas com profissionais
qualificados. O estado com maior número de matrículas foi São Paulo, com 456
beneficiados; seguido por Ceará, com 355; e Minas Gerais, com 332.
O curso tem carga horária de 45h, é dinâmico e utiliza muitos
recursos visuais multimídia, como animações, vídeos e infográficos. Além disso,
permite que o aluno faça o download dos conteúdos quando estiver
utilizando a internet e estudar, mesmo quando estiver offline.
As transcrições das aulas também são disponibilizadas para a acessibilidade de
pessoas com deficiência auditiva.
Composto
por três unidades, que tratam de aspectos de apoio psicossocial e manejo
clínico de coinfecção, o curso tem foco especial no diagnóstico de tuberculose
nas pessoas que tem HIV. A última unidade traz casos clínicos interativos que
simulam situações reais.
De
acordo com a enfermeira e roteirista do curso, Olga Rodrigues, o curso é
voltado especialmente para profissionais que manejam casos de infecção pelo HIV
e é rico em informações a respeito do acolhimento, diagnóstico e tratamento de
tuberculose, entre PVHA.
Ainda
assim, as três unidades iniciais são abertas a todos. Ao final dessa primeira
etapa, serão aplicados questionários para selecionar profissionais que
trabalham em serviços que já manejam antirretrovirais, ou que atuam em serviços
especializados de atendimento de pessoas que tem HIV/AIDS. Essas pessoas terão
a oferta de uma quarta unidade, que é específica para a organização do Serviços
de Atenção Especializada a pessoas vivendo com HIV/Aids (SAE).
Para saber mais sobre o curso e assistir ao vídeo tutorial,
acesse: http://unasus.gov.br/coinfeccao_tb-hiv.
A relação entre o TB e HIV
De
acordo com relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em
outubro do ano passado, a tuberculose é a doença infecciosa mais letal do mundo
e a que mais mata pessoas com aids, segundo o Ministério da Saúde.
A OMS
estima que um terço da população mundial está infectada pelo bacilo. Estima-se
que, na população em geral, 10% irão adoecer: 5% nos primeiros dois anos de
infecção e 5% ao longo da vida. Quem tem HIV tem risco de 10% de adoecimento
por tuberculose ao ano. Ou seja, a cada ano, 10% das pessoas infectadas pelo
bacilo irão desenvolver a doença ativa.
O
risco de quem tem HIV desenvolver tuberculose é 3 a 21 vezes maior que a
população em geral. A infecção por HIV possibilita uma série de outras
coinfecções, mas a tuberculose é bastante frequente porque atua no organismo de
forma sinérgica, ou seja: a infecção por HIV facilita o desenvolvimento de
tuberculose e, quando a pessoa tem tuberculose, automaticamente ela tem uma
progressão da aids. “Não necessariamente quem tem tuberculose vai ser
considerado um caso de aids, estando infectado pelo HIV, mas o risco de ambas
doenças progredirem muito rapidamente é grande, fragiliza o organismo”, explica
a enfermeira e roteirista do curso.