terça-feira, 7 de agosto de 2012

São Paulo recebe a Reunião de Coordenadores dos Programas de Tuberculose das Américas


Começou, nesta terça-feira (7), em São Paulo, a Reunião de Coordenadores dos Programas de Tuberculose da Região das Américas. O Brasil foi escolhido para sediar a reunião, este ano, devido ao papel de liderança que vem desenvolvendo no controle da tuberculose (TB), em nivel regional e global.

O evento é uma realização do Programa Regional de Tuberculose da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), com o apoio do Ministério da Saúde do Brasil. Participam da reunião autoridades nacionais e internacionais e representantes da sociedade civil.

Durante cinco dias serão discutidas estratégias para o controle da TB em grandes centros urbanos, o controle da TB resistente, a questão dos determinantes sociais em saúde e a incorporação de novas tecnologias de diagnóstico e tratamento. A partir dessas temáticas será possível iniciar diálogo com ampla participação de gestores e representantes da sociedade civil engajados na luta contra a tuberculose.

Compuseram a mesa de abertura, a representante da Organização Panamericana de Saúde (OPAS/Washington), Mirtha Del Gramado, a representante da Organização Mundial de Saúde (OMS/Genebra), Diana Weil, o deputado e presidente da Frente Parlamentar pela luta contra a tuberculose, Antônio Brito (PTB); o coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde do Brasil (PNCT/MS), Draurio Barreira e a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose no Estado de São Paulo, Vera Galesi.

O deputado Antônio Brito ressaltou a importância da articulação entre governo e sociedade civil organizada e o papel que pode ser exercido pelo Parlamento na luta contra a tuberculose. Segundo ele, o Brasil provou que é possível se articular tecnicamente e politicamente para o enfrentamento desta doença. "É importante levar dados e informações sobre TB para o Parlamento, para que este possa se articular e apresentar projetos de lei que favoreçam os doentes", incentivou. 

Brito relatou que, em menos de dois meses de formação, a Frente Parlamentar pela Luta contra a Tuberculose já se encontra em pleno exercício. A aprovação da emenda ao artigo 51 da Lei de Diretrizes Orçamentarias 2013, que desvincula a obrigatoriedade de detenção do CEBAS para a liberação de recursos para as organizações não governamentais, consolidou a primeira ação da Frente. "Agora temos dois novos desafios: buscar recursos para investir em pesquisas e em ações da sociedade civil para o controle da tuberculose".

O coordenador do PNCT, Draurio Barreira, destacou que além do trabalho junto ao legislativo e aos ativistas e movimentos sociais, é importante ampliar as articulações intersetoriais para garantir os direitos das pessoas com tuberculose e contribuir com a adesão ao tratamento a partir do recebimento de benefícios sociais e acesso a programas já existentes, diminuindo a taxa de abandono e conseqüentemente a incidência das manifestações multirresistentes. 

Apesar de ainda constar na lista dos 22 países que concentram 80% dos casos de tuberculose no mundo, o país não possui índices alarmantes de tuberculose causada por bacilos resistentes, isto é, que não respondem aos medicamentos de primeira linha, como ocorre em outros países da região.