Mesa de abertura. Da esquerda para direita: Dr. Fabio Moherdaui, Ten Coronel Gayer, Rafael Franzini, Alexandre Santos, Dra Valdirene Dalfemback e Dra. Denise Arakaki |
Brasília, 04 de abril de 2016 – Gestores de saúde prisional
e de tuberculose se reuniram em Brasília para debater a questão da tuberculose
e o acesso à saúde dentro dos presídios brasileiros. Com uma incidência de casos 28 vezes maior que a população geral, o
sistema prisional brasileiro, de modo geral, propicia a propagação da
tuberculose, devido às condições de falta de ventilação e pouca entrada de luz
solar.
O evento, promovido
pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) e pelo Escritório das
Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), foi realizado nos dias 30 e 31 de
março e contou com uma agenda diversa.
No primeiro dia,
foram apresentados dados sobre o sistema prisional e a tuberculose, as
dificuldades de acesso à saúde e os desafios para o controle da tuberculose com
base na nova estratégia global. Na parte da tarde, o projeto TB Reach foi
apresentado, trazendo a perspectiva local da implementação das ações, além da
importância do envolvimento das coordenações de tuberculose para a saúde
prisional.
Draurio Barreira |
Trazendo a
perspectiva do Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça, a
coordenadora-geral de reintegração social e ensino, Mara Barreto, além dos
dados, destacou que os principais desafios para a gestão de uma casa prisional
estão na ambiência (nas condições físicas da casa) e na superlotação. Ela
destacou ainda que a solução não é construir mais presídios, mas repensar a
maneira como o Brasil vem colocando o encarceramento como primeira opção para
as execuções penais.
Mara Barreto - DEPEN |
No dia 31, os dados
do projeto foram apresentados, com destaque para a questão do monitoramento dos
dados como ferramenta importante para o controle da TB dentro do ambiente
prisional. A Campanha de educação em saúde também foi apresentada, com destaque
para as peças de comunicação, que serão disponibilizadas para a reprodução por
parte dos estados.
Outro aspecto que teve
grande interesse dos participantes foi a explicação sobre como se candidatar a
um fundo com o TB Reach e a possibilidade de novas ondas de financiamento, para
que os programas locais ou outras instituições possam implementar projetos com
foco nas populações vulneráveis.
Dra. Denise Arakaki, Dr. Claudio Maierovitch e Patrícia Werlang |
O encerramento
ficou por conta do diretor do Departamento de Vigilância em Doenças
Transmissíveis (DEVIT), do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, que
reforçou que este é um momento importante para que o País continue com os
avanços na área social, demonstrando que esse aspecto tem grande impacto no
controle da tuberculose. “Nesses dois dias, discutimos muito sobre os aspectos
sociais da tuberculose e vemos, na prática, como eles têm impacto na vida dos
nossos pacientes. Estamos de comum acordo quanto a isso. Agora, nossa luta deve
ser para que mais avanços sociais sejam conquistados e que consigamos fazer com
que essas pessoas não adoeçam mais pela TB, nem por outras enfermidades
relacionadas à pobreza”, destacou Maierovitch.
Sobre o TB Reach no Brasil
Em 2013, o PNCT, em parceria com o UNODC, submeteu um
projeto ao TB Reach, com vistas a aumentar a detecção de casos de TB no sistema
prisional.
O TB Reach é um fundo internacional, ligado ao STOP TB
Partnership, cujo objetivo é promover o aumento do rastreamento de casos de
tuberculose, proporcionando o tratamento oportuno e a interrupção da cadeia de
transmissão da doença.
Com a aprovação do projeto, as atividades de rastreamento
foram aplicadas em três complexos penitenciários: Presídio Central de Porto
Alegre (PCPA), em Porto Alegre, e Penitenciária Estadual de Jacuí (PEJ), em
Charqueadas (RS), e na Penitenciária de Gericinó (complexo de Bangu), Rio de
Janeiro.
Resultados
Esses números demonstram a importância de se fazer o
rastreamento dos casos para que se inicie o tratamento precocemente e a cadeia
de transmissão seja interrompida.
Arquivos
Os arquivos das apresentações do evento e da campanha de
comunicação estão disponíveis no blog Circulando a Informação. Clique aqui para
acessar.
Clique aqui para ver todas as fotos do evento.
Clique aqui para ver todas as fotos do evento.
Equipes que participaram do projeto |